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Dobrar energia nuclear reduziria mudança climática, diz ONU

"A energia nuclear não produz praticamente nenhuma emissão de gases do efeito estufa ou poluentes", assegura a AIEA

Usina nuclear: a comunidade internacional acordou em 2009 tentar manter abaixo de 2 graus centígrados o aumento da temperatura do planeta (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2015 às 13h23.

Viena - Apesar do medo gerado após o acidente de Fukushima em 2011 e a rejeição ao seu uso em muitos países, a energia nuclear pode ser um aliado essencial na luta contra a mudança climática se sua capacidade de produção dobrar para o ano 2040, segundo um relatório da agência da ONU apresentado nesta terça-feira em Viena.

"A energia nuclear não produz praticamente nenhuma emissão de gases do efeito estufa ou poluentes e só emissões muito baixas durante tudo seu ciclo vital", assegura esse trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que será debatido na Conferência do Clima de Paris no final deste ano.

O relatório lembra que a comunidade internacional acordou em 2009 tentar manter abaixo de 2 graus centígrados o aumento da temperatura do planeta, o limite sob o qual ainda é possível evitar os efeitos mais devastadores da mudança climática.

Para contribuir para essa meta, a produção de energia nuclear teria que duplicar, até os 862 gigawatts elétricos, nas próximas duas décadas.

Sem energia nuclear é "improvável" que se consiga deter a mudança climática, opina David Shropshire, chefe de Planejamento e Estudos Econômicos da AIEA.

"Seria preciso atividades muito importantes para substituí-la, bem mediante um aumento das energias renováveis até um nível que é difícil de acreditar, ou com uma eficiência energética aplicada até tal extremo que requeria uma enorme quantidade de dinheiro", explicou.

Segundo este especialista, para que o átomo mantenha seu papel na luta contra o aquecimento global, será necessário construir entre dez e vinte centrais atômicas ao ano até 2040, algo possível se os governos investirem nesta fonte de energia.

Em geral, este reporte apresenta a energia nuclear como uma fonte mais barata que o carvão, mais limpa inclusive que a solar e a eólica e com suficiente capacidade como para satisfazer a crescente demanda de eletricidade.

Segundo a AIEA, nos últimos 25 anos o uso de energia nuclear evitou a emissão de 56 gigatoneladas de CO2, equivalente às emissões globais de dois anos.

Por exemplo, Shropshire defende que o preço da eletricidade gerada pela nuclear é de entre US$ 26 e 64 por megawatt/hora, frente aos US$ 65-95 das usinas de carvão.

Com relação às emissões de gases do efeito estufa, o relatório diz que, levando em conta todo o ciclo vital (desde a extração de materiais até a construção e gestão da usina e o processamento de resíduos) as da energia nuclear são menores que as da solar e eólica.

Com esses argumentos, este organismo da ONU insiste que a energia nuclear deve ser levada em conta no futuro e devem acabar com as "incertezas" que a rodeiam e que a podem fazer menos atrativa que o uso de combustíveis fósseis.

Incertezas que têm a ver, segundo o relatório, com o elevado investimento inicial que representa uma usina atômica e o tempo que demora em rentabilizá-la (frente à atual queda do preço do petróleo, por exemplo), mas também com a "falta de apoio do público e governamental".

Rússia, China e outros países da Ásia e Europa do Leste são os mais interessados em ampliar e renovar suas instalações nucleares, enquanto a Europa e Estados Unidos, manterão, no melhor dos casos, seu atual capacidade.

O relatório reconhece que os riscos derivados da radiação, os resíduos radioativos e as armas atômicas influenciam sobre a aceitação entre o público deste tipo de energia, sobretudo após o desastre de Fukushima.

Contudo, a AIEA indica que essa aceitação social está se recuperando lentamente em alguns países.

Sobre o temor a acidentes nucleares, Shropshire assegura que nenhuma tecnologia está livre de risco e o próprio relatório insiste em que a indústria nuclear se submeteu a um processo de melhora da segurança desde Fukushima.

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Viena - Apesar do medo gerado após o acidente de Fukushima em 2011 e a rejeição ao seu uso em muitos países, a energia nuclear pode ser um aliado essencial na luta contra a mudança climática se sua capacidade de produção dobrar para o ano 2040, segundo um relatório da agência da ONU apresentado nesta terça-feira em Viena.

"A energia nuclear não produz praticamente nenhuma emissão de gases do efeito estufa ou poluentes e só emissões muito baixas durante tudo seu ciclo vital", assegura esse trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que será debatido na Conferência do Clima de Paris no final deste ano.

O relatório lembra que a comunidade internacional acordou em 2009 tentar manter abaixo de 2 graus centígrados o aumento da temperatura do planeta, o limite sob o qual ainda é possível evitar os efeitos mais devastadores da mudança climática.

Para contribuir para essa meta, a produção de energia nuclear teria que duplicar, até os 862 gigawatts elétricos, nas próximas duas décadas.

Sem energia nuclear é "improvável" que se consiga deter a mudança climática, opina David Shropshire, chefe de Planejamento e Estudos Econômicos da AIEA.

"Seria preciso atividades muito importantes para substituí-la, bem mediante um aumento das energias renováveis até um nível que é difícil de acreditar, ou com uma eficiência energética aplicada até tal extremo que requeria uma enorme quantidade de dinheiro", explicou.

Segundo este especialista, para que o átomo mantenha seu papel na luta contra o aquecimento global, será necessário construir entre dez e vinte centrais atômicas ao ano até 2040, algo possível se os governos investirem nesta fonte de energia.

Em geral, este reporte apresenta a energia nuclear como uma fonte mais barata que o carvão, mais limpa inclusive que a solar e a eólica e com suficiente capacidade como para satisfazer a crescente demanda de eletricidade.

Segundo a AIEA, nos últimos 25 anos o uso de energia nuclear evitou a emissão de 56 gigatoneladas de CO2, equivalente às emissões globais de dois anos.

Por exemplo, Shropshire defende que o preço da eletricidade gerada pela nuclear é de entre US$ 26 e 64 por megawatt/hora, frente aos US$ 65-95 das usinas de carvão.

Com relação às emissões de gases do efeito estufa, o relatório diz que, levando em conta todo o ciclo vital (desde a extração de materiais até a construção e gestão da usina e o processamento de resíduos) as da energia nuclear são menores que as da solar e eólica.

Com esses argumentos, este organismo da ONU insiste que a energia nuclear deve ser levada em conta no futuro e devem acabar com as "incertezas" que a rodeiam e que a podem fazer menos atrativa que o uso de combustíveis fósseis.

Incertezas que têm a ver, segundo o relatório, com o elevado investimento inicial que representa uma usina atômica e o tempo que demora em rentabilizá-la (frente à atual queda do preço do petróleo, por exemplo), mas também com a "falta de apoio do público e governamental".

Rússia, China e outros países da Ásia e Europa do Leste são os mais interessados em ampliar e renovar suas instalações nucleares, enquanto a Europa e Estados Unidos, manterão, no melhor dos casos, seu atual capacidade.

O relatório reconhece que os riscos derivados da radiação, os resíduos radioativos e as armas atômicas influenciam sobre a aceitação entre o público deste tipo de energia, sobretudo após o desastre de Fukushima.

Contudo, a AIEA indica que essa aceitação social está se recuperando lentamente em alguns países.

Sobre o temor a acidentes nucleares, Shropshire assegura que nenhuma tecnologia está livre de risco e o próprio relatório insiste em que a indústria nuclear se submeteu a um processo de melhora da segurança desde Fukushima.

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