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Déficit supera previsão e Espanha eleva impostos

O governo de centro-direita espanhol disse que o déficit público de 2011 será de 8% do PIB, bem acima da meta oficial, de 6%

O gabinete do primeiro-ministro Mariano Rajoy deve divulgar até o final de março o seu orçamento definitivo para 2012 (Miguel Riopa/AFP)
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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2011 às 20h40.

Madri - O novo governo espanhol disse que o déficit orçamentário deste ano será muito maior que o previsto anteriormente, e anunciou uma série de surpreendentes aumentos tributários e congelamentos salariais, que podem fazer o país voltar ao epicentro da crise na zona do euro.

Em seus primeiros decretos desde a arrasadora vitória eleitoral de novembro, o governo de centro-direita disse que o déficit público de 2011 será de 8 por cento do PIB, bem acima da meta oficial, de 6 por cento.

Foram anunciados cortes iniciais de 8,9 bilhões de euros (11,5 bilhões de dólares) nos gastos públicos, e aumentos tributários com os quais o governo pretende elevar sua arrecadação em 6 bilhões de euros anuais.

"Isso é só o começo (...). Estamos enfrentando uma situação extraordinária e inesperada, forçando-nos a tomar medidas extraordinárias e inesperadas", disse a vice-primeira-ministra Soraya Saenz de Santamaría.

Há dez dias, o Tesouro disse que o déficit do governo central espanhol se encaminhava para fechar o ano dentro da meta de 4,8 por cento do PIB, o que analistas diziam que já seria suficiente para deixar o déficit público total acima da meta de 6 por cento do PIB.

Mas a dimensão do valor revisto surpreendeu alguns economistas, levando-os a prever uma recessão ainda mais profunda - e a encerrarem o ano fazendo alertas sombrios não só para a Espanha como para toda a zona do euro.

Embora a Espanha esteja no centro das preocupações envolvendo a zona do euro, nos últimos meses sua situação parecia melhor que a da Itália, que está ainda mais atolada em dívidas. O governo socialista que acaba de deixar o poder já havia tomado medidas rígidas para controlar o déficit - o que devastou sua popularidade e se refletiu na surra eleitoral do mês passado.

Agora, com a recessão ameaçando toda a zona do euro, o novo governo conservador deve se preparar para anos duros. Após as medidas desta sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro Mariano Rajoy deve divulgar até o final de março o seu orçamento definitivo para 2012.


Os socialistas reduziram nos últimos anos um déficit orçamentário que chegou a 11,2 por cento do PIB em 2009. A meta do novo governo é diminuí-lo para 4,4 por cento em 2012 e 3 por cento em 2013.

Se no final de 2011 o déficit público estiver em 8 por cento do PIB, o governo precisará economizar mais de 35 bilhões de euros em 2012 para cumprir a meta oficial.

Entre as medidas anunciadas está um congelamento dos salários dos funcionários públicos, mas o governo também prometeu elevar o valor das pensões e congelar as tarifas de eletricidade para pequenos consumidores. O gabinete está em contato com empresários e sindicatos para tentar definir um plano de reformas na primeira quinzena de janeiro.

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Madri - O novo governo espanhol disse que o déficit orçamentário deste ano será muito maior que o previsto anteriormente, e anunciou uma série de surpreendentes aumentos tributários e congelamentos salariais, que podem fazer o país voltar ao epicentro da crise na zona do euro.

Em seus primeiros decretos desde a arrasadora vitória eleitoral de novembro, o governo de centro-direita disse que o déficit público de 2011 será de 8 por cento do PIB, bem acima da meta oficial, de 6 por cento.

Foram anunciados cortes iniciais de 8,9 bilhões de euros (11,5 bilhões de dólares) nos gastos públicos, e aumentos tributários com os quais o governo pretende elevar sua arrecadação em 6 bilhões de euros anuais.

"Isso é só o começo (...). Estamos enfrentando uma situação extraordinária e inesperada, forçando-nos a tomar medidas extraordinárias e inesperadas", disse a vice-primeira-ministra Soraya Saenz de Santamaría.

Há dez dias, o Tesouro disse que o déficit do governo central espanhol se encaminhava para fechar o ano dentro da meta de 4,8 por cento do PIB, o que analistas diziam que já seria suficiente para deixar o déficit público total acima da meta de 6 por cento do PIB.

Mas a dimensão do valor revisto surpreendeu alguns economistas, levando-os a prever uma recessão ainda mais profunda - e a encerrarem o ano fazendo alertas sombrios não só para a Espanha como para toda a zona do euro.

Embora a Espanha esteja no centro das preocupações envolvendo a zona do euro, nos últimos meses sua situação parecia melhor que a da Itália, que está ainda mais atolada em dívidas. O governo socialista que acaba de deixar o poder já havia tomado medidas rígidas para controlar o déficit - o que devastou sua popularidade e se refletiu na surra eleitoral do mês passado.

Agora, com a recessão ameaçando toda a zona do euro, o novo governo conservador deve se preparar para anos duros. Após as medidas desta sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro Mariano Rajoy deve divulgar até o final de março o seu orçamento definitivo para 2012.


Os socialistas reduziram nos últimos anos um déficit orçamentário que chegou a 11,2 por cento do PIB em 2009. A meta do novo governo é diminuí-lo para 4,4 por cento em 2012 e 3 por cento em 2013.

Se no final de 2011 o déficit público estiver em 8 por cento do PIB, o governo precisará economizar mais de 35 bilhões de euros em 2012 para cumprir a meta oficial.

Entre as medidas anunciadas está um congelamento dos salários dos funcionários públicos, mas o governo também prometeu elevar o valor das pensões e congelar as tarifas de eletricidade para pequenos consumidores. O gabinete está em contato com empresários e sindicatos para tentar definir um plano de reformas na primeira quinzena de janeiro.

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