Dilma tentará trazer Paraguai de volta ao Mercosul
Presidente tem reunião marcada com Horacio Cartes, novo chefe de estado paraguaio, após posse dele na próxima quinta-feira
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2013 às 11h51.
Brasília - Caberá à presidente Dilma Rousseff e a seu colega uruguaio, José Mujica, a tarefa de convencer o novo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, a retornar ao Mercosul. Apesar da convocação feita por Dilma aos demais presidentes do bloco durante a última reunião, em Montevidéu, nem Cristina Kirchner, da Argentina, nem Nicolás Maduro da Venezuela, estarão em Assunção na quinta-feira para a posse do paraguaio.
Em sua primeira conversa com Cartes, Dilma reforçará que, apesar da suspensão, o país não foi prejudicado economicamente. A presidente será a primeira a cumprimentar Cartes e, logo depois, terá uma reunião bilateral com ele.
Será nesse encontro que Dilma o convidará para uma visita oficial ao Brasil e tentará, mais uma vez, convencê-lo a voltar ao Mercosul. A expectativa da diplomacia brasileira é a de que, uma vez no comando, o novo presidente deixe de lado a retórica beligerante adotada por Federico Franco, que assumiu a presidência depois do impeachment de Fernando Lugo, e comece a negociar o retorno.
Mesmo sem sinais de que ele possa mudar de posição, assessores de Cartes têm mantido conversas com o Itamaraty e são informados das negociações. Para o Brasil, apesar da aproximação do Paraguai com a Aliança do Pacífico, o peso econômico do Mercosul é mais importante que disputas políticas.
O Paraguai é o principal beneficiário do Fundo de Convergência de Infraestrutura do Mercosul (Focem), com projetos que passam de US$ 600 milhões. Segundo o Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep), o PIB do país depende em até 30% de sua relação com o Mercosul, especialmente com o Brasil.
Uma queda de 1% no PIB brasileiro teria o mesmo impacto no PIB paraguaio. Ou seja, o peso de uma saída intempestiva pode ser pior para o Paraguai do que para o restante do bloco.
Ainda assim, o tom da conversa de Dilma com Cartes passará longe de qualquer ameaça. A intenção é convencer o novo presidente de que o Mercosul está aberto e a suspensão representa águas passadas, tanto no bloco quanto na União das Nações Sul-americanas (Unasul), que anunciou ontem que a suspensão do Paraguai da aliança terminará na quinta-feira, antes da reunião de cúpula de Paramaribo, no fim do mês.
Apesar da agenda cheia de boas intenções, o clima em Assunção não deverá ser dos melhores para os representantes do Mercosul. A retórica contra Brasil e Argentina sempre foi forte e piorou depois da suspensão, especialmente pelo papel que Dilma e a presidente argentina, Cristina Kirchner, tiveram no caso. A inclusão apressada da Venezuela no bloco, aproveitando a ausência paraguaia, piorou a situação.
Cristina, que fez o discurso mais duro contra o impeachment de Lugo, além de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, cuja relação com o Paraguai nunca foi boa, preferiram não ir à posse.
Ao todo, os paraguaios esperam 80 delegações estrangeiras, mas serão poucos chefes de Estado. Além de Dilma e Mujica, confirmaram presença Sebastián Piñera, do Chile, Ma Ying-jeou, presidente de Taiwan, e o príncipe Felipe de Bourbon, da Espanha.
Brasília - Caberá à presidente Dilma Rousseff e a seu colega uruguaio, José Mujica, a tarefa de convencer o novo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, a retornar ao Mercosul. Apesar da convocação feita por Dilma aos demais presidentes do bloco durante a última reunião, em Montevidéu, nem Cristina Kirchner, da Argentina, nem Nicolás Maduro da Venezuela, estarão em Assunção na quinta-feira para a posse do paraguaio.
Em sua primeira conversa com Cartes, Dilma reforçará que, apesar da suspensão, o país não foi prejudicado economicamente. A presidente será a primeira a cumprimentar Cartes e, logo depois, terá uma reunião bilateral com ele.
Será nesse encontro que Dilma o convidará para uma visita oficial ao Brasil e tentará, mais uma vez, convencê-lo a voltar ao Mercosul. A expectativa da diplomacia brasileira é a de que, uma vez no comando, o novo presidente deixe de lado a retórica beligerante adotada por Federico Franco, que assumiu a presidência depois do impeachment de Fernando Lugo, e comece a negociar o retorno.
Mesmo sem sinais de que ele possa mudar de posição, assessores de Cartes têm mantido conversas com o Itamaraty e são informados das negociações. Para o Brasil, apesar da aproximação do Paraguai com a Aliança do Pacífico, o peso econômico do Mercosul é mais importante que disputas políticas.
O Paraguai é o principal beneficiário do Fundo de Convergência de Infraestrutura do Mercosul (Focem), com projetos que passam de US$ 600 milhões. Segundo o Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep), o PIB do país depende em até 30% de sua relação com o Mercosul, especialmente com o Brasil.
Uma queda de 1% no PIB brasileiro teria o mesmo impacto no PIB paraguaio. Ou seja, o peso de uma saída intempestiva pode ser pior para o Paraguai do que para o restante do bloco.
Ainda assim, o tom da conversa de Dilma com Cartes passará longe de qualquer ameaça. A intenção é convencer o novo presidente de que o Mercosul está aberto e a suspensão representa águas passadas, tanto no bloco quanto na União das Nações Sul-americanas (Unasul), que anunciou ontem que a suspensão do Paraguai da aliança terminará na quinta-feira, antes da reunião de cúpula de Paramaribo, no fim do mês.
Apesar da agenda cheia de boas intenções, o clima em Assunção não deverá ser dos melhores para os representantes do Mercosul. A retórica contra Brasil e Argentina sempre foi forte e piorou depois da suspensão, especialmente pelo papel que Dilma e a presidente argentina, Cristina Kirchner, tiveram no caso. A inclusão apressada da Venezuela no bloco, aproveitando a ausência paraguaia, piorou a situação.
Cristina, que fez o discurso mais duro contra o impeachment de Lugo, além de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, cuja relação com o Paraguai nunca foi boa, preferiram não ir à posse.
Ao todo, os paraguaios esperam 80 delegações estrangeiras, mas serão poucos chefes de Estado. Além de Dilma e Mujica, confirmaram presença Sebastián Piñera, do Chile, Ma Ying-jeou, presidente de Taiwan, e o príncipe Felipe de Bourbon, da Espanha.