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Discurso de Trump em convenção gera críticas e reações

Discurso realizado por Trump para aceitar a indicação como candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos gerou uma onda de reações pelo país

Trump: Trump pintou um panorama sombrio do país, que descreveu como humilhado e em decadência (Carlo Allegri / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 16h21.

Cleveland - O discurso realizado por Donald Trump para aceitar a indicação como candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos gerou uma onda de reações pelo país, a maior parte delas crítica às declarações do empresário.

No encerramento da Convenção Nacional Republicana em Cleveland, no estado de Ohio, Trump pintou um panorama sombrio do país, que descreveu como humilhado e em decadência. Além disso, se postulou como o candidato da "lei e da ordem", disposto a salvar os EUA.

A convenção, que começou na segunda-feira e foi marcada pela divisão do partido em torno da figura de Trump, rebeliões de delegados e a polêmica de plágio no discurso de sua esposa, Melania, se rendeu ontem ao empresário.

Horas depois de subir ao palco, o empresário classificou o evento de uma "das melhores convenções de todos os tempos" e uma mostra da "unidade" do Partido Republicano que, curiosamente, Trump só mencionou em duas oportunidades durante seu longo discurso.

"O partido se uniu", afirmou Trump em um ato em Cleveland, ao lado de seu companheiro de chapa, o governador de Indiana, Mike Pence.

A visão contrasta com o polêmico discurso do principal rival de Trump nas eleições primárias, o senador Ted Cruz, que se negou a apoiar o empresário e pediu que os americanos "votem com consciência" no pleito presidencial do próximo dia 8 de novembro.

"Não quero seu apoio. Se apoiar, não aceitarei", disse Trump.

O fato é que o discurso do candidato republicano à Casa Branca gerou tantas reações que praticamente não se fala de outra coisa hoje nos EUA. Até o presidente do país, Barack Obama, citou as declarações de Trump durante uma entrevista com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, após uma reunião bilateral.

Obama criticou hoje a mensagem de Trump por afirmar que o país está "à beira do colapso" e disse que esse tipo de declaração "não se baseia em fatos". O empresário também culpou a administração de Obama de problemas como o aumento da criminalidade em grandes cidades, estatística também rebatida pelo líder.

O presidente participará da Convenção Nacional Democrata na próxima semana, na Filadélfia, para apoiar Hillary Clinton como a indicada do partido nas eleições de novembro.

A campanha de Hillary, a quem Trump acusou em seu discurso de deixar um legado de "morte, destruição, terrorismo e fraqueza" como secretária de Estado (2009-2013), afirmou que o candidato republicano "não propôs soluções reais" para os desafios do país.

"Trump desenhou uma imagem sombria dos EUA em decadência. Sua solução - mais medo, mais divisão, mais ira e mais ódio - foi uma nova lembrança de que ele não é qualificado para ser presidente", disse o chefe de campanha de Hillary, John Podesta.

O senador Bernie Sanders, adversário da ex-primeira-dama nas primárias democratas, também criticou o discurso do empresário, do qual destacou a frase: "Eu sozinho posso consertar isso".

"Trump: 'Eu sozinho posso consertar isso'. Esse cara está se candidatando a presidente ou ditador?", escreveu Sanders no Twitter.

Os principais veículos da imprensa americana, que Trump classifica como "desonestos", avaliaram com reservas e ceticismo o discurso do candidato republicano na convenção.

O jornal "The Washington Post" dedicou um editorial hoje a Trump, que chamou de "candidato do apocalipse" que, além de demagogo, carece de "verdadeira liderança".

Já o "The New York Times", também em editorial, disse que Trump promove uma campanha de medo e o reprovou por não oferecer "nenhuma solução além de seu messiânico retrato de si mesmo".

São Paulo - O agora candidato republicano oficial à eleição presidencial dos Estados Unidos, Donald Trump , tem desagradado alguns artistas e bandas ao usar músicas sem autorização na campanha. A mais nova reclamação veio hoje da banda Queen, um dia depois de Trump usar a icônica canção "We Are the Champions" na abertura da Convenção Nacional do Partido Republicano . A entrada "apoteótica" do magnata no palco teve a música como trilha sonora:"Um uso sem autorização na convenção republicana contra nossa vontade", disse o grupo no Twitter. Em junho, o guitarrista Brian May já havia pedido ao pré-candidato que parasse de usar as músicas da banda. O Queen entrou na fila de artistas que já reclamaram ou mesmo exigiram que Trump não use suas músicas, que vão do rock ao pop. Veja nas imagens outros 5 cantores e bandas que não querem que Donald Trump use as músicas deles na campanha presidencial.
  • 2. Rolling Stones

    2 /7(Chris Jackson/ Getty Images)

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    Em diversos atos de campanha, Trump usou "You Can't Always Get What You Want" e "Start Me Up", grandes sucessos dos Rolling Stones. "The Rolling Stones nunca deu permissão à campanha de Trump para usar sua música e pediu que deixe de fazê-lo imediatamente", afirmou o grupo britânico em um comunicado divulgado em maio.
  • 3. Adele

    3 /7(Sascha Steinbach / Getty Images)

  • A cantora britânica Adele reclamou quando Trump utilizou um de seus maiores sucessos, "Rolling In the Deep", em um comício na Carolina do Sul em fevereiro. "Adele nunca deu permissão para que a sua música seja utilizada em qualquer campanha política", confirmou a porta-voz da cantora.
  • 4. R.E.M.

    4 /7(Scott Gries/Getty Images)

    A música "It's the End of the World As We Know It” abriu um comício de Trump em Washington, o que gerou revolta da banda americana R.E.M. Em um comunicado, o grupo disse não ter autorizado ou consentido com o uso de sua música no evento. O vocalista Michael Stipe foi mais longe em uma postagem no Twitter, na qual classificou os políticos como “homenzinhos tristes, carentes de atenção e ávidos de poder. Não usem nossa música ou minha voz para a farsa estúpida que são suas campanhas”.
  • 5. Neil Young

    5 /7(Getty Images)

    O artista canadense Neil Young não gostou de saber que o candidato republicano usou uma de suas músicas mais conhecidas ao lançar sua candidatura, em Nova York. "Donald Trump não estava autorizado a usar 'Rockin' In The Free World' em seu anúncio de candidatura presidencial", disse Young, que na época apoiava o então pré-candidato Bernie Sanders.
  • 6. Everlast

    6 /7(Sebastien Bozon / AFP)

    O rapper americano também viu uma criação sua servir de trilha sonora para um comício de campanha de Donald Trump. "Jump around", do House of Pain e antigo grupo de Everlast, foi proibida pelo artista de tocar na campanha do republicano. "Gostaria de poder enfrentá-lo e arrancar esta peruca", escreveu o rapper, em uma das mensagens nas quais chamou Trump de "ignorante" e "racista".
  • 7. Motivos de polêmica não faltam...

    7 /7(Kevin Lamarque / Reuters)

    Leia aqui algumas das polêmicas frases de Donald Trump.
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