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Egípcias pedem mais visibilidade política no Dia da Mulher

Depois do papel exercido durante a revolução que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak, as egípcias acabaram com quase nenhuma representação no novo Parlamento

Segundo o Mapa Mundial da Mulher na Política 2012, recentemente apresentado na ONU, apenas 10,7% dos membros do Parlamento são mulheres nos países árabes (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Segundo o Mapa Mundial da Mulher na Política 2012, recentemente apresentado na ONU, apenas 10,7% dos membros do Parlamento são mulheres nos países árabes (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2012 às 17h54.

Cairo - O Egito celebrou o Dia Internacional da Mulher com uma passeata de centenas de pessoas pelo centro do Cairo com pedidos para que as egípcias tenham maior relevância política na atual transição do país.

Depois do papel exercido durante a revolução que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak, as egípcias acabaram com quase nenhuma representação no novo Parlamento, onde apenas 11 mulheres participam da Câmara Baixa, somente 2% do total de cadeiras.

Por isso, nesta quinta-feira, as egípcias pediram para estar pelo menos incluídas na Assembleia Constituinte que redigirá a nova Constituição, segundo informaram as ativistas.

O Parlamento do Egito divulgará no próximo dia 24 de março os nomes dos 100 membros desse comitê que deverá representar todas as camadas da sociedade civil.

As ativistas temem não estarem representadas na citada comissão e algumas se mostram favoráveis ao sistema de cotas para o Parlamento existente durante a era de Mubarak.

Neste sentido, o deputado Mohammed el Beltegy do islamita Partido Liberdade e Justiça (PLJ), que domina metade da Câmara Baixa, disse hoje em uma conferência que o Egito não precisa de cotas porque após a revolução 'a responsabilidade é compartilhada por homens e mulheres'.

A passeata pelo Dia da Mulher saiu da sede do Sindicato de Jornalistas e se dirigiu ao edifício do Parlamento, passando pela emblemática Praça Tahrir, onde as mulheres se manifestaram com os homens durante a revolução e os protestos posteriores.

Também fez alusão à revolução egípcia e à Primavera Árabe em geral, pedindo em comunicado a 'todas as forças da sociedade e organismos governamentais que redobrem seus esforços para a consolidação da mulher'.

Apesar dos avanços conquistados pelas revoltas para a democracia no mundo árabe, não houve uma melhora significativa nos direitos das mulheres, embora algumas tenham recebido prêmios internacionais, como a ativista iemenita Tawakul Karman com o prêmio Nobel da Paz 2011.

Segundo o Mapa Mundial da Mulher na Política 2012, recentemente apresentado na ONU, apenas 10,7% dos membros do Parlamento são mulheres nos países árabes, a região do mundo com menor presença feminina neste âmbito. 

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