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Direitos fundamentais correm risco, alerta alto comissário da ONU

Segundo ele, apesar de "enormes progressos" feitos em diferentes campos, tudo agora está correndo risco

Zeid Ra'ad Al Hussein: para ele, é importante que não se recorra a declarações generalistas (FABRICE COFFRINI/AFP)

Zeid Ra'ad Al Hussein: para ele, é importante que não se recorra a declarações generalistas (FABRICE COFFRINI/AFP)

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EFE

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 14h59.

Davos - O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, alertou nesta quarta-feira que os direitos fundamentais correm risco pela proliferação de conflitos, ataques de grupos extremistas e terroristas, pelo auge de governos autocratas e pela expansão do populismo.

Em um debate do Fórum Econômico Mundial de Davos, Zeid disse que, apesar de "enormes progressos" feitos em diferentes campos como no direito das mulheres, das crianças, das pessoas com incapacidade, da comunidade LGBT, tudo agora está correndo risco.

Para o alto comissário, é importante que não se recorra a declarações generalistas. "É fácil afirmar que estamos todos contra a xenofobia, os preconceitos e a discriminação", indicou.

"Há risco demais. Se falarmos sobre xenofobia, temos que ser claros na hora de dizer quem eles são", reiterou Zeid.

O secretário-geral da Anistia Internacional (AI), Salil Shetty, afirmou no mesmo debate que as organizações de direitos humanos estão alertando há pelo menos dez anos que o mundo caminha para um confronto. Para ele, três motivos explicam a nova situação: governos e líderes que não prestam contas, desigualdade crescente e instituições fracassadas.

"O descontentamento real das pessoas foi aproveitado por demagogos e líderes populistas", indicou o secretário-geral da AI.

Shetty citou como exemplos os presidentes das Filipinas, Rodrigo Duterte, o da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e os primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, e da Hungria, Viktor Orbán.

"Como solução nos dizem basicamente que temos que jogar os direitos humanos no lixo em prol de mais segurança", afirmou.

Após o mundo ignorar todos os sinais de advertência, o secretário-geral da AI aposta que as pessoas terão que voltar à pergunta básica: "Por que os direitos humanos importam?".

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