Cuba: "nunca pensei em ir embora de Cuba, mas tive que viver os últimos anos sob o assédio dos capangas do regime", disse Sara (Arquivo/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 12h11.
Miami - A dissidente cubana Sara Martha Fonseca, integrante do movimento opositor Damas de Branca, chegou a Miami (Flórida) como refugiada política, em companhia de seu marido e seus dois filhos, informaram nesta quinta-feira os meios de comunicação locais.
"Nunca pensei em ir embora de Cuba, mas tive que viver os últimos anos sob o assédio dos capangas do regime e temia pela minha vida e pelo futuro dos meus filhos", disse Sara durante sua chegada na terça-feira ao aeroporto internacional de Miami.
Segundo recolheu o site "Café Fuerte", dedicado a cobrir notícias de Cuba e Miami, Fonseca, de 43 anos, é natural de Villa Clara e se incorporou em 2004 ao Partido Pró Direitos Humanos de Cuba. "Desde então, sua atividade opositora aumentou em diferentes frentes, sendo detida e ameaçada em múltiplas ocasiões".
Sara, o marido, o também opositor Julio León Pérez, e os filhos do casamento, Ignacio e Julio, chegaram na tarde de terça-feira ao aeroporto internacional de Miami em um voo procedente de Havana.
Aparentemente, a família viajou ontem a Nova Jersey, para ir à população de Elizabeth, onde residirão e continuarão a luta pela liberdade e a democracia na ilha.
Seu filho Julio é integrante do duo de rap Julito e sofreu vários detenções por parte das autoridades cubanas aparentemente pelo conteúdo crítico de suas canções.
Entre as razões que impulsionaram o exílio da família, a opositora citou ao canal de televisão local "AmericaTV" os "graves problemas de saúde causados pelos golpes" que recebeu durante os anos de ativismo político na ilha.
"Tenho duas hérnias de disco, problemas nos dentes e um problema em dentro de mim que se agravou; mas confio em Deus e em que tudo vai a sair bem", acrescentou.