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Defensor venezuelano vai ao Senado com esposas de opositores

Tarek William Saab participará de audiência em comissão do Senado, em Brasília, para analisar a situação política da Venezuela

Tarek William Saab, defensor público venezuelano: Saab irá ao Senado com as esposas dos opositores Antonio Ledezma e Leopoldo López (Elchamoperiodista/Wikimedia Commons)

Tarek William Saab, defensor público venezuelano: Saab irá ao Senado com as esposas dos opositores Antonio Ledezma e Leopoldo López (Elchamoperiodista/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2015 às 18h14.

Brasília .- O defensor público venezuelano Tarek William Saab participará nesta quinta-feira de uma audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado, em Brasília, para analisar a situação política em seu país, informaram fontes oficiais.

Saab irá ao Senado com as esposas dos opositores Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, e Leopoldo López, que visitarão as câmaras legislativas para denunciar o que classificam como "violações" dos direitos humanos na Venezuela e as "prisões arbitrárias" de seus maridos.

A Comissão de Direitos Humanos confirmou à Agência Efe que convidou Saab para participar da audiência e considerou uma "coincidência" que o debate ocorra no mesmo dia em que outros grupos parlamentares receberão Mitzy Capriles e Lilian Tintori, esposas de Ledezma e López, respectivamente.

Pelo Twitter, Saab informou que, além de participar desse debate, será recebido amanhã pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto.

O grupo parlamentar que convidou Saab é presidido pelo senador Paulo Paim (PT-RS). O partido foi uma das forças políticas que se opuseram na terça-feira a um voto de censura ao governo da Venezuela, que foi aprovado pela maioria.

A censura, proposta pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), expressa o "repúdio" do Senado pela prisão de Ledezma e López, entre outros ativistas políticos venezuelanos.

Segundo Jucá, essa censura constitui uma "defesa da democracia na América Latina" e em particular no Mercosul.

"Os opositores dos países do Mercosul devem ter toda a proteção do bloco e garantias para o pleno exercício de suas atividades políticas", declarou Jucá, que afirmou que "essas liberdades não são cumpridas" na Venezuela.

O texto também pede que a Venezuela "respeite" a cláusula democrática do Mercosul, que contempla a possibilidade de suspender um membro do bloco onde as liberdades forem vulneradas.

A posição do PT no debate foi defendida pelo senador Lindbergh Farias, que considerou "precipitada" a censura e insistiu que o Brasil, que exerce a presidência semestral do Mercosul, proporcione um "diálogo" na Venezuela.

"O governo brasileiro trabalha pelo entendimento, por uma saída política negociada e legal" à crise venezuelana, declarou Lindbergh, em alusão às gestões de mediação que o Brasil fez junto a Equador e Colômbia na União de Nações Sul-americanas (Unasul).

Segundo o senador do PT, "o único lado" que o Brasil pode ter em relação à Venezuela é o do "diálogo" e do "equilíbrio", principalmente em relação a posições "golpistas" de alguns setores opositores ao governo de Nicolás Maduro.

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