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Deputados líbios assinam acordo polêmico para sair do caos

Na Líbia, nas mãos das milícias desde a deposição de Muanmar Kadhafi, em 2011, dois governos e dois parlamentos disputam o poder

Líbia: as potências mundiais pedem um acordo político que inclua um governo de união (Esam Omran Al-Fetori / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2015 às 10h44.

Membros dos dois Parlamentos rivais da Líbia assinam nesta quinta-feira no Marrocos um acordo promovido pela ONU para formar um governo de união nacional, embora os chefes de ambas as câmaras tenham advertido antecipadamente que o pacto não terá legitimidade.

Na Líbia, nas mãos das milícias desde a deposição de Muanmar Kadafi, em 2011, dois governos e dois parlamentos disputam o poder.

As potências mundiais pedem um acordo político que inclua um governo de união, para colocar fim a uma desordem propícia ao florescimento dos grupos armados e dos jihadistas do Estado Islâmico (EI).

Nesta linha, um grupo de deputados líbios se prepara para assinar nesta quinta-feira em Skhirat, perto de Rabat, um acordo propiciado pela ONU.

No entanto, Nuri Abu Sahmein, presidente do Congresso Geral Nacional (CGN) em Trípoli, apoiado por uma coalizão de milícias e não reconhecido pela comunidade internacional, disse na quarta-feira que os signatários não representam as duas câmaras rivais.

"A pessoa que não recebeu o mandato do Congresso Geral Nacional para assinar um acordo em seu nome não tem nem terá legitimidade", declarou Abu Sahmein.

O governo de união, tal como propõe a ONU, "não tem consenso e não garante nem mesmo o mínimo para assegurar sua eficácia", acrescentou Abu Sahmein.

Na terça-feira em Malta, Abu Sahmein se reuniu com Aguila Saleh, presidente do Parlamento reconhecido pela ONU e instalado em Tobruk (leste).

Em uma coletiva de imprensa conjunta, os presidentes dos dois Parlamentos deixaram claro que as pessoas que assinarem nesta quinta-feira o acordo no Marrocos o farão a título pessoal, e não em nome das respectivas assembleias.

Ainda assim, o emissário da ONU Martin Kobler reafirmou que o acordo será assinado em Skhirat com "um grande número de participantes líbios".

Kobler se reuniu na quarta-feira com o chefe do exército do governo reconhecido pela ONU, Khalifa Haftar, uma personalidade muito questionada, em El Markh (80 km a leste de Benghazi), segundo uma fonte militar.

O general Haftar se opõe ao acordo que deve ser assinado no Marrocos, porque pode despojá-lo do controle das Forças Armadas.

De qualquer forma, afirmou que não irá boicotar o acordo.

Para Kobler, o acordo de Skhirat favorece uma solução da crise e uma ajuda estrangeira à Líbia, em particular militar para combater o terrorismo.

Segundo ele, deve haver um governo de união nacional para levantar um embargo sobre a venda de armas ao país, que segundo o governo reconhecido internacionalmente está prejudicando a luta contra o EI.

Kobler explicou que pode haver "assistência externa" na luta antijihadista na Líbia, se assim pedir um governo de união nacional.

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Membros dos dois Parlamentos rivais da Líbia assinam nesta quinta-feira no Marrocos um acordo promovido pela ONU para formar um governo de união nacional, embora os chefes de ambas as câmaras tenham advertido antecipadamente que o pacto não terá legitimidade.

Na Líbia, nas mãos das milícias desde a deposição de Muanmar Kadafi, em 2011, dois governos e dois parlamentos disputam o poder.

As potências mundiais pedem um acordo político que inclua um governo de união, para colocar fim a uma desordem propícia ao florescimento dos grupos armados e dos jihadistas do Estado Islâmico (EI).

Nesta linha, um grupo de deputados líbios se prepara para assinar nesta quinta-feira em Skhirat, perto de Rabat, um acordo propiciado pela ONU.

No entanto, Nuri Abu Sahmein, presidente do Congresso Geral Nacional (CGN) em Trípoli, apoiado por uma coalizão de milícias e não reconhecido pela comunidade internacional, disse na quarta-feira que os signatários não representam as duas câmaras rivais.

"A pessoa que não recebeu o mandato do Congresso Geral Nacional para assinar um acordo em seu nome não tem nem terá legitimidade", declarou Abu Sahmein.

O governo de união, tal como propõe a ONU, "não tem consenso e não garante nem mesmo o mínimo para assegurar sua eficácia", acrescentou Abu Sahmein.

Na terça-feira em Malta, Abu Sahmein se reuniu com Aguila Saleh, presidente do Parlamento reconhecido pela ONU e instalado em Tobruk (leste).

Em uma coletiva de imprensa conjunta, os presidentes dos dois Parlamentos deixaram claro que as pessoas que assinarem nesta quinta-feira o acordo no Marrocos o farão a título pessoal, e não em nome das respectivas assembleias.

Ainda assim, o emissário da ONU Martin Kobler reafirmou que o acordo será assinado em Skhirat com "um grande número de participantes líbios".

Kobler se reuniu na quarta-feira com o chefe do exército do governo reconhecido pela ONU, Khalifa Haftar, uma personalidade muito questionada, em El Markh (80 km a leste de Benghazi), segundo uma fonte militar.

O general Haftar se opõe ao acordo que deve ser assinado no Marrocos, porque pode despojá-lo do controle das Forças Armadas.

De qualquer forma, afirmou que não irá boicotar o acordo.

Para Kobler, o acordo de Skhirat favorece uma solução da crise e uma ajuda estrangeira à Líbia, em particular militar para combater o terrorismo.

Segundo ele, deve haver um governo de união nacional para levantar um embargo sobre a venda de armas ao país, que segundo o governo reconhecido internacionalmente está prejudicando a luta contra o EI.

Kobler explicou que pode haver "assistência externa" na luta antijihadista na Líbia, se assim pedir um governo de união nacional.

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