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Economist: reação do PSDB pode ter vindo tarde demais

Reverter a situação mostrada pelas pesquisas parece "difícil como dar um cavalo-de-pau em um caminhão de 10 toneladas", diz a Economist

Apesar de conseguir alguns pontos nas pesquisas, Serra ainda não tem o que comemorar, segundo a Economist (Wikimedia Commons/EXAME.com)

Apesar de conseguir alguns pontos nas pesquisas, Serra ainda não tem o que comemorar, segundo a Economist (Wikimedia Commons/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 17h50.

São Paulo - Depois de atravessar uma fase de desalento, a candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República deu uma arrancada para conquistar votos, motivada pelo resultado do primeiro turno. Entretanto, reportagem publicada pela revista britânica The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (21), questiona o timing dos tucanos para organizar sua reação e afirma que o partido pode ter apertado o passo tarde demais.

A revista lembra que, meses atrás, "até os próprios companheiros de partido (de Serra) haviam dado a disputa como perdida". O quadro mudou depois do dia três de outubro. As pesquisas eleitorais começaram a mostrar uma diferença cada vez menor entre as intenções de voto de Serra e da candidata do PT, Dilma Roussef.

Esta redução se deve em grande parte à estratégia de Serra ao usar questões polêmicas contra sua adversária. O alvoroço estabelecido quando Dilma foi acusada de ser favorável ao aborto - fato negado veementemente pela própria candidata - foi explorado amplamente pela propaganda eleitoral do PSDB.

Outra estratégia do partido lembrada pela revista foi a frequente comparação entre as diferenças dos currículos de Serra e Dilma na carreira política. Os últimos ingredientes na receita da arrancada do PSDB rumo ao segundo turno são as críticas de Serra ao fato de Dilma se apoiar na popularidade de Lula para conquistar votos.

Mesmo que as estratégias tenham funcionado, o PSDB ainda não tem o que comemorar. Segundo a Economist, as preocupações com a confiabilidade das pesquisas de intenção de voto complicam a vida de quem tenta prever o resultado. "É difícil construir uma amostra representativa em um país grande, diversificado e desigual como o Brasil."

Por causa desta incerteza, a revista afirma que ainda há duas narrativas possíveis para o fim da disputa. Em uma delas, as pesquisas superestimam a liderança da petista. Neste cenário, todo o apoio que ela ganhou de Lula não foi suficiente. Serra, por sua vez, consegue os votos tanto de eleitores dos estados em que o PSDB chegou ao governo quanto daqueles que escolheram Marina Silva no primeiro turno.

Na outra realidade possível, Dilma, depois de um período desajeitado em sua candidatura, retoma o controle e aumenta a distância com relação a Serra. Neste caso, as pesquisas de intenção de votos se tornam relevantes mais como guia para os eleitores ainda indecisos do que propriamente por seu resultado.

"Mesmo com os argumentos persuasivos de Serra nas últimas semanas, recuperar a liderança a poucos dias do segundo turno seria como tentar parar um caminhão de 10 toneladas usando o freio de mão. Qual destas duas versões está mais próxima da realidade é algo que só será revelado quando os votos forem contados", conclui a matéria.

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