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Eleição nos EUA terá número recorde de candidatas negras ao Congresso

Agora que a temporada de primárias se aproxima do fim, quase 60 mulheres negras ainda estão no páreo

Joyce Elliot: parlamentar estadual em Arkansas buscará uma vaga no Congresso norte-americano em novembro (Gerard Matthews/Reuters)

Joyce Elliot: parlamentar estadual em Arkansas buscará uma vaga no Congresso norte-americano em novembro (Gerard Matthews/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de julho de 2020 às 15h00.

Última atualização em 27 de julho de 2020 às 15h39.

Joyce Elliott, parlamentar estadual em Arkansas que buscará uma vaga no Congresso norte-americano em novembro, foi apenas a segunda estudante negra no ensino médio de sua escola — a primeira foi sua irmã mais velha. Se eleita, ela será a primeira deputada negra de seu Estado em Washignton.

A eleição do final do ano será "uma chance de mudar nossa história", disse ela à Reuters, após uma manifestação contra o racismo em um condado de maioria branca. "Decidi que precisava concorrer porque vejo um caminho para vencer".

No momento em que os Estados Unidos lutam contra a pandemia de coronavírus que vem infectando e matando negros desproporcionalmente e testemunham tumultos contra a brutalidade policial, um número recorde de mulheres negras está concorrendo ao Congresso.

Elliott é uma de ao menos 122 mulheres negras ou multirraciais que disputarão cadeiras no Legislativo federal na eleição deste ano. A cifra aumenta constantemente desde 2012, quando foi de 48, de acordo com o Centro para Mulheres e Políticas Americanas (Cawp).

Agora que a temporada de primárias se aproxima do fim, quase 60 mulheres negras ainda estão no páreo, segundo o grupo Collective PAC.

"As pessoas estão ficando mais acostumadas a ver tipos diferentes de pessoas no Congresso. Você não sabe como é ter mulheres negras poderosas no Congresso até ver mulheres negras poderosas no Congresso", disse Pam Keith, veterana da Marinha e advogada que concorre na primária democrata em busca de uma vaga no Congresso pela Flórida.

As mulheres negras são quase 8% da população dos EUA, mas 4,3% do Congresso, de acordo com um relatório do Centro para Mulheres e Políticas e Alturas Maiores da América, um comitê de ação política que almeja eleger mais mulheres negras progressistas para cargos públicos. Elas estão subrepresentadas em vagas executivas em todo o Estado, e também entre os prefeitos, segundo o relatório.

Mas as eleitoras negras tiveram o maior índice de participação de qualquer grupo nas eleições presidenciais de 2008 e 2012.

Historicamente, as mulheres negras sempre tiveram mais probabilidade de vencer em distritos de maioria negra, mas neste ciclo eleitoral muitas estão concorrendo em distritos mistos ou de maioria branca – alguns dos quais votaram anteriormente em republicanos.

Várias das oito candidatas negras ao Congresso com as quais a Reuters conversou disseram que se identificam melhor com os eleitores do que seus oponentes frequentemente mais ricos porque elas também passaram por adversidades fiscais.

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