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Novo vídeo mostra que dois mísseis derrubaram avião ucraniano no Irã

Imagens de câmeras de segurança verificadas pelo NY Times mostram que dois mísseis disparados com 30 segundos de distância derrubaram o voo 752

Aeronave da Ukraine International Airlines (West Asia News Agency/Reuters)

Aeronave da Ukraine International Airlines (West Asia News Agency/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 20h48.

Última atualização em 14 de janeiro de 2020 às 20h52.

Dubai - Novas gravações de câmeras de segurança mostram dois mísseis, disparados com um intervalo de 30 segundos, atingindo o voo 752 da Ukraine International Airlines logo após a decolagem, noticiou o jornal New York Times nesta terça-feira.

Autoridades da Inteligência dos EUA haviam dito em 9 de janeiro que foram detectados sinais de calor de dois mísseis nas proximidades da aeronave.

O Irã abateu o avião na quarta-feira, quando suas forças militares estavam sob alerta elevado, horas após disparar mísseis contra alvos norte-americanos no Iraque. O país admitiu o erro no sábado, após dias negando a culpa.

Uma pessoa que publicou na internet um vídeo de um míssil atingindo o avião foi detida pela Guarda Revolucionária iraniana, segundo a agência de notícias semioficial Fars.

https://nyti.ms/2FPhFpx

O Irã afirmou nesta terça-feira que prendeu suspeitos acusados de envolvimento na derrubada do avião que matou todas as 176 pessoas a bordo, acrescentando que também foram detidas 30 pessoas envolvidas em manifestações contra o governo, que já duram quatro dias e foram desencadeadas pelo desastre.

Em pronunciamento nesta terça-feira, o presidente Hassan Rouhani prometeu uma investigação minuciosa sobre o "erro imperdoável" de se abater a aeronave. A ação foi o mais recente de uma série de pedidos de desculpas pelo governo, embora estes tenham sido pouco efetivos para acalmar a irritação pública.

Além disso, Reino Unido, França e Alemanha aumentaram a pressão diplomática sobre o Irã, dando andamento a um mecanismo de disputa que visa contestar o país por uma violação dos limites de seu programa nuclear, estipulados em um acordo abandonado pelos Estados Unidos em 2018.

O país asiático tem enfrentado uma escalada nos conflitos com o Ocidente e uma onda de distúrbios desde que os EUA mataram o mais poderoso comandante militar iraniano em um ataque a drones conduzido em 3 de janeiro.

Protestos

Desde que o país admitiu oficialmente a ação, manifestantes --muitos deles estudantes-- vêm realizando protestos diários, nos quais entoam "Clérigos, desapareçam!" e pedem a saída do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, no poder há mais de 30 anos.

A polícia respondeu a alguns dos protestos com uma violenta repressão, mostraram vídeos publicados em redes sociais. Neles aparecem policiais espancando manifestantes com cassetetes, pessoas sendo carregadas, poças de sangue nas ruas e o som de tiros.

Um vídeo publicado nesta terça-feira mostrou um policial utilizando uma arma de choque para atacar um homem, que se contorcia no chão.

A polícia iraniana negou ter disparado contra manifestantes, afirmando que os policiais foram orientados a agir com moderação. O Judiciário do país disse que 30 pessoas foram detidas em meio aos distúrbios, mas que as autoridades mostram tolerância em relação a "protestos legais".

Os protestos desta terça-feira aparentavam ser pacíficos, com encontros em duas universidades de Teerã. "Onde está a Justiça?", bradavam alguns dos manifestantes.

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