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Egito elogia ação da polícia e preocupa ativistas

Corpos de pessoas mortas pelas forças de segurança eram ignorados pela mídia egípcia, enquanto quatro dos policiais que morreram foram tratados como heróis

Apoiador de Mursi ferido: violência preocupa os egípcios que temem que um novo aparato de segurança afirmativo tente tirar ainda mais de curso uma transição democrática (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2013 às 13h45.

Cairo - Enquanto os corpos de centenas de pessoas mortas pelas forças de segurança eram ignorados pela mídia egípcia em uma mesquita do Cairo, quatro dos policiais que morreram na violência foram tratados como heróis em uma transmissão do funeral ao vivo pela televisão estatal.

"Eles morreram guardando esta nação", disse o comentarista da TV, com os quatro caixões envoltos em bandeiras egípcias sendo colocados em caminhões de bombeiros para um cortejo acompanhado por uma banda.

O governo apoiado pelo Exército tem louvado a força policial que esmagou os protestos de apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi esta semana, matando pelo menos 578 pessoas, em um dia de derramamento de sangue que superou qualquer coisa vista no regime de 30 anos do autocrata Hosni Mubarak, derrubado em 2011.

A violência, junto com a volta do Exército ao coração do governo, preocupa os egípcios que temem que um novo aparato de segurança afirmativo tente tirar ainda mais de curso uma já abalada transição democrática.

"É muito preocupante", disse Ahmed Maher, fundador do Movimento 6 de Abril, que ajudou a inflamar a revolta de 2011 contra Mubarak, alimentada pela raiva contra a brutalidade policial. "Eles estão tentando apresentar a polícia como anjos." Desde que Mursi foi derrubado em 3 de julho, a polícia mostrou uma confiança não vista desde a queda de Mubarak.

O ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, disse que 43 policiais foram mortos, uma contagem que a Irmandade diz ser parte da propaganda para demonizar o grupo e justificar uma repressão ainda mais dura.

Ibrahim, nomeado por Mursi, encarna o recente estado de espírito assertivo ao apontar as políticas da era Mubarak como um modelo para o futuro, ao falar sobre os ataques a postos de polícia em todo o Egito.


"Eu prometo que, assim que as condições se estabilizarem e a rua egípcia se estabilizar, o quanto antes possível, a segurança será restaurada a esta nação será como era antes de 25 de janeiro (2011)", disse ele em coletiva de imprensa, na quarta-feira.

Ele também disse que vigílias de protesto não serão mais toleradas.

No mês passado, Ibrahim disse que estava ressuscitando a agência de "segurança política", revivendo as lembranças dos dias em que a polícia secreta era usada ​​como um instrumento de opressão política e esquadrões de choque esmagavam qualquer pequeno protesto.

Ativistas de direitos humanos dizem que não houve uma verdadeira reforma da polícia desde a época de Mubarak. As denúncias de tortura policial e uso excessivo da força não diminuíram, e são cada vez maiores os temores de que se permita o uso da força para reprimir adversários políticos.

"Eu não acho que eles serão capazes de voltar no tempo", disse Karim Ennarah, do Instituto Egípcio para os Direitos Pessoais. "Não é que eles não vão tentar. Acho que eles vão tentar, eles podem pensar que esta é a melhor oportunidade para se recuperar."

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Cairo - Enquanto os corpos de centenas de pessoas mortas pelas forças de segurança eram ignorados pela mídia egípcia em uma mesquita do Cairo, quatro dos policiais que morreram na violência foram tratados como heróis em uma transmissão do funeral ao vivo pela televisão estatal.

"Eles morreram guardando esta nação", disse o comentarista da TV, com os quatro caixões envoltos em bandeiras egípcias sendo colocados em caminhões de bombeiros para um cortejo acompanhado por uma banda.

O governo apoiado pelo Exército tem louvado a força policial que esmagou os protestos de apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi esta semana, matando pelo menos 578 pessoas, em um dia de derramamento de sangue que superou qualquer coisa vista no regime de 30 anos do autocrata Hosni Mubarak, derrubado em 2011.

A violência, junto com a volta do Exército ao coração do governo, preocupa os egípcios que temem que um novo aparato de segurança afirmativo tente tirar ainda mais de curso uma já abalada transição democrática.

"É muito preocupante", disse Ahmed Maher, fundador do Movimento 6 de Abril, que ajudou a inflamar a revolta de 2011 contra Mubarak, alimentada pela raiva contra a brutalidade policial. "Eles estão tentando apresentar a polícia como anjos." Desde que Mursi foi derrubado em 3 de julho, a polícia mostrou uma confiança não vista desde a queda de Mubarak.

O ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, disse que 43 policiais foram mortos, uma contagem que a Irmandade diz ser parte da propaganda para demonizar o grupo e justificar uma repressão ainda mais dura.

Ibrahim, nomeado por Mursi, encarna o recente estado de espírito assertivo ao apontar as políticas da era Mubarak como um modelo para o futuro, ao falar sobre os ataques a postos de polícia em todo o Egito.


"Eu prometo que, assim que as condições se estabilizarem e a rua egípcia se estabilizar, o quanto antes possível, a segurança será restaurada a esta nação será como era antes de 25 de janeiro (2011)", disse ele em coletiva de imprensa, na quarta-feira.

Ele também disse que vigílias de protesto não serão mais toleradas.

No mês passado, Ibrahim disse que estava ressuscitando a agência de "segurança política", revivendo as lembranças dos dias em que a polícia secreta era usada ​​como um instrumento de opressão política e esquadrões de choque esmagavam qualquer pequeno protesto.

Ativistas de direitos humanos dizem que não houve uma verdadeira reforma da polícia desde a época de Mubarak. As denúncias de tortura policial e uso excessivo da força não diminuíram, e são cada vez maiores os temores de que se permita o uso da força para reprimir adversários políticos.

"Eu não acho que eles serão capazes de voltar no tempo", disse Karim Ennarah, do Instituto Egípcio para os Direitos Pessoais. "Não é que eles não vão tentar. Acho que eles vão tentar, eles podem pensar que esta é a melhor oportunidade para se recuperar."

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