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Delações da Odebrecht devem incluir AL, diz promotor do Peru

Dado seria importante para outros países onde a empresa teria pago suborno a funcionários públicos, caso do Peru, diz ele

Odebrecht: Os promotores já encontraram irregularidades que sugerem cobrança de propinas a empresas brasileiras em obras no país (REUTERS/Rodrigo Paiva/Reuters)
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EFE

Publicado em 24 de dezembro de 2016 às 15h51.

Lima - O promotor peruano Hamilton Castro pediu à Procuradoria-Geral da República do Brasil que os acordos de delação premiada do presidente da Odebrecht , Marcelo Odebrecht, incluam informações sobre atos de corrupção no Peru e na América Latina.

Em comunicado, Castro afirmou que esse tipo de dado seria importante para outros países onde a empresa teria pago suborno a funcionários públicos, caso do Peru, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

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"É também relevante que os promotores estrangeiros usem os mecanismos de cooperação espontânea. Se eles tiverem em suas investigações informações sobre o Peru, por exemplo, devem compartilhá-las espontaneamente, sem esperar um pedido expresso", disse Castro na nota.

O Ministério Público do Peru ouviu depoimentos de vários ex-ministros integrantes do escritório estatal da Proinversíon, órgão responsável pelas licitações envolvendo investidores estrangeiros, durante o governo de Alejandro Toledo (2001-2006). Os promotores não descartam convocar ex-presidentes do país a depor.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht pagou US$ 29 milhões em subornos a funcionários públicos do Peru entre 2005 e 2014. O período compreende os governos de Toledo, Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

O Ministério Público do Peru explicou que já tinha solicitado essas informações ao Brasil em um contato direto não formal antes da delação premiada de Marcelo Odebrecht.

Os promotores já encontraram irregularidades que sugerem cobrança de propinas a empresas brasileiras em obras no país. A principal investigação envolve a construção do quatro trecho da Estrada Interoceânica e a usina de tratamento de água potável de Huachipa. Há indícios de corrupção também envolvendo a empreiteira OAS.

No comunicado, Castro informou que o Peru cooperou com o Brasil ao colher os depoimentos do ex-presidente Alan García e do ex-primeiro-ministro Jorge del Castillo, solicitados pelo Ministério Público do Brasil através da cooperação judicial internacional.

A Odebrecht Latinvest, filial do grupo responsável por investimentos na América Latina, anunciou que o novo presidente, Mauricio Cruz, será responsável por uma reestruturação para superar o escândalo de corrupção envolvendo os países da região.

"A empresa quer reafirmar seu desejo de cooperar com as autoridades peruanas e tomar medidas adequadas e necessárias para melhorar continuamente seu compromisso com as práticas empresariais éticas e de promoção da transparência", disse a Odebrecht.

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