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Trudeau vence reeleição no Canadá, mas não consegue maioria

Trudeau antecipou as eleições para tentar reconquistar a maioria no Parlamento que perdeu em 2019. Mas após pesquisas animadoras no começo, seu partido não conseguiu as cadeiras necessárias

Justin Trudeau antes de votar em Montreal, ao lado da família: reeleição, mas não com a maioria que esperava (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 10h12.

Última atualização em 21 de setembro de 2021 às 10h12.

Os liberais de Justin Trudeau venceram as eleições parlamentares do Canadá , um triunfo parcial para o atual primeiro-ministro. Mas seu partido não conseguiu recuperar a maioria, e terá de fazer uma coalizão, depois que a campanha contra os conservadores se revelou mais difícil do que se esperava.

De acordo com os resultados preliminares publicados nesta terça-feira, 21, pela Elections Canada, que organiza a votação, o Partido Liberal conquistaria 158 cadeiras no Parlamento, abaixo das 170 necessárias para obter a maioria.

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As eleições aconteceram na segunda-feira, 20.

Trudeau, de 49 anos, será obrigado a formar um governo minoritário, como aconteceu com ele próprio em 2019 e dificultou sobremaneira seu trabalho nos últimos anos.

"Vocês (os canadenses) estão nos mandando de volta ao trabalho com um mandato claro para superar esta pandemia rumo a dias melhores", afirmou em seu discurso da vitória, ao lado de sua esposa Sophie Gregoire e dos filhos.

Assim, Trudeau deve negociar agora com os partidos menores e também de tendências progressistas, como o Novo Partido Democrático (NDP, esquerda, 25 cadeiras) ou o 'Bloc Québécois', uma formação independentista de Quebec (34 cadeiras).

O líder do NDP, de Jagmeet Singh, felicitou Trudeau e prometeu continuar lutando por políticas sociais e contra a mudança climática.

Como foi a campanha de Trudeau

Para tentar recuperar a maioria que perdeu em 2019, Trudeau convocou em meados de agosto as eleições antecipadas.

Mas após um início bastante favorável e pesquisas alentadoras, Trudeau enfrentou uma campanha especialmente complicada. O desgaste do poder foi percebido e a "Trudeaumania" de sua primeira eleição em 2015 parecia algo muito distante.

Ele enfrentou manifestantes irritados com as medidas sanitárias contra a pandemia. Em um evento, uma pessoa chegou a lançar pedras contra o primeiro-ministro.

Durante a campanha difícil de 36 dias, Trudeau defendeu o voto estratégico e afirmou que o retorno dos conservadores ao poder seria o sinônimo de retrocesso, especialmente na questão climática.

Seu principal adversário, o conservador moderado Erin O'Toole, aceitou a derrota em um discurso, mas destacou que os canadenses "não deram ao senhor Trudeau o mandato de maioria que desejava".

O'Toole, cujo partido teria obtido 119 cadeiras, havia prometido aos canadenses que ele seria a encarnação da renovação e fez uma sólida campanha de centro.

"Mas, no fim das contas, podemos afirmar que realmente foi uma campanha para nada", disse Felix Mathieu, da Universidade de Winnipeg, ao destacar que em muitas províncias os representantes "foram sistematicamente reeleitos".

Gestão da pandemia

Uma reorganização dos locais de votação vinculada à pandemia provocou longas filas de eleitores no fim da segunda-feira nas grandes cidades.

A convocação das eleições em meio à pandemia irritou alguns eleitores.

“Não estou contente com esta votação, Justin tinha dito que não iria convocar eleições durante a covid e no fim, assim que acreditou que era o momento certo para ter maioria, ele convocou. Então eu realmente creio que ele mentiu para nós", disse Douglas O'Hara, revoltado, na entrada de sua zona eleitoral em Montreal. Pela primeira vez na vida, esse homem de 73 anos não votou no Partido Liberal.

Outros eleitores, porém, elogiaram a forma como Trudeau lidou com a crise de saúde e que o país tem uma das maiores taxas de vacinação do mundo.

"Para mim, a gestão da pandemia é a questão mais importante nesta eleição. E acho que o primeiro-ministro lidou bem com isso", argumentou Kai Anderson, de 25 anos, eleitor em Ottawa, a capital federal.

Durante a campanha, os candidatos se enfrentaram em temas como a mudança climática, a reconciliação indígena, moradia acessível, vacinação obrigatória contra a covid-19 e os passes sanitários.

O'Toole, de 48 anos, foi criticado por ter apoiado a flexibilização precoce das restrições sanitárias em Alberta e em outras províncias lideradas por conservadores, nas quais existem hoje surtos de covid que forçam hospitais sobrecarregados a enviar pacientes para outras unidades de saúde no Canadá.

Os quase 27 milhões de canadenses com mais de 18 anos que estavam registrados para votar na segunda-feira definiram os 338 membros da Câmara dos Comuns.

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