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Eleição no distrito da Geórgia é teste para Trump

Um democrata espera se beneficiar da impopularidade de Trump para conquistar uma circunscrição da Geórgia em poder dos republicanos há quase 40 anos

Candidato democrata Jon Ossoff: nascido em 1987, John Ossoff é um total desconhecido, cuja principal experiência profissional é ter sido por alguns anos colaborador de um congressista (Bita Honarvar/Reuters)
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AFP

Publicado em 17 de abril de 2017 às 19h33.

Última atualização em 9 de novembro de 2018 às 16h12.

O desconhecido candidato democrata Jon Ossoff, de 30 anos, espera se beneficiar da impopularidade de Donald Trump para conquistar uma circunscrição eleitoral da Geórgia em poder dos republicanos há quase 40 anos, em um primeiro turno que será acompanhado por todo país nesta terça-feira (18).

Nesse subúrbio branco, relativamente abastado e conservador de Atlanta, trata-se de um grande desafio: nenhum democrata foi eleito desde que o republicano Newt Gingrich assumiu a cadeira em 1978. Gingrich foi presidente da Câmara de Representantes e líder da revolução republicana dos anos 1990.

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Tom Price, último congressista eleito por esse distrito, foi nomeado secretário de Saúde por Trump, deflagrando uma eleição parcial, já que o Congresso não prevê suplentes.

Em tempos "normais", sua substituição por outro republicano não deixaria dúvidas.

Hoje, a popularidade de Trump vem apresentando nítida queda, como mostram as pesquisas de aprovação, podendo afetar esse resultado.

Os americanos estão decepcionados. Agora, apenas 45% consideram que o magnata respeita suas promessas de campanha, contra 62% em fevereiro, segundo o Gallup.

No total, 40% têm uma opinião favorável a Trump, o que faz dele o presidente americano mais impopular da história no início de seu mandato.

O Partido Democrata e um exército de seus simpatizantes e correligionários em todo país aproveitaram a oportunidade e conseguiram disparar o número de doações para Ossoff.

Nascido em 1987, John Ossoff é um total desconhecido, cuja principal experiência profissional é ter sido por alguns anos colaborador de um congressista.

Em geral, o candidato democrata arrecada apenas alguns milhares de dólares. Este ano, porém, Ossoff captou mais de US$ 8 milhões em doações, quase todas de fora do distrito pelo qual vai concorrer.

Além disso, pesos-pesados democratas e várias celebridades apoiaram o candidato publicamente.

"Lembrem-se de que a última vez que as pessoas não foram votar, nos deparamos com Trump", afirmou o ator Samuel L. Jackson em um anúncio no rádio.

"Temos de expressar nosso desejo de vingança e nossa ira com esse governo nas urnas", insistiu.

Trump monitora

Ossoff aparece com cerca de 40% das intenções de voto nas pesquisas, enquanto os outros 17 candidatos dividem o restante. Sua esperança é alcançar maioria absoluta no primeiro turno - uma aposta arriscada.

Se houver segundo turno, previsto para 20 de junho, os republicanos vão-se agrupar, tornando-se potencialmente mais fortes.

Na eleição presidencial de novembro passado, a democrata Hillary Clinton perdeu para Trump por 1,5 ponto percentual nesse distrito. Ossoff espera ganhar por uma margem maior.

Na semana passada, os democratas esperavam conquistar outra vaga republicana, pelo Kansas, no lugar do congressista designado para dirigir a CIA. Um republicano conseguiu mantê-la, porém, por uma vantagem apertada.

"A eleição em Kansas foi um grande evento midiático, até que os republicanos ganharam e, agora, fazem o mesmo jogo na Geórgia - RUIM!", tuitou Trump na manhã desta segunda, mostrando que acompanha de perto a eleição.

Horas mais tarde, acrescentou: "o democrata super progressista da eleição legislativa na Geórgia quer proteger os delinquentes, autorizar a imigração clandestina e aumentar os impostos!".

A importância da eleição é principalmente simbólica, já que a maioria republicana na Câmara de Representantes é ampla e não depende de uma única cadeira.

Ainda assim, os grupos conservadores querem evitar uma humilhação a todo custo e, para isso, também investiram milhões de dólares.

Segundo o Center for Responsive Politics, esta é uma das eleições à Câmara mais caras da história.

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