Boto-vermelho: caça é constante e tratada de forma natural pelos moradores em Mamirauá (Boto/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 14h34.
Brasília - A população de botos-vermelhos na região de Tefé, interior do Amazonas, caiu 10% na última década. A informação é de Nívia do Carmo, pesquisadora do Projeto Boto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e presidente da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa).
A causa da diminuição pode ser a captura predatória de botos-vermelhos para serem usados como isca na pesca da piracatinga (espécie de peixe necrófago – que come carniça de animais mortos), de porte médio, podendo medir até 45 centímetros (cm). O peixe é muito abundante na região amazônica e consumido em larga escala pelos colombianos.
Os estudos são realizados, desde 1993, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – distante de Manaus cerca de 700 quilômetros (km). Em outubro e novembro do ano passado, pesquisadores do Inpa percorreram as comunidades em torno de Tefé. Durante a excursão, eles constataram que a caça dos botos é constante e tratada de forma natural pelos moradores, embora tenham consciência de que a pesca ou caça de animais silvestres é crime ambiental.
A Colômbia é um grande apreciador de peixes Siluriformes (peixes lisos ou de couro) da Amazônia brasileira e a pesca da piracatinga se torna uma atividade lucrativa para os ribeirinhos que habitam essas localidades.