Pessoas se reúnem para orar pelo candidato republicano à presidência, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, antes da Convenção Nacional Republicana no Zeidler Park em Milwaukee, Wisconsin, EUA, em 14 de julho de 2024. (EFE/EFE)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 18 de julho de 2024 às 19h02.
Última atualização em 18 de julho de 2024 às 19h35.
Milwaukee - A Convenção Nacional Republicana se encaminha para o final nesta quinta-feira, 18, com grande expectativa para o discurso do ex-presidente e candidato Donald Trump.
A EXAME esteve na convenção republicana e pôde ver um padrão dentro da militância do partido: pessoas majoritariamente brancas, que elogiam o fato de Trump ser um empresário e criticam de forma significativa o atual presidente, o democrata Joe Biden, e em especial sua política de combate à imigração ilegal.
Mas, afinal, quem são os eleitores republicanos nos Estados Unidos? Uma pesquisa do Pew Research Center ajuda a entender, em dez pontos principais.
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De acordo com o Pew Research Center, 79% dos eleitores republicanos são brancos não hispânicos. A distribuição de brancos é concentrada, mas vem caindo: há 20 anos, eles eram 93% dos eleitores republicanos.
Metade dos eleitores republicanos são homens brancos adultos sem formação universitária — entre a população geral americana, esse grupo compõe 38% do eleitorado.
Os republicanos que vão às urnas são mais velhos que a média dos eleitores.
Segundo o Pew Research Center, 65% deles têm 50 anos ou mais. Entre a população geral, essa taxa é de 59%.
Mais de 80% dos republicanos se declaram membros de alguma denominação cristã.
"O maior grupo religioso entre os republicanos é o dos protestantes evangélicos brancos, que constituem 30% dos eleitores registrados como republicanos. Em contrapartida, os evangélicos brancos representam uma parcela bem menor do total de eleitores nos EUA (17%)", diz o relatório do instituto.
Uma maioria absoluta dos republicanos planejam votar no ex-presidente e candidato pelo partido, Donald Trump, nas eleições deste ano.
"Mais de oito em cada dez eleitores do Partido Republicano (84%) dizem que votariam em Trump se a eleição fosse realizada hoje, enquanto 13% preferem Robert F. Kennedy Jr. Apenas 3% apoiariam Joe Biden", diz o Pew Research Center. "Nas últimas duas eleições presidenciais, cerca de nove em cada dez eleitores republicanos votaram em Trump (92% em 2020 e 89% em 2016)."
Corroborando o achado anterior, mais de 80% dos republicanos acreditam que Trump é capaz de tomar boas decisões em assuntos-chave. "Mas muitos têm reservas sobre sua conduta pessoal", afirma o instituto de pesquisa.
"Pelo menos oito em cada dez eleitores republicanos dizem estar muito ou um pouco confiantes de que Trump pode tomar boas decisões sobre política econômica (91%), política de imigração (89%), política externa (86%) e política de aborto (80%)", diz o relatório.
Por outro lado, 26% dizem gostar da maneira como ele se comporta pessoalmente — 52% têm sentimentos mistos e 21%, não gostam.
A maioria dos eleitores republicanos afirma que "importa muito" quem vai ganhar a eleição deste ano. Em contraste, somente 5% dizem não importar quem vença.
Como a EXAME pôde presenciar na Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, no Wisconsin, a imigração ilegal é um dos maiores problemas dos EUA, segundo esse grupo de eleitores.
"Entre os republicanos e independentes que tendem a apoiar os republicanos [não apenas os eleitores registrados do GOP], 78% dizem que a imigração ilegal é um problema muito grave no país hoje, segundo nossa pesquisa de maio de 2024", diz o Pew Research Center. "Isso é muito mais do que a parcela de todos os adultos nos EUA que dizem o mesmo [51%]."
Outro problema significativo — e explorado à exaustão na convenção — é a inflação no país. Entre os republicanos e independentes que tendem a apoiar o partido, 80% diz que a inflação é um "grande problema".
Na comparação com os democratas, os republicanos têm uma perspectiva muito mais negativa com a economia dos EUA — outro traço das pesquisas que a EXAME pôde ver presencialmente na convenção.
Todos os discursos falavam de inflação, preços altos da gasolina e do aumento do custo de vida, arrancando aplausos entusiasmados da multidão de delegados republicanos.
"A opinião do público sobre a economia é altamente partidária, e ao longo da Presidência de Biden, os republicanos têm sido mais negativos sobre o estado da economia dos EUA do que os democratas", diz o Pew Research Center. "Apenas 10% dos republicanos classificaram as condições econômicas como excelentes ou boas. Durante o governo de Trump, os democratas eram mais negativos do que os republicanos em relação à economia."
Quase seis em dez republicanos (57%) dizem que o aborto deveria ser ilegal em todos ou quase todos os casos. Outros 41% afirmam que deveria ser legal em todos ou em quase todos os casos.
"Entre democratas, 85% dizem que o aborto deveria ser legal em todos ou quase todos os casos", diz o instituto.
A polarização política está muito presente nos Estados Unidos — e hoje há ainda mais receio do aumento da violência, o que ficou óbvio no caso do atentado a Trump.
Segundo o Pew Research Center, nas últimas décadas, houve um aumento considerável nas parcelas tanto de republicanos quanto de democratas que veem o partido oposto de maneira muito desfavorável. "Hoje, 53% dos republicanos têm uma opinião muito desfavorável sobre o Partido Democrata, em comparação com 21% há três décadas", diz o instituto.
Os republicanos também quase unanimemente não gostam de Biden. "Mais de nove em cada dez [93%] dizem ter uma opinião desfavorável do presidente, de acordo com a pesquisa de maio de 2024. Enquanto isso, quase um quarto dos republicanos [22%] tem opiniões desfavoráveis tanto de Biden quanto de Trump", afirma o relatório.