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Egito tem novo governo sem islamitas após queda de Mursi

"Não reconhecemos nem a legitimidade, nem a autoridade deste governo", reagiu o porta-voz da Irmandade, Gehad El-Haddad

No total, mais de 100 pessoas morreram no Egito desde 3 de julho, dia em que o Exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, após uma série de manifestações que exigiam sua renúncia (REUTERS / Mohamed Abd El Ghany)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 18h10.

O novo governo egípcio , sem a presença de partidos islâmicos, assumiu suas funções nesta terça-feira no Cairo, menos de duas semanas após o golpe militar que derrubou o presidente Mohamed Mursi, em meio à violência.

A nova equipe, com mais de trinta membros, foi imediatamente rejeitada pela Irmandade Muçulmana, movimento ao qual pertence Mursi.

"Não reconhecemos nem a legitimidade, nem a autoridade deste governo", reagiu o porta-voz da Irmandade, Gehad El-Haddad.

O novo primeiro-ministro, Hazem Beblawi, havia mencionado a possibilidade de incluir islamitas em sua equipe.

O chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sissi, que comandou a deposição de Mursi, manteve sua pasta da Defesa e recebeu também o posto vice-primeiro-ministro.

A pasta das Relações Exteriores será confiada a um ex-embaixador em Washington, Nabil Fahmy, e a das Finanças ficará com Ahmed Galal, um economista que trabalhou para o Banco Mundial.

Beblawi, um economista de 76 anos, foi encarregado de formar o novo gabinete pelo presidente interino nomeado pelo Exército, Adly Mansour.

O prêmio Nobel da Paz e um dos principais líderes da oposição, Mohamed ElBaradei, já havia tomado posse no domingo como vice-presidente encarregado das relações internacionais.

Ao menos três ministérios ficarão a cargo de mulheres, e outros três serão ocupados por membros da comunidade copta, a corrente cristã do Egito, hostil ao ex-presidente islamita.


"É um governo que reúne" todas as formações contrárias a Mursi, e "acredito que haverá uma tentativa de atrair os salafistas" para estender o governo para além das formações laicas, declarou à AFP Hassan Nafaa, professor de Ciência Política na Universidade do Cairo.

Exibida pela televisão estatal, a posse do novo gabinete na presença do presidente interino representa mais uma etapa na transição política no país.

A transição também prevê a adoção de uma nova Constituição e a realização de eleições legislativas até o início de 2014, antes das eleições presidenciais.

Nesta terça-feira, as autoridades interinas fizeram um apelo a todas as forças políticas para que trabalhem pela "reconciliação nacional".

Contudo, a justiça egípcia abriu procedimentos judiciais contra vários líderes da Irmandande Muçulmana, entre eles o Guia Supremo, Mohamed Badie.

No total, mais de 100 pessoas morreram no Egito desde 3 de julho, dia em que o Exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, após uma série de manifestações que exigiam sua renúncia.

Na segunda-feira à noite, milhares de partidários de Mursi saíram às ruas e confrontos foram registrados em vários locais entre as forças de segurança e alguns grupos de manifestantes.

Os confrontos, que ocorreram durante a primeira visita de uma autoridade americana - o secretário de Estado adjunto Bill Burns - desde o golpe militar que derrubou Mursi, deixaram sete mortos e mais de 260 feridos, segundo uma fonte médica.

Pelo menos 401 pessoas foram detidas após os confrontos, os primeiros registrados na capital desde os que deixaram 53 mortos no dia 8 de julho em frente à sede da Guarda Republicana.


Os partidários de Mursi, que denunciam um "golpe de Estado militar" contra o primeiro presidente democraticamente eleito no país, afirmaram que vão manter a mobilização até seu retorno ao poder.

Os anti-Mursi, que acusam o presidente deposto de ter governado em favor de sua Irmandade e de não saber enfrentar a crise econômica, também continuam mobilizados na Praça Tahrir e em frente ao palácio presidencial.

Segunda-feira, Bill Burns pediu que a situação no Egito seja apaziguada, considerando que as prioridades devem ser o diálogo e o fim da violência.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, anunciou que irá na quarta-feira ao Egito para pedir um "retorno à transição democrática, o mais rápido possível".

Ela afirmou que se reunirá com o presidente interino Adly Mansour e com

membros do novo governo, e que terá encontros também "com outras forças políticas e representantes da sociedade civil."

No início da tarde desta terça, as novas autoridades egípcias expressaram forte ressentimento pelas declarações de apoio do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ao ex-presidente Mursi, vítima de um "golpe de Estado", segundo esse chefe de governo.

Erdogan afirmou recentemente que Mohamed Mursi, de quem é amigo, continua a ser o único chefe de Estado egípcio legítimo.

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O novo governo egípcio , sem a presença de partidos islâmicos, assumiu suas funções nesta terça-feira no Cairo, menos de duas semanas após o golpe militar que derrubou o presidente Mohamed Mursi, em meio à violência.

A nova equipe, com mais de trinta membros, foi imediatamente rejeitada pela Irmandade Muçulmana, movimento ao qual pertence Mursi.

"Não reconhecemos nem a legitimidade, nem a autoridade deste governo", reagiu o porta-voz da Irmandade, Gehad El-Haddad.

O novo primeiro-ministro, Hazem Beblawi, havia mencionado a possibilidade de incluir islamitas em sua equipe.

O chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sissi, que comandou a deposição de Mursi, manteve sua pasta da Defesa e recebeu também o posto vice-primeiro-ministro.

A pasta das Relações Exteriores será confiada a um ex-embaixador em Washington, Nabil Fahmy, e a das Finanças ficará com Ahmed Galal, um economista que trabalhou para o Banco Mundial.

Beblawi, um economista de 76 anos, foi encarregado de formar o novo gabinete pelo presidente interino nomeado pelo Exército, Adly Mansour.

O prêmio Nobel da Paz e um dos principais líderes da oposição, Mohamed ElBaradei, já havia tomado posse no domingo como vice-presidente encarregado das relações internacionais.

Ao menos três ministérios ficarão a cargo de mulheres, e outros três serão ocupados por membros da comunidade copta, a corrente cristã do Egito, hostil ao ex-presidente islamita.


"É um governo que reúne" todas as formações contrárias a Mursi, e "acredito que haverá uma tentativa de atrair os salafistas" para estender o governo para além das formações laicas, declarou à AFP Hassan Nafaa, professor de Ciência Política na Universidade do Cairo.

Exibida pela televisão estatal, a posse do novo gabinete na presença do presidente interino representa mais uma etapa na transição política no país.

A transição também prevê a adoção de uma nova Constituição e a realização de eleições legislativas até o início de 2014, antes das eleições presidenciais.

Nesta terça-feira, as autoridades interinas fizeram um apelo a todas as forças políticas para que trabalhem pela "reconciliação nacional".

Contudo, a justiça egípcia abriu procedimentos judiciais contra vários líderes da Irmandande Muçulmana, entre eles o Guia Supremo, Mohamed Badie.

No total, mais de 100 pessoas morreram no Egito desde 3 de julho, dia em que o Exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, após uma série de manifestações que exigiam sua renúncia.

Na segunda-feira à noite, milhares de partidários de Mursi saíram às ruas e confrontos foram registrados em vários locais entre as forças de segurança e alguns grupos de manifestantes.

Os confrontos, que ocorreram durante a primeira visita de uma autoridade americana - o secretário de Estado adjunto Bill Burns - desde o golpe militar que derrubou Mursi, deixaram sete mortos e mais de 260 feridos, segundo uma fonte médica.

Pelo menos 401 pessoas foram detidas após os confrontos, os primeiros registrados na capital desde os que deixaram 53 mortos no dia 8 de julho em frente à sede da Guarda Republicana.


Os partidários de Mursi, que denunciam um "golpe de Estado militar" contra o primeiro presidente democraticamente eleito no país, afirmaram que vão manter a mobilização até seu retorno ao poder.

Os anti-Mursi, que acusam o presidente deposto de ter governado em favor de sua Irmandade e de não saber enfrentar a crise econômica, também continuam mobilizados na Praça Tahrir e em frente ao palácio presidencial.

Segunda-feira, Bill Burns pediu que a situação no Egito seja apaziguada, considerando que as prioridades devem ser o diálogo e o fim da violência.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, anunciou que irá na quarta-feira ao Egito para pedir um "retorno à transição democrática, o mais rápido possível".

Ela afirmou que se reunirá com o presidente interino Adly Mansour e com

membros do novo governo, e que terá encontros também "com outras forças políticas e representantes da sociedade civil."

No início da tarde desta terça, as novas autoridades egípcias expressaram forte ressentimento pelas declarações de apoio do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ao ex-presidente Mursi, vítima de um "golpe de Estado", segundo esse chefe de governo.

Erdogan afirmou recentemente que Mohamed Mursi, de quem é amigo, continua a ser o único chefe de Estado egípcio legítimo.

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