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Dívida das famílias nos EUA cai 2,3% no 2º trimestre

Em relatório, o BC norte-americano mostra que o governo federal, em contrapartida, aumentou suas dívidas em 24,4%

Sede do Federal Reserve, o banco central dos EUA (Arquivo/AFP)

Sede do Federal Reserve, o banco central dos EUA (Arquivo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Washington - Receosos com a desaceleração da economia dos Estados Unidos, os norte-americanos continuaram evitando as dívidas no segundo trimestre de 2010. Em seu relatório Fluxo de Fundos, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) informou hoje que o endividamento das famílias norte-americanas diminuiu 2,3% no período avaliado. Ao mesmo tempo, o patrimônio líquido das famílias recuou em meio à retração do mercado de ações.

A dívida total dos setores não financeiros do país, no entanto, cresceu, estimulada por um aumento de 24,4% no endividamento do governo federal. O endividamento dos governos estaduais e municipais diminuiu e o das empresas aumentou apenas 0,1%, prossegue o relatório.

O nono declínio trimestral consecutivo da dívida das famílias norte-americanas é um reflexo do não cumprimento dos pagamentos das hipotecas desencadeado pelo aumento do desemprego e pela difícil situação do mercado imobiliário dos EUA. Os norte-americanos estão evitando o cartão de crédito desde a eclosão da crise financeira, há cerca de dois anos. As estatísticas do Fed sobre crédito ao consumidor mostram que o último aumento do uso de cartão de crédito aconteceu em agosto de 2008.

O excesso de crédito, usado para financiar gastos em imóveis e outras coisas, é considerado uma das causas da recessão. A crise levou as famílias norte-americanas a poupar ao invés de gastar, mas a cautela adotada por elas para evitar o endividamento tem impedido a recuperação da economia dos EUA, sustentada em grande parte pelos gastos dos consumidores.

Os dados do relatório de Fluxo de Fundos mostram também que a riqueza líquida total das famílias caiu 2,8% entre abril e junho, para US$ 53,50 trilhões. A riqueza líquida é representada pelo total do patrimônio, como imóveis e dinheiro em conta corrente, menos hipotecas e dívidas como as de cartão de crédito.

Os números do Fed também mostram queda dos ativos corporativos e de fundos mútuos das famílias em um trimestre ruim nos mercados de ações norte-americanos. O índice S&P-500 da Bolsa de Nova York caiu 12% entre abril e junho.

De acordo com o Fluxo de Fundos, o valor líquido das famílias caiu a cerca de 4,72 vezes a renda pessoal disponível no segundo trimestre, de 4,91 vezes nos primeiros três meses de 2010.

Os preços das ações recuperaram-se um pouco a partir do segundo trimestre, mas o mercado imobiliário e o desemprego continuaram assombrando os consumidores, os investidores e a economia norte-americana como um todo. As informações são da Dow Jones.

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