EI sofre importantes derrotas na Síria e no Iraque
Comando Central dos Estados Unidos (CentCom) confirmou que as forças curdas conseguiram retomar o controle de cerca de 90% de Kobane
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 09h04.
Beirute - Um ambiente de alegria reinava nesta segunda em várias zonas curdas da Síria , depois que seus combatentes conseguiram expulsar os jihadistas do Estado Islâmico ( EI ) da cidade de Kobane, após mais de quatro meses de combates, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Em nota, o Comando Central dos Estados Unidos (CentCom) confirmou que as forças curdas conseguiram retomar o controle de cerca de 90% da cidade.
"A guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI) está longe de terminar, mas seu fracasso em Kobane priva o EI de um de seus objetivos estratégicos", declarou o comunicado.
Esta derrota - boa parte dela sofrida pelo EI na Síria - foi anunciada no mesmo dia em que Bagdá comunicou a libertação da província de Dijalah, no leste do Iraque, até então em mãos do grupo extremista.
"Kobane libertada, felicitações à humanidade, ao Curdistão e ao povo de Kobane", escreveu em sua conta no Twitter o porta-voz da milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG), Polat Can.
O OSDH afirmou que os curdos controlam "totalmente" Kobane, símbolo da resistência contra o EI desde a ofensiva lançada pelos jihadistas, em 16 de setembro, para conquistar a cidade.
A milícia curda das YPG "expulsou todos os combatentes do EI", disse a ONG, com sede em Londres, com base em sua ampla rede de informações na Síria.
"Já não há combates na cidade, e os jihadistas recuaram nos arredores de Kobane", relatou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
"Os curdos continuam perseguindo combatentes escondidos no extremo leste da cidade, em particular, no bairro de Maqtala", completou.
A notícia da vitória em Kobane chega depois de mais de quatro meses de luta feroz entre os jihadistas e os combatentes curdos, que receberam apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Desde o início dos ataques, mais de 1.800 pessoas morreram, entre elas mais de mil jihadistas, segundo o OSDH.
Jihadistas em fuga
Mustafa Edbi, um militante curdo de Kobane, contou à AFP que os combates "cessaram" e que as forças curdas avançavam "com prudência por Maqtala, por medo das minas e dos carros-bomba".
"A gente viu como combatentes do EI fugiam de Maqtala, não opuseram qualquer resistência", acrescentou.
Segundo os analistas, trata-se da derrota mais importante do EI na Síria depois de sua aparição no conflito, em 2013. Este fracasso supõe um freio em sua expansão territorial.
"É um duro golpe para o grupo EI e seus projetos" de expansão, comentou, de Washington, o especialista em temas curdos Mutlu Civiroglu, ressaltando que, "apesar de todas as suas armas sofisticadas e de seus combatentes, não conseguiram tomar a cidade".
Em um primeiro momento pouco equipadas, as forças curdas se beneficiaram do apoio crucial dos bombardeios que a coalizão internacional encabeçada por Washington lança contra posições dos jihadistas desde 23 de setembro.
Entre domingo e segunda-feira, houve 17 bombardeios contra membros do EI, segundo autoridades da coalizão. O grupo ainda manteria controle, porém, sobre dezenas de povoados ao redor de Kobane.
Derrota no Iraque
As forças iraquianas também libertaram Dijalah das mãos do EI, retomando o controle de todas as áreas povoadas dessa província do leste do Iraque, conforme relatou um oficial do exército nesta segunda-feira.
"Anunciamos a libertação de Dijalah", informou o general Abdulamir al Zaidi.
"As forças iraquianas controlam completamente todas as cidades, distritos e subdistritos da província de Dijalah", acrescentou.
A coalizão internacional considera ter detido o avanço do EI no Iraque graças a seus bombardeios aéreos, mas os jihadistas conservam no momento a maioria de suas posições, entre elas Mossul, a segunda cidade do país.
Em entrevista a uma revista americana, o presidente sírio, Bashar al-Assad, denunciou o plano dos Estados Unidos de treinar rebeldes sírios considerados moderados para combater o EI, o que considera um absurdo.
Para ele, esses terroristas - como Assad se refere aos rebeldes - são uma força ilegal, que será tratada por seu Exército como insurgentes.
Washington, que apoia a oposição síria, quer formar mais de cinco mil rebeldes sírios no Catar, Arábia Saudita e Turquia para que possam enfrentar o EI.
O grupo extremista não emitiu comentários sobre as recentes derrotas, mas postou uma gravação de áudio on-line, ordenando a realização de novos ataques contra os países ocidentais. Além disso, elogiou os atentados executados pelos jihadistas, como os ocorridos recentemente na França.
"Pedimos aos muçulmanos da Europa e do Ocidente infiel que ataquem em todos os lugares (...) nós prometemos aos cristãos que eles continuarão vivendo em estado de alerta, de terror, de medo e de insegurança (...) Vocês ainda não viram nada", afirmou Mohammad al-Adnani, porta-voz do EI na mensagem de áudio.
Beirute - Um ambiente de alegria reinava nesta segunda em várias zonas curdas da Síria , depois que seus combatentes conseguiram expulsar os jihadistas do Estado Islâmico ( EI ) da cidade de Kobane, após mais de quatro meses de combates, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Em nota, o Comando Central dos Estados Unidos (CentCom) confirmou que as forças curdas conseguiram retomar o controle de cerca de 90% da cidade.
"A guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI) está longe de terminar, mas seu fracasso em Kobane priva o EI de um de seus objetivos estratégicos", declarou o comunicado.
Esta derrota - boa parte dela sofrida pelo EI na Síria - foi anunciada no mesmo dia em que Bagdá comunicou a libertação da província de Dijalah, no leste do Iraque, até então em mãos do grupo extremista.
"Kobane libertada, felicitações à humanidade, ao Curdistão e ao povo de Kobane", escreveu em sua conta no Twitter o porta-voz da milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG), Polat Can.
O OSDH afirmou que os curdos controlam "totalmente" Kobane, símbolo da resistência contra o EI desde a ofensiva lançada pelos jihadistas, em 16 de setembro, para conquistar a cidade.
A milícia curda das YPG "expulsou todos os combatentes do EI", disse a ONG, com sede em Londres, com base em sua ampla rede de informações na Síria.
"Já não há combates na cidade, e os jihadistas recuaram nos arredores de Kobane", relatou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
"Os curdos continuam perseguindo combatentes escondidos no extremo leste da cidade, em particular, no bairro de Maqtala", completou.
A notícia da vitória em Kobane chega depois de mais de quatro meses de luta feroz entre os jihadistas e os combatentes curdos, que receberam apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Desde o início dos ataques, mais de 1.800 pessoas morreram, entre elas mais de mil jihadistas, segundo o OSDH.
Jihadistas em fuga
Mustafa Edbi, um militante curdo de Kobane, contou à AFP que os combates "cessaram" e que as forças curdas avançavam "com prudência por Maqtala, por medo das minas e dos carros-bomba".
"A gente viu como combatentes do EI fugiam de Maqtala, não opuseram qualquer resistência", acrescentou.
Segundo os analistas, trata-se da derrota mais importante do EI na Síria depois de sua aparição no conflito, em 2013. Este fracasso supõe um freio em sua expansão territorial.
"É um duro golpe para o grupo EI e seus projetos" de expansão, comentou, de Washington, o especialista em temas curdos Mutlu Civiroglu, ressaltando que, "apesar de todas as suas armas sofisticadas e de seus combatentes, não conseguiram tomar a cidade".
Em um primeiro momento pouco equipadas, as forças curdas se beneficiaram do apoio crucial dos bombardeios que a coalizão internacional encabeçada por Washington lança contra posições dos jihadistas desde 23 de setembro.
Entre domingo e segunda-feira, houve 17 bombardeios contra membros do EI, segundo autoridades da coalizão. O grupo ainda manteria controle, porém, sobre dezenas de povoados ao redor de Kobane.
Derrota no Iraque
As forças iraquianas também libertaram Dijalah das mãos do EI, retomando o controle de todas as áreas povoadas dessa província do leste do Iraque, conforme relatou um oficial do exército nesta segunda-feira.
"Anunciamos a libertação de Dijalah", informou o general Abdulamir al Zaidi.
"As forças iraquianas controlam completamente todas as cidades, distritos e subdistritos da província de Dijalah", acrescentou.
A coalizão internacional considera ter detido o avanço do EI no Iraque graças a seus bombardeios aéreos, mas os jihadistas conservam no momento a maioria de suas posições, entre elas Mossul, a segunda cidade do país.
Em entrevista a uma revista americana, o presidente sírio, Bashar al-Assad, denunciou o plano dos Estados Unidos de treinar rebeldes sírios considerados moderados para combater o EI, o que considera um absurdo.
Para ele, esses terroristas - como Assad se refere aos rebeldes - são uma força ilegal, que será tratada por seu Exército como insurgentes.
Washington, que apoia a oposição síria, quer formar mais de cinco mil rebeldes sírios no Catar, Arábia Saudita e Turquia para que possam enfrentar o EI.
O grupo extremista não emitiu comentários sobre as recentes derrotas, mas postou uma gravação de áudio on-line, ordenando a realização de novos ataques contra os países ocidentais. Além disso, elogiou os atentados executados pelos jihadistas, como os ocorridos recentemente na França.
"Pedimos aos muçulmanos da Europa e do Ocidente infiel que ataquem em todos os lugares (...) nós prometemos aos cristãos que eles continuarão vivendo em estado de alerta, de terror, de medo e de insegurança (...) Vocês ainda não viram nada", afirmou Mohammad al-Adnani, porta-voz do EI na mensagem de áudio.