Deslizamento de terra em estrada no caminho para Acapulco: o México é atingido por fortes chuvas desde o sábado passado, que já deixaram mais de 80 mortos no país (Interior Ministry/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 07h35.
México - Um deslizamento de terra deixou 58 desaparecidos em uma localidade do sul do México, em meio às fortes chuvas que atingem o país, informou nesta quarta-feira o presidente Enrique Peña Nieto.
O incidente ocorreu na segunda-feira passada, em La Pintada, no município de Atoyac de Álvarez, onde há "58 pessoas desaparecidas, sem que se possa precisar se estão sob a lama", disse Peña Nieto em entrevista coletiva.
O presidente explicou que o deslizamento de terra "praticamente sepultou parte" desta comunidade de 400 habitantes no Estado de Guerrero, a qual as equipes de socorro tiveram acesso apenas nesta quarta-feira.
As equipes de resgate - que chegaram por via aérea - retiraram 287 pessoas de La Pintada, mas 91 permanecem na localidade.
Ediberto Tabárez, prefeito de Atoyac de Álvarez, situada na zona montanhosa de Guerrero, informou à AFP que 15 corpos já foram retirados da lama.
Segundo Tabárez, 20 casas foram soterradas e o número de óbitos poder ser bem maior.
O secretário de Governo, Miguel Ángel Osorio Chong, afirmou baseado em fotos aéreas que o "deslizamento atingiu muitas casas".
De acordo com Ángel, a Polícia Federal levou 14 pessoas para centros médicos, incluindo quatro em estado grave.
Sobreviventes da tragédia, evacuados de helicóptero para a região de Acapulco, revelaram à AFP que o deslizamento ocorreu na tarde de segunda-feira, durante as celebrações do dia da Independência do México, e que puderam pedir socorro apenas na terça-feira.
"Perdemos a escola, a creche, a igreja, foi tudo levado" pela lama, disse Ana Clara Catalán, 17 anos, em um centro de convenções transformado em abrigo para 45 moradores de La Pintada, a maioria crianças. "Saímos correndo, um estrondo feio, pior que uma bomba".
O deslizamento "destruiu mais da metade de La Pintada, ficaram poucas casas", revelou María del Carmen Catalán, 27, tia de Ana Clara e mãe de três crianças.
"O pessoal que conseguiu correr para o campo" se salvou, disse Catalán.
Segundo Erika Guadalupe García, 25, "estávamos comendo quando houve o estrondo, o morro desceu e arrastou as casas. Foi um barulho muito forte".
O México é atingido por fortes chuvas desde o sábado passado, que já deixaram mais de 80 mortos no país.
As mortes ocorreram em 12 dos 32 estados do México, atingido quase simultaneamente pelas tormentas Manuel, pelo Oceano Pacífico, e Ingrid, pelo Golfo do México.
Os dois fenômenos provocaram chuvas torrenciais, com numerosos deslizamentos de terra e bloqueio de estradas, afetando especialmente o estado de Guerrero.
Para agravar a situação, a tempestade tropical Manuel ganhou força nesta quarta-feira e passou à furacão de categoria 1, diante da costa mexicana no Oceano Pacífico, podendo se fortalecer ainda mais antes de atingir o litoral.
Com ventos constantes de quase 115 km/h, "algum leve fortalecimento é possível antes que o furacão se mova para o interior", informou o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).