Paralisação foi “manobra” de Trump, diz democrata em resposta a discurso
Stacey Abrams, que quase se tornou a 1ª mulher negra a governar o Estado da Geórgia, fez críticas ao presidente dos EUA, após seu discurso anual
Reuters
Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 06h39.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 09h01.
Washington - A política democrata Stacey Abrams , que quase se tornou a primeira negra e primeira mulher a governar o Estado da Geórgia, fez críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após seu discurso anual do Estado da União, e ao mesmo tempo pediu ajuda econômica para os norte-americanos das classes trabalhadora e média.
Expressando a resposta do Partido Democrata ao pronunciamento de Trump, Stacey assumiu um tom que pode influenciar correligionários que ainda procuram a maneira certa de desafiá-lo na eleição de 2020, na qual o presidente buscará um segundo mandato.
“A paralisação foi uma manobra concebida pelo presidente dos Estados Unidos que desafiou qualquer princípio de justiça e abandonou não só nosso povo, mas nossos valores”, disse.
Stacey tentou equilibrar formulações políticas e ataques calculados contra Trump, algo que estrategistas democratas dizem que presidenciáveis deveriam copiar.
“Então, apesar de estar muito decepcionada com a abordagem do presidente aos nossos problemas, não quero que ele fracasse. Mas precisamos que ele diga a verdade, e que respeite suas funções e a diversidade extraordinária que define a América”, afirmou, discursando em Atlanta diante de um grupo majoritário de mulheres.
A política de 45 anos perdeu a eleição em novembro do ano passado para o governo em um Estado do sul em que Trump venceu em 2016 por menos de 60 mil votos. Desde então ela emergiu como uma “líder legítima” entre os democratas, disse Jaime Harrison, conselheiro veterano e copresidente do Comitê Nacional Democrata.
“O pessoal de 2020 estará ouvindo-a e observando o que pode adotar de sua mensagem para si mesmo”, disse.
Trump deu poucos detalhes sobre suas políticas no discurso, mas mencionou uma iniciativa sobre o aborto no final da gestação e reiterou sua promessa de erguer um muro na fronteira com o México, ao mesmo tempo em que louvou a força da economia do país sob seu comando.
Ele criticou o inquérito em curso do procurador especial que analisa se sua campanha teve relação com a interferência russa na eleição de 2016 e pediu mais bipartidarismo em Washington, um apelo que democratas descartaram por vê-lo como um ardil.
Até duas dúzias de democratas estão dispostos a desafiar Trump como indicados de seu partido, e cerca de 10 já anunciaram suas candidaturas.