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Dirigente norte-coreano Kim Jong Il faz visita histórica à Rússia

Encontro com o presidente Dimitri Medvedev será o principal acontecimento da visita do dirigente ao país

Visita de Kim Jong Il não chegou a ser anunciada oficialmente (AFP)

Visita de Kim Jong Il não chegou a ser anunciada oficialmente (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2011 às 13h04.

O dirigente norte-coreano Kim Jong Il, que viaja em raras ocasiões ao exterior, chegou neste sábado à Rússia, na primeira visita ao país desde 2002, num contexto de graves tensões entre as duas Coreias.

"Um encontro com o presidente Dimitri Medvedev será o principal acontecimento da visita", informou o Kremlin em comunicado, acrescentando que o norte-coreano visitará o Extremo Oriente russo e a Sibéria, sem mais detalhes.

"Chegou hoje", sábado, em seu trem especial que cruzou o rio Tumen na fronteira entre os dois países, disse à AFP Alexander Naryjny, chefe do distrito Khasan, no Extremo Oriente russo, na fronteira com a Coreia do Norte.

Kim Jong Il jamais viaja de avião e a visita não chegou a ser anunciada oficialmente.

Autoridades da região, entre elas o governador e um emissário do Kremlin, se encarregaram da recepção a Kim, em Khasan, durante uma cerimônia, precisou Naryjny.

Segundo a agência sul-coreana Yonhap, Kim prevê visitar, ainda neste sábado, uma represa em Usurisk, perto de Vladivostok e a fronteira com a Coreia do Norte.

Durante a visita prevista de uma semana à Rússia, o norte-coreano também tem marcada uma reunião com o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin.

A visita anterior à Rússia foi em 2002, quando se encontrou com Putin em Vladivostok.

Kim Jong Il, de 69 ou 70 anos, de uma saúde frágil, prepara o filho, Kim Jong Un, nascido em 1983 ou 1984, para sucedê-lo à frente do regime stalinista.


A Rússia faz parte do Grupo dos Seis que, junto com as duas Coreias, os Estados Unidos, Japão e China, negociam a desnuclearização da Coreia do Norte. As conversações estão estagnadas desde dezembro de 2008.

Bem recentemente, Pyongyang lançou uma ameaça de "guerra total" na península coreana, em caso de incidente durante as tradicionais manobras militares anuais conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul, iniciadas no dia 16 de agosto e com duração prevista de dez dias.

"A península coreana enfrenta a pior crise de sua história. Uma guerra total pode ser provocada ao menor incidente", declarou a agência oficial norte-coreana KCNA.

Para o jornal Roding Sinmun, que expressa a voz do regime comunista, as manobras deste ano têm por objetivo desenvolver as capacidades de ataque contra unidades de produção nuclear e de mísseis do Norte.

"Nosso Exército e nosso povo não ficarão imóveis diante da mobilização em massa de soldados imperialistas americanos que ameaçam nossos direitos soberanos", escreveu o jornal.

Um total de 21.000 norte-coreanos fugiram do país para a Coreia do Sul desde a guerra de 1950-53, a grande maioria nos últimos anos, para escapar da pobreza, repressão e falta de alimentos.

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