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Egito comemora 'Sexta-feira da Ira'

Encorajados pela tranquilidade e pelo sucesso da celebração do primeiro aniversário da revolução, milhares de pessoas lotaram novamente a emblemática praça Tahrir

Gente de todas as idades e camadas sociais se reuniram no coração do Cairo (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 17h59.

Cairo - Se há um ano o centro do Cairo ,  foi cenário de uma batalha campal entre manifestantes e forças de segurança, a comemoração daquele fatídico dia, a chamada 'Sexta-feira da Ira', teve grandes e festivas passeatas.

Encorajados pela tranquilidade e pelo sucesso da celebração na última quarta-feira do primeiro aniversário da revolução, milhares de pessoas lotaram novamente a emblemática praça Tahrir.

Gente de todas as idades e camadas sociais se reuniram no coração do Cairo, levando bandeiras egípcias e cartazes em lembrança aos mártires da revolução e contra a Junta Militar que dirige o país desde a renúncia do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.

Em Tahrir o ambiente era alegre entre as lojas e barracas de comida e bebida para lembrar o decisivo 28 de janeiro da Ira, comemorado hoje por ser uma sexta-feira.

Mas os lanches também deram lugar ao debate e às reivindicações, com o povo ciente de que ainda há um longo caminho a percorrer.

'Temos que começar de novo porque não confiamos na Junta Militar, que matou muitos dos nossos no último ano', disse à Agência Efe o jovem Hassan Shehata, membro do grupo Bedaya (Início).

O jovem não acredita na promessa da cúpula militar de abandonar o poder no próximo dia 30 de junho, depois da eleição do novo presidente.

Enquanto distribuía panfletos que apoiavam a formação de um conselho presidencial civil para substituir os dirigentes militares, Shehata ressaltou que é necessária 'uma nova revolução porque a anterior não alcançou seus objetivos'.


Tais apelos se reproduziram pela praça em cartazes como 'Não é um 'déjà vu'; é a Revolução de 25 de Janeiro 2', e palavras de ordem como as de um ano atrás, nas quais o nome de Mubarak é substituído pelo do marechal Hussein Tantawi, máxima autoridade do país atualmente.

O prêmio Nobel da Paz, Mohamed el Baradei, se uniu ao debate, apesar ter renunciado a candidatura à Presidência. Em sua conta no Twitter, Baradei assinalou várias etapas a percorrer, a primeira delas a escolha de um presidente interino pela Câmara Baixa do Parlamento.

'Após um ano de caos, é chegado o momento de entrar em acordo para corrigir o destino', acrescentou.

No entanto, a ânsia por revolução e mudança imediata não tomou conta de todos os presentes em Tahrir, onde se percebeu a divisão entre a mera celebração e os atos reivindicativos.

Entre os partidários estão os seguidores dos Irmãos Muçulmanos e de seu Partido Liberdade e Justiça (PLJ), que compareceram à praça com o espírito de celebrar o êxito da revolução, após terem sido os ganhadores indiscutíveis das recentes eleições legislativas.

Um dos porta-vozes do PLJ, Ahmed Subai, assegurou que seu grupo está 'ao lado do povo', mas que agora é o momento de confiar no novo Parlamento.

'Se o povo decidir por uma nova revolução, vamos apoiá-lo, mas o Parlamento já foi eleito como fonte autêntica de legitimidade e todos temos que nos comprometer com essa escolha', ressaltou.


Os seguidores dos Irmãos Muçulmanos foram a Tahrir na última quarta-feira e decidiram ficar na praça até sábado para 'evitar distúrbios', detalhou Subai.

Sua presença, no entanto, despertou alguns atritos e os manifestantes os obrigaram a retirar um cartaz no qual se lia 'O primeiro aniversário da revolução' ao considerar que o objetivo não é a celebração, mas completar os objetivos da histórica rebelião contra Mubarak.

Apesar das pequenas brigas, a harmonia reinou em Tahrir, em claro contraste com o ocorrido há um ano, quando o regime de Mubarak decretou toque de recolher e pôs o Exército nas ruas, o que marcou o começo do fim de uma era.

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Cairo - Se há um ano o centro do Cairo ,  foi cenário de uma batalha campal entre manifestantes e forças de segurança, a comemoração daquele fatídico dia, a chamada 'Sexta-feira da Ira', teve grandes e festivas passeatas.

Encorajados pela tranquilidade e pelo sucesso da celebração na última quarta-feira do primeiro aniversário da revolução, milhares de pessoas lotaram novamente a emblemática praça Tahrir.

Gente de todas as idades e camadas sociais se reuniram no coração do Cairo, levando bandeiras egípcias e cartazes em lembrança aos mártires da revolução e contra a Junta Militar que dirige o país desde a renúncia do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.

Em Tahrir o ambiente era alegre entre as lojas e barracas de comida e bebida para lembrar o decisivo 28 de janeiro da Ira, comemorado hoje por ser uma sexta-feira.

Mas os lanches também deram lugar ao debate e às reivindicações, com o povo ciente de que ainda há um longo caminho a percorrer.

'Temos que começar de novo porque não confiamos na Junta Militar, que matou muitos dos nossos no último ano', disse à Agência Efe o jovem Hassan Shehata, membro do grupo Bedaya (Início).

O jovem não acredita na promessa da cúpula militar de abandonar o poder no próximo dia 30 de junho, depois da eleição do novo presidente.

Enquanto distribuía panfletos que apoiavam a formação de um conselho presidencial civil para substituir os dirigentes militares, Shehata ressaltou que é necessária 'uma nova revolução porque a anterior não alcançou seus objetivos'.


Tais apelos se reproduziram pela praça em cartazes como 'Não é um 'déjà vu'; é a Revolução de 25 de Janeiro 2', e palavras de ordem como as de um ano atrás, nas quais o nome de Mubarak é substituído pelo do marechal Hussein Tantawi, máxima autoridade do país atualmente.

O prêmio Nobel da Paz, Mohamed el Baradei, se uniu ao debate, apesar ter renunciado a candidatura à Presidência. Em sua conta no Twitter, Baradei assinalou várias etapas a percorrer, a primeira delas a escolha de um presidente interino pela Câmara Baixa do Parlamento.

'Após um ano de caos, é chegado o momento de entrar em acordo para corrigir o destino', acrescentou.

No entanto, a ânsia por revolução e mudança imediata não tomou conta de todos os presentes em Tahrir, onde se percebeu a divisão entre a mera celebração e os atos reivindicativos.

Entre os partidários estão os seguidores dos Irmãos Muçulmanos e de seu Partido Liberdade e Justiça (PLJ), que compareceram à praça com o espírito de celebrar o êxito da revolução, após terem sido os ganhadores indiscutíveis das recentes eleições legislativas.

Um dos porta-vozes do PLJ, Ahmed Subai, assegurou que seu grupo está 'ao lado do povo', mas que agora é o momento de confiar no novo Parlamento.

'Se o povo decidir por uma nova revolução, vamos apoiá-lo, mas o Parlamento já foi eleito como fonte autêntica de legitimidade e todos temos que nos comprometer com essa escolha', ressaltou.


Os seguidores dos Irmãos Muçulmanos foram a Tahrir na última quarta-feira e decidiram ficar na praça até sábado para 'evitar distúrbios', detalhou Subai.

Sua presença, no entanto, despertou alguns atritos e os manifestantes os obrigaram a retirar um cartaz no qual se lia 'O primeiro aniversário da revolução' ao considerar que o objetivo não é a celebração, mas completar os objetivos da histórica rebelião contra Mubarak.

Apesar das pequenas brigas, a harmonia reinou em Tahrir, em claro contraste com o ocorrido há um ano, quando o regime de Mubarak decretou toque de recolher e pôs o Exército nas ruas, o que marcou o começo do fim de uma era.

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