Milhares de africanos protestam em Tel Aviv: este é o quarto dia de mobilização contra a política de imigração do governo (Jack Guez/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 12h40.
Jerusalém - Mais de 10.000 solicitantes de asilo africanos, que chegaram clandestinamente a Israel, se reuniram nesta quarta-feira em frente ao Parlamento em Jerusalém, no quarto dia de mobilização contra a política de imigração do governo, segundo a polícia.
"Mais de 10.000 manifestantes se reuniram com a autorização da polícia em frente à Knesset", afirmou à AFP o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.
"A polícia está presente para garantir a ordem", acrescentou.
O presidente do Parlamento, Yuli Edelstein, proibiu a entrada de quatro representantes dos manifestantes convidados por deputados para participarem de uma reunião sobre a questão da imigração no país.
Edelstein justificou sua decisão explicando em um comunicado que pretendia "evitar provocações que poderiam degenerar em violência e desordem".
"Todos somos refugiados! Sim à liberdade e não à prisão", gritaram, em inglês, portando bandeiras eritreias e etíopes. Todos alegaram estar fugindo de ditaduras, guerras civis ou genocídios.
Os imigrantes denunciam a recusa das autoridades israelenses em analisar seus pedidos de asilo e uma lei votada em 10 de dezembro, segundo a qual os clandestinos podem ser colocados, sem aviso prévio, em um centro de detenção durante o período de um ano.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que suas manifestações não "servirão para nada".
Na terça-feira em Tel Aviv, os manifestantes afirmaram que o movimento de contestação continuará até que o governo anule a polêmica lei e conceda asilo político.
As autoridades israelenses calculam em 60.000 os africanos que entraram clandestinamente no país, e lançaram em 2012 uma campanha que levou à saída ou expulsão de 3.920 deles.
Paralelo a isso, Israel terminou em 2013 a construção de uma vala eletrônica ao longo dos 230 km de fronteira com o Egito, o que permitiu reduzir praticamente a zero o número de entradas ilegais.