Mundo

Curdos tomam do EI povoado onde assírios foram sequestrados

Os curdos também tomaram o controle de parte da cidade de Guinish, em poder dos extremistas e cujos habitantes são em sua maioria muçulmanos sunitas


	Combatentes curdos: "O avanço é lento, mas constante", disse o representante curdo sírio
 (AFP)

Combatentes curdos: "O avanço é lento, mas constante", disse o representante curdo sírio (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 18h48.

Beirute - As forças curdas tomaram nesta quarta-feira do grupo radical Estado Islâmico (EI) o controle de vários povoados na província de Al Hasaka, na Síria, onde há dois dias os jihadistas invadiram e sequestrarem cerca de 100 assírios, um grupo étnico cristão.

Nasser Hajj Mansur, porta-voz do Departamento de Defesa da região autônoma curdo síria de Al Jazeera, onde fica Al Hasaka, explicou à Agência Efe por telefone que as forças curdas dominaram as localidades de Tal Shamiram, Tal Hurmuz e Tal Nasari, onde viviam os assírios sequestrados.

"O avanço é lento, mas constante", disse o representante curdo sírio.

Os curdos também tomaram o controle de parte da cidade de Guinish, em poder dos extremistas e cujos habitantes são em sua maioria muçulmanos sunitas.

Enquanto isso, prosseguem os combates nas imediações de Tal Tamr.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que em Guinish os radicais queimaram oito casas e uma escola, enquanto em Tal Shamiram uma igreja foi destruída parcialmente por fogo provocado pelos combatentes do EI. Enquanto isso, ainda se desconhece o paradeiro exato dos reféns assírios capturados pelos jihadistas.

O Observatório relatou que eles foram levados à região de Jabal Abdelaziz, ao sudeste de Tal Tamr, enquanto o presidente do Movimento Patriótico de Assíria, Ashur Giwargis, afirmou à Efe que só os homens foram conduzidos a essa área.

Mansur revelou que, de acordo aos dados que dispõe, alguns reféns teriam sido transferidos a Hauiya e depois ao povoado de Shadadi, sob controle do EI e que fica na fronteira entre Al Hasaka e a província de Deir ez Zor.

Também não se sabe o número exato de sequestrados, entre os quais há mulheres e crianças. Segundo o Observatório, seriam uns 90 pessoas, embora fontes assírias digam que o número possa chegar a 150.

É em Al Hasaka que habita a maior parte dos assírios da Síria, um grupo étnico de maioria cristã que também vive no Iraque e na Turquia.

Antes do início do conflito na Síria, em março de 2011, havia 200 mil assírios, mas só restam entre 15 mil e 20 mil no país, de acordo com os dados divulgados por Giwargis.

O idioma falado, o assírio, é uma mistura de acadiano, uma antiga língua da Mesopotâmia, com o aramaico, que também é usado na liturgia. Eles são cristãos e seguem as igrejas caldeia, ortodoxa siríaca e a assíria do oriente.

O sequestro coincide com uma ofensiva das Unidades de Proteção do Povo Curdo para expulsar o EI de regiões ricas em petróleo e gás de Al Hasaka.

Os assírios vivem em cerca de trinta povoados na margem sul do rio Jabur, em Al Hasaka, enquanto os curdos habitam o lado norte.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoIslamismoSunitasTerrorismo

Mais de Mundo

Governo de Bangladesh restaura internet após protestos

Israel promete ‘revanche’ contra Hezbollah após foguete matar 12 em campo de futebol

'Farei com que se respeite o resultado eleitoral', diz Maduro após votar em Caracas

Maduro pede desculpas por impedir entrada de ex-mandatários que observariam eleições

Mais na Exame