Militantes de grupo ligado ao Hamas: representante negou desejo de aceitar acordo (Said Khatib/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2014 às 09h17.
Cairo - O membro do gabinete político do movimento islamita Hamas, Izzat al Rishq, disse nesta quarta-feira que as autoridades egípcias asseguraram que empregarão o "máximo esforço" para cumprir com as exigências palestinas no conflito com Israel.
Após uma reunião no Cairo entre a delegação palestina e o chefe do serviço secreto egípcio, general Mohammed Farid al Tohami, o dirigente palestino qualificou de "responsável" o encontro, no qual a delegação palestina ressaltou suas exigências, sobretudo o fim da ofensiva e do embargo sobre Gaza.
"Escutamos de Tohami uma posição positiva, ele explicou que o Egito tem interesse em ajudar o povo palestino para o fim da agressão israelense e que tomará como sua a postura palestina", disse Rishq.
O representante do Hamas negou estar disposto a aceitar um acordo de paz que não "esteja ao nível dos sacrifícios" feitos pelo povo palestino. Gaza vive hoje a segunda jornada de uma trégua de 72 horas.
"Nosso povo não aceitará que continue a ocupação israelense, que é a base dos crimes", afirmou.
Rishq disse acreditar que os países árabes, especialmente o Egito, possuem as ferramentas para influenciar e pressionar o "inimigo" (Israel).
Além disso, o líder do Hamas destacou a unidade palestina e afirmou que o objetivo de "destruir o projeto nacional palestino, a resistência, a unidade e o governo de consenso nacional" fracassou, já que, segundo ele, a aceitação israelense da trégua aconteceu pois o governo chegou a um "caminho sem saída".
"Demonstramos que estamos mais unidos do que nunca", expressou Rishq. O dirigente garantiu que o Hamas não aceitará nenhuma proposta sobre seu desarmamento.
Em 2 de junho, os movimentos palestinos Hamas e Fatah chegaram a um acordo para a formação de um governo de reconciliação nacional, que Israel atacou desde antes de sua composição.
Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde de Gaza, a ofensiva militar israelense deixou desde seu início, em 8 de julho, 1.867 palestinos mortos e 9.563 feridos.