Exame Logo

Decisão judicial afasta Timoshenko da política ucraniana

A ex-premier foi destronada nesta terça-feira ao ser condenada a sete anos de prisão por abuso de poder

A ex-primeira-ministra e opositora ucraniana Yulia Timoshenko: 'a condenação não me deterá. Viva a Ucrânia! Devemos ser fortes e defender a Ucrânia do autoritarismo' (Sergei Supinsky/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2011 às 11h14.

Kiev - A 'princesa' da política ucraniana, Yulia Timoshenko, que cativou a todos em 2004 ao liderar a Revolução Laranja, foi destronada nesta terça-feira ao ser condenada a sete anos de prisão por abuso de poder.

'A condenação não me deterá. Viva a Ucrânia! Devemos ser fortes e defender a Ucrânia do autoritarismo', afirmou Timoshenko, de 50 anos, após conhecer a decisão judicial que também a desabilita de exercer cargos públicos por três anos.

A vida desta economista ucraniana, que tem uma trança loira em forma de coroa como sua principal marca, foi uma autêntica montanha-russa desde que foi escolhida deputada em 1998.

Quanto presidia o comitê de orçamentos da Rada Suprema (legislativo ucraniano) o então primeiro-ministro reformista Viktor Yushchenko a nomeou vice-primeira-ministra de Energia.

Durante um ano e meio em que exerceu o cargo Timoshenko tentou 'pôr ordem' em um terreno minado pela corrupção e roubo de matérias-primas, e também solucionar o problema da dívida com a Rússia, o que lhe valeu o apelido de 'Princesa do Gás'.

No entanto, a gestão de Timoshenko não foi vista com bons olhos pelo presidente Leonid Kuchma, que conseguiu sua destituição em janeiro de 2001 com acusações de 'fraude, contrabando e evasão de impostos'.

Ela foi detida em duas ocasiões e cumpriu várias semanas de prisão preventiva sob suspeita de crimes financeiros, mas a Justiça desprezou as acusações sem sequer chegar a julgamento.

Desde então, a carismática líder política dedicou todas as suas energias para criticar Kuchma e o primeiro-ministro Viktor Yanukovich.

Após as eleições presidenciais de novembro de 2004, Timoshenko incentivou as massas nas ruas de Kiev a apoiar Yushchenko e denunciar a fraude, movimento popular de protesto que ficou conhecido como Revolução Laranja.

Com a vitória final de Yushchenko nas eleições, Timoshenko se transformou na principal candidata a dirigir o novo Governo pró-Ocidente.

Entretanto, ela só ocupou o cargo de primeira-ministra durante 4 de fevereiro e 7 de setembro de 2005, quando foi destituída por Yushchenko e substituída por Yuri Yekhanurov.

A destituição aconteceu depois que vários colaboradores de Yushchenko foram acusados de corrupção e tráfico de influência, e depois que a gestão de Timoshenko foi duramente criticada.

Mais tarde, o trabalho incansável de oposição de Timoshenko deu frutos. Nas eleições legislativas antecipadas de setembro de 2007 ela foi a segunda mais votada com mais de 30% dos votos.

Após várias semanas de consultas, seu partido criou uma nova maioria parlamentar laranja com a formação presidencialista 'Nossa Ucrânia - Autodefesa Popular', que permitiu a Timoshenko ser aprovada como primeira-ministra.

Depois de alguns meses de gestão, Timoshenko rompeu definitivamente relações com Yushchenko, então presidente, que lhe acusou de má gestão econômica durante a crise.

No entanto, sua ambição era se transformar em presidente, por isso ela decidiu se candidatar às eleições presidenciais de 2010, quando foi derrotada no segundo turno por Yanukovich.

Desde então começaram os problemas para Timoshenko, que tentou unir as forças da oposição para causar dificuldades ao Governo do primeiro-ministro pró-Rússia Nikolai Azárov.

Em maio de 2010 foi aberto um processo penal contra Timoshenko pelo desvio de bilhões de euros em fundos públicos e um ano depois ela foi acusada de se exceder em suas funções ao assinar em 2009 um contrato de gás com a Rússia.

O processo judicial contra Timoshenko começou em maio e durante estes meses a ex-primeira-ministra acusou Yanukovich de realizar uma 'campanha de perseguição política' contra ela.

Em 5 de agosto Timoshenko esgotou a paciência do juiz e foi enviada à prisão preventiva por desacato ao tribunal, decisão que foi condenada de forma unânime pela comunidade internacional.

De acordo com pessoas próximas a Timoshenko, sua saúde piorou consideravelmente durante o período atrás das grades, mas isto não abrandou o juiz, que ditou uma sentença condenatória nesta terça-feira.

Timoshenko se casou em 1979 com Aleksandr Timoshenko, com quem tem uma filha, Yevgenia, nascida em 1985. EFE

Veja também

Kiev - A 'princesa' da política ucraniana, Yulia Timoshenko, que cativou a todos em 2004 ao liderar a Revolução Laranja, foi destronada nesta terça-feira ao ser condenada a sete anos de prisão por abuso de poder.

'A condenação não me deterá. Viva a Ucrânia! Devemos ser fortes e defender a Ucrânia do autoritarismo', afirmou Timoshenko, de 50 anos, após conhecer a decisão judicial que também a desabilita de exercer cargos públicos por três anos.

A vida desta economista ucraniana, que tem uma trança loira em forma de coroa como sua principal marca, foi uma autêntica montanha-russa desde que foi escolhida deputada em 1998.

Quanto presidia o comitê de orçamentos da Rada Suprema (legislativo ucraniano) o então primeiro-ministro reformista Viktor Yushchenko a nomeou vice-primeira-ministra de Energia.

Durante um ano e meio em que exerceu o cargo Timoshenko tentou 'pôr ordem' em um terreno minado pela corrupção e roubo de matérias-primas, e também solucionar o problema da dívida com a Rússia, o que lhe valeu o apelido de 'Princesa do Gás'.

No entanto, a gestão de Timoshenko não foi vista com bons olhos pelo presidente Leonid Kuchma, que conseguiu sua destituição em janeiro de 2001 com acusações de 'fraude, contrabando e evasão de impostos'.

Ela foi detida em duas ocasiões e cumpriu várias semanas de prisão preventiva sob suspeita de crimes financeiros, mas a Justiça desprezou as acusações sem sequer chegar a julgamento.

Desde então, a carismática líder política dedicou todas as suas energias para criticar Kuchma e o primeiro-ministro Viktor Yanukovich.

Após as eleições presidenciais de novembro de 2004, Timoshenko incentivou as massas nas ruas de Kiev a apoiar Yushchenko e denunciar a fraude, movimento popular de protesto que ficou conhecido como Revolução Laranja.

Com a vitória final de Yushchenko nas eleições, Timoshenko se transformou na principal candidata a dirigir o novo Governo pró-Ocidente.

Entretanto, ela só ocupou o cargo de primeira-ministra durante 4 de fevereiro e 7 de setembro de 2005, quando foi destituída por Yushchenko e substituída por Yuri Yekhanurov.

A destituição aconteceu depois que vários colaboradores de Yushchenko foram acusados de corrupção e tráfico de influência, e depois que a gestão de Timoshenko foi duramente criticada.

Mais tarde, o trabalho incansável de oposição de Timoshenko deu frutos. Nas eleições legislativas antecipadas de setembro de 2007 ela foi a segunda mais votada com mais de 30% dos votos.

Após várias semanas de consultas, seu partido criou uma nova maioria parlamentar laranja com a formação presidencialista 'Nossa Ucrânia - Autodefesa Popular', que permitiu a Timoshenko ser aprovada como primeira-ministra.

Depois de alguns meses de gestão, Timoshenko rompeu definitivamente relações com Yushchenko, então presidente, que lhe acusou de má gestão econômica durante a crise.

No entanto, sua ambição era se transformar em presidente, por isso ela decidiu se candidatar às eleições presidenciais de 2010, quando foi derrotada no segundo turno por Yanukovich.

Desde então começaram os problemas para Timoshenko, que tentou unir as forças da oposição para causar dificuldades ao Governo do primeiro-ministro pró-Rússia Nikolai Azárov.

Em maio de 2010 foi aberto um processo penal contra Timoshenko pelo desvio de bilhões de euros em fundos públicos e um ano depois ela foi acusada de se exceder em suas funções ao assinar em 2009 um contrato de gás com a Rússia.

O processo judicial contra Timoshenko começou em maio e durante estes meses a ex-primeira-ministra acusou Yanukovich de realizar uma 'campanha de perseguição política' contra ela.

Em 5 de agosto Timoshenko esgotou a paciência do juiz e foi enviada à prisão preventiva por desacato ao tribunal, decisão que foi condenada de forma unânime pela comunidade internacional.

De acordo com pessoas próximas a Timoshenko, sua saúde piorou consideravelmente durante o período atrás das grades, mas isto não abrandou o juiz, que ditou uma sentença condenatória nesta terça-feira.

Timoshenko se casou em 1979 com Aleksandr Timoshenko, com quem tem uma filha, Yevgenia, nascida em 1985. EFE

Acompanhe tudo sobre:EuropaOposição políticaPolíticaPrisões

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame