Jornalistas da Al Jazeera assistem ao julgamento dentro de celas, no Egito: "não aguentamos mais", declarou o diretor do escritório da Al Jazeera no Cairo (Khaled Desouki/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 15h01.
Cairo - Um tribunal egípcio rejeitou nesta segunda-feira o pedido de libertação sob fiança apresentado pelos advogados dos jornalistas da Al Jazeera detidos sob a acusação de apoio aos islamitas.
Durante uma nova audiência deste caso, visto pelos defensores dos direitos humanos como uma prova do retorno de um regime autoritário no Egito, três jornalistas, que estão há quase 100 dias na prisão, defenderam-se das acusações.
"Por favor, tire-nos da prisão, estamos cansados. Não aguentamos mais", declarou o diretor do escritório da Al Jazeera no Cairo, o egípcio-canadense Mohamed Fadel Fahmy.
Com outros sete homens, ele é acusado de apoiar a Irmandade Muçulmana, a confraria à qual pertence o presidente deposto Mohamed Mursi, proclamada "organização terrorista" pelas autoridades.
"Hoje, nosso único desejo é o de continuar a lutar para sair da prisão (...). Estamos prontos para aceitar todas as condições", declarou por sua vez o jornalista australiano Peter Greste, detido no final de dezembro no Cairo junto a Fahmy e ao egípcio Baher Mohamed.
No total, 20 pessoas respondem a este processo. Dezesseis egípcios são acusados de pertencer a "uma organização terrorista" e quatro estrangeiros de fornecer "dinheiro, equipamentos e informações" para "difundir falsas notícias".
A próxima audiência está marcada para 10 de abril.