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Eleição mobiliza dezenas de milhares de sírios em embaixadas

Refugiados uniam-se a sírios espalhados por vários países para eleição que parece destinada a legitimar um terceiro mandato de sete anos para o atual presidente


	O presidente sírio, Bashar al-Assad: diversos países que se opõem a Assad, incluindo a França, proibiram a votação
 (AFP)

O presidente sírio, Bashar al-Assad: diversos países que se opõem a Assad, incluindo a França, proibiram a votação (AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 12h01.

Beirute - Refugiados agitavam bandeiras e erguiam fotos de Bashar al-Assad enquanto se aglomeravam na embaixada síria no Líbano, nesta quarta-feira, unindo-se aos sírios espalhados por vários países para votar em uma eleição que parece destinada a legitimar um terceiro mandato de sete anos para o atual presidente.

Expatriados e fugitivos de guerra depositavam seus votos em dezenas de embaixadas da Síria pelo mundo, antes da eleição ser conduzida dentro do país na próxima semana, um pleito que os opositores ao regime classificaram como uma farsa em meio a um conflito armado que se encaminha para o quarto ano.

Diversos países que se opõem a Assad, incluindo a França, proibiram a votação, mas o governo sírio disse que as pessoas ainda estariam aptas a votar em muitos países.

Assad está no poder desde 2000, quando assumiu o cargo das mãos de seu pai, Hafez, que antes governou por 30 anos. A eleição é uma demonstração da eficiência do governo em contornar uma revolta que já resultou na morte de mais de 160 mil pessoas, e de como isso estende sua influência para além de suas fronteiras.

No Líbano, onde se encontram um milhão de sírios --a maior parte deles, refugiados-- as pessoas foram levadas de ônibus para a embaixada em Beirute, com os veículos bloqueando uma das três principais estradas e homens e mulheres agitando bandeiras da Síria e segurando retratos de Assad.

Refugiados disseram à Reuters que foram mobilizados a votar por grupo libaneses pró-Assad e disseram que os ônibus foram pagos. Alguns afirmaram que os que não votassem seriam proibidos de retornar à Síria.

Dezenas de milhares de pessoas se aglomeravam na entrada da embaixada, algumas esmagadas pela multidão. Ninguém disse ter votado em algum dos outros candidatos --Hassan Abdallah al-Nouri e o parlamentar Maher Abdel-Hafiz Hajjar.

A TV estatal síria disse que a votação ocorria em 43 embaixadas e transmitiu imagens de Kuala Lumpur, Teerã e Amã.

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