Decepcionado com a Síria, Annan consegue respaldo do CS
Annan se dirigiu hoje ao principal órgão de segurança internacional por videoconferência de Genebra
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2012 às 17h27.
Nações Unidas - O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria , Kofi Annan, expressou nesta sexta-feira perante o Conselho de Segurança sua decepção com as respostas conseguidas em Damasco à sua mediação na crise do país, mas se mostrou decidido a seguir negociando após conseguir o respaldo unânime dos 15 membros desse órgão.
Annan se dirigiu hoje ao principal órgão de segurança internacional por videoconferência de Genebra, segundo indicaram à Agência Efe fontes diplomáticas presentes no encontro.
Essas fontes afirmaram que, apesar de Annan esperar mais, o ex-secretário geral assegurou que 'ainda há espaço para o diálogo' com o regime de Bashar al Assad e anunciou que recebeu sinal verde do governo sírio para enviar ao país no domingo uma missão técnica para continuar as negociações.
'O que é importante para nós é assegurar que a outra parte se comprometa seriamente. Acho que enquanto as discussões e as conversas forem significativas, é preciso seguir em frente', destacou Annan.
O enviado especial lembrou que fez três pedidos concretos a Assad: acabar com o banho de sangue, estabelecer conversas políticas críveis e permitir o acesso humanitário ao país; mas não quis informar se obteve resposta a algum deles.
O diplomata africano conseguiu que todos os membros do Conselho, inclusive Rússia e China, demonstrassem 'apoio total' a sua missão, disse à imprensa o presidente rotativo do Conselho de Segurança, o embaixador britânico Mark Lyall Grant.
'Os 15 membros concordaram que uma mensagem de unidade do Conselho será de grande ajuda à missão', acrescentou o diplomata britânico, antecipando que, após ter recebido orientação de Annan, as negociações continuarão agora nesse órgão para aprovar uma resolução sobre a crise síria.
Outras fontes do Conselho indicaram à Efe que não se prevê a retomada imediata das reuniões que na semana passada tiveram os cinco membros permanentes e o Marrocos sobre um projeto de resolução americano, e levantaram a possibilidade que o respaldo a Annan chegue 'de outra maneira'.
Até o momento o Conselho de Segurança da ONU foi incapaz de adotar uma resolução de condenação a Damasco, perante o duplo veto de Rússia e China em duas ocasiões, enquanto o Conselho de Direitos Humanos e a Assembleia Geral já adotaram duas resoluções contra o regime de Assad.
As negociações na ONU para adotar uma resolução seguem focadas em que o texto, além de respaldar Annan oficialmente, peça o fim da violência, a entrada da ajuda humanitária e o início de um processo de transição.
Todos os membros concordam que uma eventual resolução deve ressaltar a necessidade de conseguir o fim da violência e o acesso da ajuda humanitária, mas diferem na maneira de pedir um cessar-fogo e na equivalência que Moscou quer impor entre a responsabilidade das forças de Assad e da oposição.
Os ocidentais desejam, ressaltou Lyall Grant, que seja Damasco a primeira parte a deter a violência para depois pedir o mesmo à oposição, enquanto Moscou quer que não se façam distinções.
'O governo sírio tem claramente a responsabilidade de deixar de matar primeiro seus próprios cidadãos, já que possui a artilharia e o armamento pesado', garantiu o embaixador britânico.
Após a reunião, fontes da missão da França na ONU qualificaram a missão de Annan como 'muito complicada' e assinalaram que 'em breve saberemos se Assad deseja dialogar seriamente ou explorar a aparência de diálogo para continuar matando civis'.
'A Síria está comprometida em fazer da missão de Annan um sucesso', declarou à imprensa o embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, frisando que Damasco espera a chegada no domingo dessa equipe técnica 'para iniciar as negociações diplomáticas entre as duas partes'.
Também na ONU, o secretário-geral da Organização da Conferência Islâmica (OCI), Ekmeledin Ehsanoglu, encorajou os membros do Conselho a aprovar uma resolução sobre a crise síria, o que será 'o princípio de uma solução pacífica ou pelo menos o final do banho de sangue que afeta o país'.
'Acho que cada vez mais há consenso entre os cinco membros permanentes', disse à imprensa Ehsanoglu, garantindo que 'todos os membros estão de acordo que a intervenção militar está excluída' porque 'pode causar mais devastação, e não só na Síria, mas em toda a região'.
Enquanto Annan falava ao Conselho, o governo sírio bombardeava várias áreas da província central de Homs e continuava a repressão aos protestos no resto do país, nos quais os manifestantes pediam uma intervenção militar para acabar com a crise que completou um ano na quinta-feira.
Nações Unidas - O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria , Kofi Annan, expressou nesta sexta-feira perante o Conselho de Segurança sua decepção com as respostas conseguidas em Damasco à sua mediação na crise do país, mas se mostrou decidido a seguir negociando após conseguir o respaldo unânime dos 15 membros desse órgão.
Annan se dirigiu hoje ao principal órgão de segurança internacional por videoconferência de Genebra, segundo indicaram à Agência Efe fontes diplomáticas presentes no encontro.
Essas fontes afirmaram que, apesar de Annan esperar mais, o ex-secretário geral assegurou que 'ainda há espaço para o diálogo' com o regime de Bashar al Assad e anunciou que recebeu sinal verde do governo sírio para enviar ao país no domingo uma missão técnica para continuar as negociações.
'O que é importante para nós é assegurar que a outra parte se comprometa seriamente. Acho que enquanto as discussões e as conversas forem significativas, é preciso seguir em frente', destacou Annan.
O enviado especial lembrou que fez três pedidos concretos a Assad: acabar com o banho de sangue, estabelecer conversas políticas críveis e permitir o acesso humanitário ao país; mas não quis informar se obteve resposta a algum deles.
O diplomata africano conseguiu que todos os membros do Conselho, inclusive Rússia e China, demonstrassem 'apoio total' a sua missão, disse à imprensa o presidente rotativo do Conselho de Segurança, o embaixador britânico Mark Lyall Grant.
'Os 15 membros concordaram que uma mensagem de unidade do Conselho será de grande ajuda à missão', acrescentou o diplomata britânico, antecipando que, após ter recebido orientação de Annan, as negociações continuarão agora nesse órgão para aprovar uma resolução sobre a crise síria.
Outras fontes do Conselho indicaram à Efe que não se prevê a retomada imediata das reuniões que na semana passada tiveram os cinco membros permanentes e o Marrocos sobre um projeto de resolução americano, e levantaram a possibilidade que o respaldo a Annan chegue 'de outra maneira'.
Até o momento o Conselho de Segurança da ONU foi incapaz de adotar uma resolução de condenação a Damasco, perante o duplo veto de Rússia e China em duas ocasiões, enquanto o Conselho de Direitos Humanos e a Assembleia Geral já adotaram duas resoluções contra o regime de Assad.
As negociações na ONU para adotar uma resolução seguem focadas em que o texto, além de respaldar Annan oficialmente, peça o fim da violência, a entrada da ajuda humanitária e o início de um processo de transição.
Todos os membros concordam que uma eventual resolução deve ressaltar a necessidade de conseguir o fim da violência e o acesso da ajuda humanitária, mas diferem na maneira de pedir um cessar-fogo e na equivalência que Moscou quer impor entre a responsabilidade das forças de Assad e da oposição.
Os ocidentais desejam, ressaltou Lyall Grant, que seja Damasco a primeira parte a deter a violência para depois pedir o mesmo à oposição, enquanto Moscou quer que não se façam distinções.
'O governo sírio tem claramente a responsabilidade de deixar de matar primeiro seus próprios cidadãos, já que possui a artilharia e o armamento pesado', garantiu o embaixador britânico.
Após a reunião, fontes da missão da França na ONU qualificaram a missão de Annan como 'muito complicada' e assinalaram que 'em breve saberemos se Assad deseja dialogar seriamente ou explorar a aparência de diálogo para continuar matando civis'.
'A Síria está comprometida em fazer da missão de Annan um sucesso', declarou à imprensa o embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, frisando que Damasco espera a chegada no domingo dessa equipe técnica 'para iniciar as negociações diplomáticas entre as duas partes'.
Também na ONU, o secretário-geral da Organização da Conferência Islâmica (OCI), Ekmeledin Ehsanoglu, encorajou os membros do Conselho a aprovar uma resolução sobre a crise síria, o que será 'o princípio de uma solução pacífica ou pelo menos o final do banho de sangue que afeta o país'.
'Acho que cada vez mais há consenso entre os cinco membros permanentes', disse à imprensa Ehsanoglu, garantindo que 'todos os membros estão de acordo que a intervenção militar está excluída' porque 'pode causar mais devastação, e não só na Síria, mas em toda a região'.
Enquanto Annan falava ao Conselho, o governo sírio bombardeava várias áreas da província central de Homs e continuava a repressão aos protestos no resto do país, nos quais os manifestantes pediam uma intervenção militar para acabar com a crise que completou um ano na quinta-feira.