Desmatamento volta a subir na Mata Atlântica
Levantamento mostra que o bioma mais devastado e ameaçado do país, do qual restam somente 8,5% de vegetação, teve uma perda de 23.548 hectares
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2013 às 08h55.
São Paulo - Após uma série de três anos em queda, o desmatamento na Mata Atlântica voltou a subir entre 2011 e 2012, chegando ao maior valor desde 2008.
É o que mostra a nova edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado nesta terça-feira pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O levantamento mostrou que o bioma mais devastado e ameaçado do País, do qual restam somente 8,5% de vegetação, teve uma perda de 23.548 hectares (o equivalente a 148 Parques do Ibirapuera). A taxa foi 29% maior do que no período anterior (2010-2011) e 23% superior em relação a 2008- 2011. Entre 2008 e 2010, a área desmatada por ano foi de 15.183 ha e de 2010 a 2011, 14.090 ha.
De acordo com os autores, o aumento de 2012 foi impulsionado por Minas Gerais. Sozinho, o Estado foi responsável por metade do desmatamento do período, ali realizado, principalmente, para fazer carvão com o objetivo de abastecer os fornos das siderúrgicas.
Considerando somente as florestas (e não outros tipos de vegetação da Mata Atlântica), houve perda de 10.752 ha no Estado entre 2011 e 2012 - um crescimento de 70% em relação ao ano anterior.
É a quarta vez consecutiva que o Estado lidera a lista de perda da floresta. A situação delicada levou a SOS Mata Atlântica a fazer uma denúncia ao Ministério Público (MP) de Minas, que assumiu a investigação e descobriu que as supressões florestais eram ilegais.
"Pior, muitas tinham autorização do governo para acontecer, só que eram procedimentos totalmente irregulares", afirma o coordenador das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente de Minas Gerais, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.
Foram encontradas situações como destruição de floresta em estágio médio e avançado de regeneração para plantio de eucalipto, funcionamento de empreendimentos sem licença ambiental e intervenção em áreas de preservação permanente para plantação da árvore.
O MP entrou com duas ações civis contra dois empreendimentos, pondo até mesmo o governo de Minas Gerais como réu. Pediu a interrupção imediata das atividades, a retirada dos eucaliptos e a recuperação das áreas. O primeiro caso já havia sido deferido pela Justiça e nesta terça-feira o segundo também foi.
Ainda cabe recurso. "Era o precedente que a gente precisava para insistir nessa atuação. Estamos passando um pente-fino em outras propriedades e já temos mais cinco inquéritos", diz Pinto.
História
A Mata Atlântica ocorria originalmente em 17 Estados. Desde 1985, quando começou a ser feito o monitoramento, perdeu 1.826.949 hectares - o equivalente à área de 12 cidades de São Paulo.
São Paulo - Após uma série de três anos em queda, o desmatamento na Mata Atlântica voltou a subir entre 2011 e 2012, chegando ao maior valor desde 2008.
É o que mostra a nova edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado nesta terça-feira pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O levantamento mostrou que o bioma mais devastado e ameaçado do País, do qual restam somente 8,5% de vegetação, teve uma perda de 23.548 hectares (o equivalente a 148 Parques do Ibirapuera). A taxa foi 29% maior do que no período anterior (2010-2011) e 23% superior em relação a 2008- 2011. Entre 2008 e 2010, a área desmatada por ano foi de 15.183 ha e de 2010 a 2011, 14.090 ha.
De acordo com os autores, o aumento de 2012 foi impulsionado por Minas Gerais. Sozinho, o Estado foi responsável por metade do desmatamento do período, ali realizado, principalmente, para fazer carvão com o objetivo de abastecer os fornos das siderúrgicas.
Considerando somente as florestas (e não outros tipos de vegetação da Mata Atlântica), houve perda de 10.752 ha no Estado entre 2011 e 2012 - um crescimento de 70% em relação ao ano anterior.
É a quarta vez consecutiva que o Estado lidera a lista de perda da floresta. A situação delicada levou a SOS Mata Atlântica a fazer uma denúncia ao Ministério Público (MP) de Minas, que assumiu a investigação e descobriu que as supressões florestais eram ilegais.
"Pior, muitas tinham autorização do governo para acontecer, só que eram procedimentos totalmente irregulares", afirma o coordenador das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente de Minas Gerais, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.
Foram encontradas situações como destruição de floresta em estágio médio e avançado de regeneração para plantio de eucalipto, funcionamento de empreendimentos sem licença ambiental e intervenção em áreas de preservação permanente para plantação da árvore.
O MP entrou com duas ações civis contra dois empreendimentos, pondo até mesmo o governo de Minas Gerais como réu. Pediu a interrupção imediata das atividades, a retirada dos eucaliptos e a recuperação das áreas. O primeiro caso já havia sido deferido pela Justiça e nesta terça-feira o segundo também foi.
Ainda cabe recurso. "Era o precedente que a gente precisava para insistir nessa atuação. Estamos passando um pente-fino em outras propriedades e já temos mais cinco inquéritos", diz Pinto.
História
A Mata Atlântica ocorria originalmente em 17 Estados. Desde 1985, quando começou a ser feito o monitoramento, perdeu 1.826.949 hectares - o equivalente à área de 12 cidades de São Paulo.