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Deputados de Israel têm dois dias para evitar novas eleições

Se Netanyahu ou Gantz não conseguirem maioria até quarta-feira, os políticos terão que se preparar para a 3ª eleição do ano

Governo: Israel pode ter terceira eleição no ano (Montagem/Exame)

Governo: Israel pode ter terceira eleição no ano (Montagem/Exame)

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AFP

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 11h38.

Os deputados israelenses têm até a quarta-feira para tentar encontrar um primeiro-ministro, que substitua Benjamin Netanyahu e, se não conseguirem, o país precisará de novas eleições, as terceiras em menos de um ano.

A atual maratona entra em sua fase final. Após as eleições de abril e setembro, que colocaram Netanyahu e seu rival Benny Gantz quase empatados, o fracasso dos dois para formar governo e o posterior indiciamento do primeiro-ministro por corrupção, a classe política está nas mãos dos deputados.

Se os deputados não conseguirem até quarta-feira às 23H59 propor uma maioria a Netanyahu ou a Gantz, os dois políticos terão que se preparar para uma nova disputa eleitoral.

Para evitar terceiras eleições, alguns parlamentares terão que mudar de lado para se juntar a Gantz ou a Netanyahu. A menos que os dois rivais se unam.

Nas últimas semanas, contudo, nenhum deputado deu sinais de mudança. Os especialistas já falam de novas eleições em março a menos que haja uma surpresa de última hora.

Quem liderará o partido conservador Likud? No partido de Netanyahu, o primeiro-ministro mais longevo da história do país, já começam a aparecer divisões, fomentadas por Gideon Saar.

Este peso pesado do partido não deixou a sigla para se juntar ao campo de Benny Gantz, mas exige que se celebrem primárias para designar o próximo chefe do Likud.

Netanyahu enfrenta acusações de corrupção, fraude e abuso de confiança enquanto pessoas de seu entorno foram acusadas de lavagem de dinheiro na compra de submarinos militares da Alemanha.

"Traidor"

Na noite de domingo, em uma reunião do comitê central do partido, vários membros trataram Saar como um "traidor".

"As tentativas de deslegitimar e manchar a imagem daqueles que tentam questionar (Netanyahu) são contrárias ao caráter democrático do Likud. Uma competição democrática reforça o movimento, não o enfraquece", disse Saar em mensagem postada em sua página no Facebook.

Até agora, entretanto, sua iniciativa não teve o apoio esperado. O Likud esperará a convocação ou não de novas eleições antes de se pronunciar sobre as primárias, informou o comitê central após a reunião.

Nos últimos dias, Netanyahu propôs a realização de uma "eleição direta" para o cargo de primeiro-ministro, seguindo o modelo de eleição presidencial. Nesse caso, o vencedor não seria o partido com mais assentos, mas o candidato com mais votos da população.

Os apoiadores de Benny Gantz também rejeitaram essa opção.

"Mudar o sistema eleitoral em um 'instante' nos levará ao mesmo ponto de partida: é uma proposta vazia que deseja desviar a atenção de Netanyahu, que é acusado de corrupção em três casos graves e é o único responsável por levar o país para a terceira eleição", respondeu o partido de centro-direita Azul-Branco em comunicado.

Para evitar ir às urnas novamente em menos de um ano, Gantz poderá criar uma coalizão com Netanyahu, mas o ex-chefe do Estado Maior do exército insiste que quer ser o primeiro a dirigir o possível governo, reiterando que o primeiro-ministro tem que solucionar antes seus problemas com a justiça.

Entretanto, Netanyahu deve se manter em seu cargo, já que segundo as leis israelenses o chefe de governo não tem que abandonar suas funções caso seja considerado culpado.

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