Eleições do Irã são teste sobre impacto do acordo nuclear
A votação é apontada como uma oportunidade para os relativamente moderados levarem o presidente Hassan Rouhani a consolidar ganhos políticos
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 12h59.
Teerã - O Irã realiza eleições nesta sexta-feira para o Parlamento e a Assembleia dos Especialistas, um órgão clerical.
A votação é apontada como uma oportunidade para os relativamente moderados levarem o presidente Hassan Rouhani a consolidar ganhos políticos, após o governo fechar no ano passado um acordo com potências sobre o programa nuclear iraniano.
Nesse contexto, a disputa nas urnas é vista como um teste sobre o impacto do acordo nuclear na política nacional.
"A prioridade dos reformistas agora é o retorno da paz e da racionalidade", disse Ali Jamali, um líder partidário do principal bloco reformista.
"O acordo nuclear foi um evento significativo para levar o país de volta a esse rumo."
Ainda assim, os reformistas têm dificuldades pela frente.
A maior parte dos candidatos mais progressistas foi impedida de concorrer pelo Conselho dos Guardiães, um poderoso órgão que na prática é controlado pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, de acordo com o campo moderado.
Os ultraconservadores iranianos permanecem céticos sobre os benefícios de um acordo nuclear e mostram suspeitas sobre as intenções de seus apoiadores.
Os mais conservadores também controlam grandes fatias da economia, já que o controle de importantes indústrias se concentra nas mãos da Guarda Revolucionária iraniana.
Nesta quarta-feira, Khamenei pareceu endossar os ultraconservadores.
"O povo iraniano quer um Parlamento que tenha a cura para a dor do povo, um Parlamento religioso, comprometido e bravo, que não caia nos truques do inimigo, um Parlamento que coloque a importância da dignidade e da independência", afirmou ele, segundo seu site oficial.
O acordo nuclear, porém, reflete o crescente peso de Rouhani e de seus aliados relativamente moderados. Essa parcela dos políticos têm ressaltado na campanha o trabalho para melhorar as condições de vida dos iranianos.
"Nós ressaltamos muito isso, mais que outros assuntos", disse Ali Marashi, que faz campanha para o Partido dos Executivos da Construção. Segundo ele, esta é a maior diferença entre o governo anterior, de linha-dura, e o atual.
Em mensagem de texto da quarta-feira, Rouhani pediu que as pessoas participem da votação. "Vamos pintar um futuro esperançoso para o Irã nesta sexta-feira", escreveu.
O Conselho dos Guardiães, com 12 membros, desqualificou inicialmente cerca de 7 mil dos 12 mil candidatos que se registraram para concorrer ao Parlamento.
Cerca de 1.500 dos candidatos barrados, porém, acabaram tendo a decisão revertida e puderam concorrer. No fim de todo o processo de registros, existem 6.200 candidatos para 290 vagas no Parlamento.
As facções moderadas devem se sair melhor se o comparecimento for alto, especialmente em Teerã, onde os reformistas têm mais força.
O comparecimento em 2012 foi de 64% em nível nacional, melhor que nas duas eleições anteriores, mas abaixo da máxima histórica. "A frustração se acumulou", disse Marashi.
O conservador Esmail Kowsari, membro do Parlamento desde 2008, diz que as promessas do presidente de melhorar as condições de vida em troca de controles no programa nuclear ainda não se materializaram.
Kowsari, de 60 anos, garante estar confiante sobre o domínio dos conservadores na disputa nas urnas. Já os reformistas e moderados, por sua vez, dizem que a linha-dura está na defensiva.
Teerã - O Irã realiza eleições nesta sexta-feira para o Parlamento e a Assembleia dos Especialistas, um órgão clerical.
A votação é apontada como uma oportunidade para os relativamente moderados levarem o presidente Hassan Rouhani a consolidar ganhos políticos, após o governo fechar no ano passado um acordo com potências sobre o programa nuclear iraniano.
Nesse contexto, a disputa nas urnas é vista como um teste sobre o impacto do acordo nuclear na política nacional.
"A prioridade dos reformistas agora é o retorno da paz e da racionalidade", disse Ali Jamali, um líder partidário do principal bloco reformista.
"O acordo nuclear foi um evento significativo para levar o país de volta a esse rumo."
Ainda assim, os reformistas têm dificuldades pela frente.
A maior parte dos candidatos mais progressistas foi impedida de concorrer pelo Conselho dos Guardiães, um poderoso órgão que na prática é controlado pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, de acordo com o campo moderado.
Os ultraconservadores iranianos permanecem céticos sobre os benefícios de um acordo nuclear e mostram suspeitas sobre as intenções de seus apoiadores.
Os mais conservadores também controlam grandes fatias da economia, já que o controle de importantes indústrias se concentra nas mãos da Guarda Revolucionária iraniana.
Nesta quarta-feira, Khamenei pareceu endossar os ultraconservadores.
"O povo iraniano quer um Parlamento que tenha a cura para a dor do povo, um Parlamento religioso, comprometido e bravo, que não caia nos truques do inimigo, um Parlamento que coloque a importância da dignidade e da independência", afirmou ele, segundo seu site oficial.
O acordo nuclear, porém, reflete o crescente peso de Rouhani e de seus aliados relativamente moderados. Essa parcela dos políticos têm ressaltado na campanha o trabalho para melhorar as condições de vida dos iranianos.
"Nós ressaltamos muito isso, mais que outros assuntos", disse Ali Marashi, que faz campanha para o Partido dos Executivos da Construção. Segundo ele, esta é a maior diferença entre o governo anterior, de linha-dura, e o atual.
Em mensagem de texto da quarta-feira, Rouhani pediu que as pessoas participem da votação. "Vamos pintar um futuro esperançoso para o Irã nesta sexta-feira", escreveu.
O Conselho dos Guardiães, com 12 membros, desqualificou inicialmente cerca de 7 mil dos 12 mil candidatos que se registraram para concorrer ao Parlamento.
Cerca de 1.500 dos candidatos barrados, porém, acabaram tendo a decisão revertida e puderam concorrer. No fim de todo o processo de registros, existem 6.200 candidatos para 290 vagas no Parlamento.
As facções moderadas devem se sair melhor se o comparecimento for alto, especialmente em Teerã, onde os reformistas têm mais força.
O comparecimento em 2012 foi de 64% em nível nacional, melhor que nas duas eleições anteriores, mas abaixo da máxima histórica. "A frustração se acumulou", disse Marashi.
O conservador Esmail Kowsari, membro do Parlamento desde 2008, diz que as promessas do presidente de melhorar as condições de vida em troca de controles no programa nuclear ainda não se materializaram.
Kowsari, de 60 anos, garante estar confiante sobre o domínio dos conservadores na disputa nas urnas. Já os reformistas e moderados, por sua vez, dizem que a linha-dura está na defensiva.