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Dois soldados franceses morrem na República Centro-Africana

Dois soldados franceses morreram em Bangui, capital da República Centro-Africana, onde o exército da França realiza uma operação militar

Soldados franceses patrulham uma área da República Centro-Africana: estas são as primeiras vítimas francesas desde o início da operação (Fred Dufour/AFP)

Soldados franceses patrulham uma área da República Centro-Africana: estas são as primeiras vítimas francesas desde o início da operação (Fred Dufour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 10h09.

Paris - Dois soldados franceses morreram em combate nesta terça-feira em Bangui, durante a operação de desarmamento das milícias na capital da República Centro-Africana, que deve receber o presidente francês, François Hollande.

"Dois soldados do oitavo regimento de paraquedistas de infantaria da Marinha de Castres" (sul da França) morreram em combate em Bangui", afirma um comunicado da presidência francesa.

Estas são as primeiras vítimas francesas desde o início da operação "Sangaris", na quinta-feira da semana passada. Após a autorização da ONU, o exército francês enviou 1.600 soldados ao país para apoiar uma força africana já presente no país, a MISCA (2.500 soldados).

Na manhã desta terça-feira, os soldados da operação "Sangaris" prosseguiam com o desarmamento em várias zonas da cidade, especialmente na saída norte.

Nas últimas horas não foram registrados confrontos ou trocas de tiros em Bangui, onde a população buscava material de primeira necessidade depois de vários dias de paralisação quase total das atividades.

Os soldados franceses iniciaram na segunda-feira o desarmamento das milícias e grupos armados, após uma nova onda de violência que deixou quase 400 mortos na capital em apenas três dias.

Hollande visitará a República Centro-Africana ainda nesta terça-feira, depois de acompanhar a cerimônia em homenagem a Nelson Mandela em Soweto (África do Sul).


"O presidente vai fazer escala em Bangui quando deixar a África do Sul ao final do dia", afirmou uma fonte da presidência francesa à AFP.

Nos últimos dias, os homens armados desapareceram das ruas da capital. Alguns abandonaram os uniformes e esconderam as armas para evitar os soldados franceses.

Apesar da operação internacional, na segunda-feira à tarde foram registrados focos de violência, fundamentalmente saques, à margem da operação de desarmamento.

Todos os que ainda estavam nas ruas foram desarmados, segundo uma fonte militar francesa, que destacou a cooperação com a MISCA, a força africana já presente em território centro-africano.

Soldados franceses foram mobilizados na República Centro-Africana, onde por mandato da ONU devem apoiar a força africana mobilizada ali para restabelecer a segurança no país.

Após a autorização da ONU, o exército francês lançou uma operação de apoio a uma força africana já presente. Paris afirmou no sábado que o contingente francês será de 1.600 soldados.

Aproximadamente 400 pessoas morreram nos episódios de violência registrados nos últimos três dias em Bangui, segundo o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius.

A República Centro-Africana está em conflito desde que a coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, derrubou o presidente François Bozizé no mês de março.

Um governo de transição liderado por um ex-rebelde perdeu o controle do país e grupos rivais, cristãos e muçulmanos, iniciaram uma série de confrontos extremamente violentos.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu na segunda-feira aos habitantes da República Centro-Africana que rejeitem a violência que abala o país e que as autoridades consigam prender os autores dos crimes.

De acordo com Obama, o país pode evitar o caminho da violência e da vingança.

*Atualização às 11h09 do dia 10/12/2013

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