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Deserções de militares na Venezuela chegam a 170

Quatro militares chegaram por trilhas na vegetação rasteira e foram encontrados por uma patrulha do Exército que fazia inspeções de rotina na fronteira

Fronteira entre Brasil e Venezuela: região é marcada por tensão e protestos, foto do dia 22 de fevereiro de 2019 (Ricardo Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 07h08.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 07h09.

Ao menos mais quatro oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) desertaram segunda-feira, 25, da Venezuela para o Brasil, o que elevou para sete o número de militares que abandonaram o governo do presidente Nicolás Maduro desde os confrontos de sábado na fronteira entre os dois países. Todos querem se juntar aos 167 oficiais que deixaram seus postos na fronteira com a Colômbia. Eles servem como sargentos e se colocaram à disposição do líder opositor, Juan Guaidó, para derrubar Maduro à força.

Entre a tarde de domingo, 24, e a noite de segunda-feira, chegaram ao Brasil José Alexander Sanguino Escalante, Jose Antonio Moreno Peñaloza, Orlando Abimelec Villazana Arevalo e Luis Eduardo González Laya. Eles se somaram aos sargentos Carlos Eduardo Zapata, Jean Carlos Cesar Parra e Jorge Luis González Romero, que vieram na madrugada anterior.

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Os quatro chegaram por trilhas na vegetação rasteira, conhecida na região como "lavrado", e foram encontrados por uma patrulha do Exército que fazia inspeções de rotina na fronteira. Um deles apresentava sinais de desidratação, com enrijecimento muscular.

Armas

Um vídeo divulgado nas redes sociais sobre a deserção dos sargentos da GNB mostra o sargento Escalante sofrendo espasmos e aparentemente ferido. À imprensa em Pacaraima, ele disse que sofreu desidratação e falta de potássio, mas não estava ferido.

"Vamos a Boa Vista e queremos o apoio do presidente interino Juan Guaidó para chegar a Cúcuta e nos reunir com os companheiros que desertaram (na Colômbia)", disse o sargento Escalante. Questionado se estaria disposto a agir militarmente contra o regime de Maduro, o desertor respondeu que sim.

José Antonio Moreno Peñaloza garantiu que pretende ir a Cúcuta se juntar aos outros militares que romperam com o governo. "Há maneiras de agir (militarmente) em Cúcuta e é por isso que pretendemos ir para lá", afirmou. "Não somos animais de carga do chavismo. Não somos assassinos e não queremos ficar marcados na história como assassinos. Eles querem que ataquemos o povo."

"Nos quartéis militares, não há comida. Não há colchões", afirmou outro sargento, Carlos Eduardo Zapata, que foi um dos três primeiros desertores que chegaram ao Brasil.

 

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