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Eleições nos EUA: Frio ameaça comparecimento às urnas e Trump faz apelo

Termômetros marcam -24ºC no estado, mas os ventos podem chegar até -30ºC

Eleições americanas: nevasca causou impactos em cidades de Iowa (EUA) (Rachel Mummey/Getty Images)

Eleições americanas: nevasca causou impactos em cidades de Iowa (EUA) (Rachel Mummey/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 13h15.

Última atualização em 22 de janeiro de 2024 às 10h44.

O frio extremo que atingiu os Estados Unidos no fim de semana continuará nesta segunda-feira, 15, e ameaça o comparecimento na primeira disputa das eleições presidenciais do ano, nas primárias republicanas em Iowa.

Os termômetros marcam -24°C no Estado, mas segundo a previsão do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA os ventos podem chegar até -30°C.

As equipes republicanas do ex-presidente Donald Trump e Ron DeSantis se prepararam para a participação de mais de 200 mil votos em Iowa, mas o frio intenso registrado desde a semana passada fez com que as campanhas mudassem a estratégia e evitassem dar previsões de participação. Em 2016, foram 187 mil votos.

Na tentativa de manter o engajamento dos eleitores, Trump disse a apoiadores no domingo, 14, para não deixar de votar, apesar do frio. "Se você está muito doente, você diz 'querida, eu preciso fazer isso'. Mesmo que você vote e depois faleça, valerá a pena" declarou. As equipes de DeSantis e da líder conservadora Nikki Haley afirmaram que se preocupam com o frio extremo.

As baixas temperaturas mataram pelo menos quatro pessoas no país, deixaram milhares de casas sem eletricidade e causaram tempestades de neve no sul. Um jogo dos playoffs da liga de futebol americano (NFL) entre Pittsburg Steelers e Buffalo Bills que aconteceria em Nova York precisou ser adiado no domingo.

Na disputa de Iowa, a mobilização dos eleitores com o frio se tornou mais difícil para republicanos como DeSantis e Nikki Haley, que disputam o segundo lugar para rivalizar com Trump, que lidera as pesquisas com folga no estado. A campanha de Trump afirmou que seus apoiadores irão votar independentemente das temperaturas e mantém a confiança.

Para votar, os eleitores precisam dirigir até um dos 1.567 locais de votação após escurecer. As estradas estão congeladas, os ventos, abaixo de zero. Na semana passada, o Serviço de Meteorologia avisou para as pessoas não saírem de casa se possível. Aliado ao frio, está o fato da disputa ser pouco competitiva, dado a liderança de Trump. Segundo analistas, isso faz que eleitores se sintam menos motivados a votar.

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Por outro lado, o descontentamento de eleitores conservadores com o governo democrata de Joe Biden e a resistência dos moradores de Iowa ao frio podem ser fatores que façam as primárias terem um comparecimento alto.

DeSantis e Nikki temem que a desmobilização afete seus resultados. O governador da Flórida pode ter uma pequena vantagem devido ao tamanho da organização de sua campanha, com mais condições de transportar os eleitores para os locais de votação. A ex-embaixadora da Carolina do Sul, no entanto, conta com um eleitorado que reside em zonas urbanas, o que facilita a chegada ao local de votação.

Até o fim de novembro, Nikki praticamente não tinha equipe de campanha em Iowa. À medida que cresceu nas pesquisas, ela recebeu doações de Charles e David Koch, dois bilionários da indústria americana, e aumentou a organização no Estado. Desde então, o grupo dos irmãos, o Americans for Prosperity Action, mobiliza os eleitores de Iowa, principalmente os republicanos mais ricos e com formação superior. Foram eles que em 2016 deram a vitória no estado a Marco Rubio contra Trump.

Segundo analistas, o discurso tecnocrático e de construção de consenso da ex-governadora da Carolina do Sul não parece apelar aos eleitores de Iowa, mas ela pode aproveitar o momento em que ganha mais atenção e apoio financeiro. O segundo lugar pode colocá-la mais forte nas próximas primárias, em New Hampshire.

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