Diretora-geral da OMC insiste na reforma das regras de comércio agrícola
"Está cada vez mais claro que as regras da OMC não acompanharam o ritmo dos desafios que enfrentamos atualmente nem a evolução dos mercados mundiais", afirma Ngozi Okonjo-Iweala
AFP
Publicado em 25 de outubro de 2022 às 12h46.
Última atualização em 25 de outubro de 2022 às 14h52.
As regras comerciais que regem a produção agrícola —em vias de reforma há mais de duas décadas—estão obsoletas e devem ser adaptadas aos desafios damudança climáticae demográfica—, afirmou a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC),Ngozi Okonjo-Iweala.
"Está cada vez mais claro que as regras da OMC não acompanharam o ritmo dos desafios que enfrentamos atualmente nem a evolução dos mercados mundiais", disse em um seminário na sede da instituição, em Genebra, na segunda-feira, 24, conforme comunicado divulgado nesta terça, 25.
Ngozi Okonjo-Iweala organizou este encontro informal para discutir como sair do bloqueio atual. Os Estados-membros da OMC negociam uma reforma do comércio agrícola desde 2000.
A diretora-geral considera que as distorções comerciais e os elevados níveis de protecionismo como um problema grave, junto com um investimento insuficiente em pesquisa e infraestrutura. Esse conjunto levou a uma baixa produtividade agrícola e à estagnação em muitas regiões do mundo.
Ao mesmo tempo, os subsídios ao setor agrícola alcançaram US$ 817 bilhões no período 2019-2021. As restrições à exportação de alimentos continuam exacerbando o efeito do aumento nos preços para os consumidores pobres dos países importadores de alimentos.
Além disso, os sistemas alimentares são submetidos a uma pressão agravada pela insegurança hídrica e pela seca ligada à mudança climática, à degradação ambiental, à invasão da Ucrânia e aos efeitos persistentes da pandemia da covid-19.
No seminário, Ngozi Okonjo-Iweala pediu aos 164 membros da organização que busquem soluções para revitalizar as negociações agrícolas da OMC a tempo da próxima conferência ministerial antes do final de 2023.
Para alcançar um acordo é necessário o consenso de todos os países-membros.
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