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Dinamarca reage a gesto dos EUA sobre Groenlândia e convoca embaixador

Governo dinamarquês vê ameaça à soberania após Trump nomear enviado especial para o território

Lars Løkke Rasmussen: ministro das Relações Exteriores da Dinamarca (Reprodução)

Lars Løkke Rasmussen: ministro das Relações Exteriores da Dinamarca (Reprodução)

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 20h54.

O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, afirmou nesta segunda-feira, 22, que vai convocar o embaixador dos Estados Unidos, Kenneth Howery, após o presidente norte-americano Donald Trump nomear um enviado especial para a Groenlândia. A decisão elevou a tensão diplomática entre os dois países.

Segundo Rasmussen, a iniciativa americana ultrapassa limites políticos sensíveis. “A integridade do Reino depende do próprio Reino”, afirmou o chanceler, em declaração feita nas Ilhas Faroé, território autônomo ligado à Dinamarca. “Enquanto tivermos um Reino composto pela Dinamarca, Ilhas Faroé e Groenlândia, não podemos aceitar que alguém desafie nossa soberania.”

O embaixador dos EUA será chamado ao Ministério das Relações Exteriores para explicações formais sobre a nomeação do enviado especial. O objetivo, segundo Rasmussen, é deixar claro que Copenhague considera o gesto uma interferência em assuntos internos.

A reação ocorre porque Trump tem defendido publicamente que a Groenlândia passe a integrar o território norte-americano. O presidente dos EUA argumenta que a ilha tem importância estratégica para a segurança dos Estados Unidos e grande potencial para exploração de recursos naturais.

A nomeação do enviado especial reacendeu o debate e foi interpretada pelo governo dinamarquês como um sinal político de pressão sobre o futuro do território.

Por que a Groenlândia é estratégica

A Groenlândia é uma antiga colônia da Dinamarca e hoje possui status de território autônomo, com cerca de 57 mil habitantes. Pelo acordo firmado em 2009, a ilha tem o direito de declarar independência, caso a população decida por isso em referendo.

Apesar da autonomia, a economia local ainda depende fortemente da pesca e de subsídios financeiros enviados pelo governo dinamarquês. Ao mesmo tempo, o território ganhou relevância internacional por sua localização estratégica entre a Europa e a América do Norte.

A ilha abriga áreas consideradas essenciais para o sistema de defesa antimíssil dos Estados Unidos e concentra reservas minerais valiosas, como terras raras. Esses recursos despertam interesse crescente em um contexto de disputa geopolítica, especialmente diante dos esforços americanos para reduzir a dependência de exportações da China.

Para Copenhague, qualquer discussão sobre o futuro da Groenlândia deve envolver exclusivamente a Dinamarca, o governo local e a população do território — sem pressões externas.

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