El Nacional: jornal venezuelano declarou que local foi atacado por homens armados na madrugada de sexta-feira (Leo Ramirez / AFP Arquivos)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2016 às 21h05.
O jornal venezuelano El Nacional denunciou nesta sexta-feira que sua sede em Caracas foi atacada por homens armados que deixaram uma mensagem por escrito onde condenam a "tentativa de desestabilizar" o país e "de desinformar".
"Às duas horas da manhã dessa sexta-feira, quatro pessoas que portavam armas curtas atacaram a sede principal do jornal El Nacional", publicou o veículo em seu site.
De acordo com seguranças, três pessoas "tentaram arrombar fechaduras", picharam na entrada 'Chama Pueblo Rebelde' e "jogaram excrementos para depois fugirem", acrescentou.
Eles também deixaram um bilhete no qual acusam o El Nacional de tentar "desestabilizar este país próspero, com um governo eleito constitucionalmente", e denunciam o jornal por exercer "o trabalho sujo de desinformar, gerar caos e favorecer com isso a macabra intervenção estrangeira imperialista".
Junto com mais dois meios de comunicação, o jornal enfrenta um processo por difamação do número dois do chavismo, Diosdado Cabello. Por conta disso, o presidente e editor do El Nacional, Miguel Henrique Otero, deixou o país no ano passado.
O jornal afirmou que a sede do jornal Correo del Caroní, no estado Bolívar (sul), também foi atacado nesta terça-feira por cinco pessoas, que "chegaram à sede e atiraram sacos com fezes no edifício".
Pelo menos 17 jornais denunciaram em março que havia risco de paralisarem suas publicações por falta de papel, comprado no exterior com as divisas autorizadas pelo Executivo através de um férreo controle cambial, vigente desde 2013.
O sindicato venezuelano da imprensa informou que durante os cinco primeiros meses de 2016 ocorreram pelo menos 60 agressões contra trabalhadores de meios de comunicação.
A ONG Espaço Público registrou no ano passado 286 violações à liberdade de expressão, ocasionadas principalmente por intimidação, assédio verbal e censura, segundo seu relatório anual.