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Deputados republicanos tentam travar reforma imigratória

Primeiro grande reforço desde 1986, questionamento da proposta também é apoiado pelo presidente Barack Obama


	O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: deputados republicanos não querem que se repita a situação da última reforma imigratória
 (Win McNamee/Getty Images)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: deputados republicanos não querem que se repita a situação da última reforma imigratória (Win McNamee/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 08h35.

Washington - O primeiro grande esforço por um reforma imigratória nos EUA desde 1986 esbarrou em deputados republicanos que questionam a proposta, apoiada pelo presidente Barack Obama, de dar uma chance de legalização aos 11 milhões de estrangeiros hoje em situação clandestina no país.

A reforma imigratória pareceu repentinamente possível na semana passada, quando um grupo bipartidário de senadores fez uma proposta para isso. Mas não demorou para que os rancores partidários emergissem.

Alguns deputados republicanos não querem que se repita a situação da última grande reforma imigratória, há mais de 25 anos, quando cerca de 3 milhões de imigrantes sem documentados foram legalizados.

Na época, partidários da reforma disseram que a medida deveria conter o fluxo de imigrantes clandestinos pela fronteira com o México -- o que não aconteceu.

"Olhamos as promessas da reforma imigratória de 1986, quando concedemos cidadania a tanta gente, de que iríamos lacrar a fronteira e garantir que fosse uma coisa de uma só vez... e vemos que isso fracassou", disse o deputado republicano Blake Farenthold, membro da Comissão de Justiça da Câmara, na terça-feira.


"Minha pergunta ao senhor é: como não acabamos na mesma situação daqui a 10, 20 anos, se fizermos isso outra vez?", perguntou ele ao prefeito de San Antonio (Texas), Julian Castro, estrela hispânica em ascensão no Partido Democrata, que prestou depoimento em uma audiência sobre o tema.

Mas o deputado democrata Jerrold Nadler minimizou a resistência republicana, comparando-a ao aquecimento para uma luta de boxe, antes do início das negociações propriamente ditas.

Pela proposta dos senadores, o processo de regularização dos imigrantes indocumentados só começaria depois que uma comissão formada por governos estaduais e outras autoridades declarasse que a fronteira com o México está satisfatoriamente protegida.

Atividades favoráveis à reforma pediram em reunião com Obama na Casa Branca que o processo de regularização independa desse "gatilho" relacionado à segurança na fronteira.

"Não pode ser um gatilho que continue deslocando as balizas e seja indefinido. Então ele precisa ser significativo, real e tangível para que o aceitemos", disse Janet Murguia, presidente da entidade hispânica Conselho Nacional de La Raza.

O governo Obama alega já ter cumprido várias reivindicações dos republicanos quanto à proteção das fronteiras, e observa que a imigração clandestina a partir do México já diminuiu fortemente nos últimos anos, e que milhares de agentes de patrulha foram mobilizados.

"Quase todas essas metas (propostas pelos republicanos), se não todas essas metas, já foram cumpridas por causa do compromisso do presidente com uma segurança reforçada na fronteira", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Os parlamentares republicanos se tornaram mais propensos a aceitarem uma reforma imigratória depois de serem castigados nas urnas pelo eleitorado hispânico na eleição de 2012, quando cerca de 70 por cento desse grupo votaram em Obama.

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