Mundo

Drone na casa de premiê poderia levar césio de Fukushima

A possibilidade foi levantada porque os isótopos detectados no equipamento não existem na natureza e são produto da fissão nuclear


	Polícia japonesa usa pano azul para cobrir e inspecionar drone: a origem da aeronave ainda é desconhecida pelas autoridades
 (AFP)

Polícia japonesa usa pano azul para cobrir e inspecionar drone: a origem da aeronave ainda é desconhecida pelas autoridades (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2015 às 06h44.

Tóquio - As autoridades japonesas averiguam a possibilidade de o césio radioativo detectado em um drone encontrado na cobertura da residência oficial do primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, pertencer à usina nuclear de Fukushima, disseram nesta quinta-feira fontes ligadas à investigação.

A possibilidade foi levantada porque os isótopos detectados no equipamento (césio-134 e césio-137) não existem na natureza e são produto da fissão nuclear, conforme explicaram membros da Polícia Metropolitana de Tóquio à agência "Kyodo".

O terremoto e o tsunami que atingiram o Japão em março de 2011 provocaram na usina de Fukushima o pior desastre atômico desde Chernobyl (Ucrânia).

As emissões e vazamentos radioativos prejudicaram seriamente a agricultura e a pesca local, mantendo cerca de 70 mil pessoas que viviam próximas ao local longe de suas casas até hoje.

O drone, de cerca de 50 centímetros de envergadura, foi encontrado ontem junto ao heliporto instalado na cobertura da residência do primeiro-ministro, em Tóquio. A origem da aeronave ainda é desconhecida pelas autoridades.

Abe está fora da capital japonesa desde ontem, quando viajou a Jacarta, na Indonésia, para participar da Conferência Ásia-África.

O equipamento possui uma câmera e um pequeno compartimento cheio de um líquido no qual foram detectadas as emissões radioativas. Elas são de baixa intensidade e não representam riscos à saúde.

O drone, um modelo que pode ser encontrado facilmente no comércio japonês, também levava um adesivo com o símbolo de advertência de contaminação radioativa, conhecido popularmente como trevo radioativo.

A Polícia Metropolitana de Tóquio explicou que a última verificação feita na cobertura da residência oficial ocorreu no dia 22 de março, dificultando o trabalho de definir quando o equipamento pousou no local.

O incidente reabriu as discussões sobre a falta de regulação em relação ao uso de drones para sobrevoar edifícios e instalações restritas no Japão. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaFukushimaJapãoPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Papa Francisco: novo boletim médico do indica 'leve melhora' em quadro inflamatório

Sobrevoos de drones dos EUA no México são 'colaboração' antiga, diz presidente

Egito diz que Faixa de Gaza pode ser reconstruída em 3 anos

Conversas sobre a segunda fase do cessar-fogo em Gaza começarão na próxima semana