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Debates em Davos pedem mais transparência sobre espionagem

Debate entre privacidade e segurança aberto por causa dos programas de espionagem americanos ganhou força no Fórum Econômico Mundial de Davos

Secretário-geral da Anistia Internacional (AI), Salil Shetty: "direito à privacidade deve ser uma questão principal de nossa época", disse (World Economic Forum/Wikimedia Commons)

Secretário-geral da Anistia Internacional (AI), Salil Shetty: "direito à privacidade deve ser uma questão principal de nossa época", disse (World Economic Forum/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 10h13.

Davos - O debate entre privacidade e segurança aberto por causa dos programas de espionagem americanos ganhou força nesta quarta-feira no Fórum Econômico Mundial de Davos, onde foi pedida uma maior transparência e responsabilidade.

"O direito à privacidade deve ser uma questão principal de nossa época. A ideia de que se não tem nada para esconder não tem nada para temer não é um bom argumento. É um direito essencial e, esteja onde esteja, todo cidadão tem direito a ele", afirmou o secretário-geral da Anistia Internacional (AI), Salil Shetty.

A revelação da espionagem interna e externa mantida pela administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelada pela ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, foi o eixo central de vários debates de hoje em Davos.

"A falta de privacidade é uma ameaça à segurança. As pessoas perdem a confiança no Estado, o que é perigoso", afirmou por sua vez o presidente da Palantir Technologies, Shyam Sankar, para quem é necessário regular como vão ser utilizados os dados coletados por empresas e governos.

Não houve consenso em relação ao fim da coleta de informação, mas sim sobre restrições ao seu uso, porque a NSA não pode ser totalmente transparente sem comprometer sua efetividade.

"Não acho que uma privacidade completa seja conveniente, mas foi bom que o debate tenha sido aberto", afirmou o presidente da americana AT&T, Randall Stephenson.

Para o presidente da operadora de telecomunicações holandesa Vimpelcom, Augi K. Fabela, os usuários acreditam nas empresas nas quais depositam seus dados, e em um momento em que "os governos pedem mais do que necessitam, a solução está em um diálogo entre as partes envolvidas".

O diretor-executivo da telefônica britânica BT, Gavin Patterson, defendeu que uma nova legislação proteja os usuários da internet.

E em um debate sobre o novo contexto digital, a conselheira delegada do Yahoo!, Marissa Mayer, pediu mais "transparência a Obama".

"Temos que ser capazes de recuperar a confiança de nossos usuários", acrescentou.

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