Dona da Jeep e Fiat critica taxas contra China e diz que vai lutar para "permanecer competitiva"
A Stellantis disse que não assumirá uma postura defensiva na batalha pelas vendas de carros elétricos em meio à guerra comercial entre Europa e China
Redação Exame
Publicado em 14 de junho de 2024 às 06h52.
A Stellantis, dona de marcas como Jeep e Fiat, disse que não assumirá uma postura defensiva na batalha pelas vendas decarros elétricos em meio a sinais de uma escalada da guerra comercial no mercado entre Europa e a China. As informações são do The Guardian.
O presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, criticou as tarifas da UE sobre carros chineses importados anunciadas na quarta-feira e disse que a quarta maior montadora do mundo preferia “lutar para permanecer competitiva”.
A Comissão Europeia pretende aplicar taxas adicionais de até 38,1% sobre carros elétricos importados fabricados na China a partir de julho, uma medida contra a qual Pequim provavelmente retaliará. A sobretaxa também pode atingir carros europeus montados no gigante asiático.
A indústria automobilística europeia se opôs às tarifas, sendo as montadoras alemãs as mais expostas a uma guerra comercial, uma vez que quase um terço das suas vendas vieram da China no ano passado.
Tavares disse que a Stellantis manterá a sua estratégia com a China, focada na exportação para o país em vez de fabricar lá.
"Preferimos nos movimentar do que sermos informados de que seremos protegidos, porque não acreditamos que estar protegidos seja uma posição competitiva duradoura para uma empresa como a nossa. Vamos lutar para sermos tão competitivos quanto deveríamos no desempenho dos produtos, na gama, na acessibilidade; vamos competir porque somos uma empresa global", falou o executivo num encontro para investidores.
A Stellantis comprou uma participação de 21% na montadora chinesa Leapmotor e formou uma joint venture com ela, permitindo à empresa europeia vender e fabricar veículos da Leapmotor fora da China. A Stellantis lidera o negócio com uma participação de 51% e planeja exportar dois modelos de veículos elétricos da China até o final do ano.
As novas tarifas da UE somam-se à taxa de 10% já existente sobre carros importados no bloco, o que significa que alguns veículos elétricos fabricados na China poderiam enfrentar tarifas totais de até 48%. Essas taxas, segundo autoridades europeias, visam contrapor o subsídio estatal concedido à indústria automobilística chinesa, que permitiu vender automóveis a preços mais baratos do que os dos rivais globais.