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Dezenas morrem e veículo da ONU é danificado na Síria

O porta-voz do rebelde Exército Livre Sírio (ELS), Sami Kurdi, explicou que as tropas abriram fogo contra os participantes das exéquias de um ativista falecido

Desde o começo da revolta contra Assad em março de 2011, mais de 10 mil pessoas morreram pela violência na Síria (AFP)

Desde o começo da revolta contra Assad em março de 2011, mais de 10 mil pessoas morreram pela violência na Síria (AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 21h10.

Cairo - Mais de 20 civis morreram nesta terça-feira em um ataque cometido contra um funeral na província de Idlib, no qual ficou danificado um veículo dos observadores da ONU desdobrados na região.

As versões sobre o sucedido são ainda contraditórias. Enquanto a ONU indica que uma bomba explodiu na passagem de seu comboio, os rebeldes e opositores locais afirmam que um projétil de lança-granadas RPG lançado pelas forças do regime atingiu a caravana.

O porta-voz do rebelde Exército Livre Sírio (ELS), Sami Kurdi, explicou à Agência Efe que as tropas teriam aberto fogo contra os participantes das exéquias de um ativista falecido nesta segunda-feira na cidade de Khan-Sheikhoun, apesar de os Capacetes Azuis estarem presentes no local do ataque.

Já o ativista Mujahid al-Dugaim disse à Efe pela internet que o ataque matou 25 civis e deixou cerca de 100 feridos.

No entanto, grupos opositores sírios como o Observatório de Direitos Humanos e os Comitês de Coordenação Local reduziram o número de mortos respectivamente para 20 e 23.

''Ninguém pode sair às ruas porque os disparos dos franco-atiradores do Exército são constantes'', ressaltou o ativista. Segundo ele, isso impede também os observadores de saírem dos locais onde estão abrigados.

Dugaim afirmou que os seis Capacetes Azuis - entre os quais há, segundo ele, um cidadão de Bangladesh, um da Dinamarca e um da Somália - estão sob proteção dos militares rebeldes e de civis.

De Genebra, Ahmed Fawzi, porta-voz do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, confirmou que nenhum deles ficou ferido e uma equipe já foi enviada para resgatá-los. ''Três veículos da ONU foram danificados. Não houve feridos entre o pessoal da ONU. A Missão enviou uma patrulha à área para retirar os observadores militares'', afirmou o porta-voz.


A Missão das Nações Unidas para a Supervisão na Síria (UNSMIS) já conta com 189 observadores e 61 membros de pessoal civil, encarregados de verificar o cumprimento do plano de paz de Annan, que inclui um cessar-fogo, em vigor desde 12 de abril, que tanto o regime como a oposição armada têm descumprido.

Segundo o grupo opositor Comitês de Coordenação Local, 48 pessoas - inclusive as de Khan-Sheikhoun - morreram nesta terça-feira em toda a Síria, número que outra entidade contrária ao governo, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, reduziu para 46.

De acordo com os dados da ONU, mais de 10 mil pessoas perderam a vida na Síria desde o início dos protestos populares contra o governo do presidente Bashar al-Assad, em março de 2011.

A repressão do regime e as ações armadas da oposição já deixaram 230 mil refugiados dentro do território sírio e mais de 60 mil refugiados em países fronteiriços, como Turquia e Líbano.

*Atualizado às 21h10

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