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Cúpula do G7 abre com novas sanções e apelo à unidade

Nações proibiram ouro importado da Rússia, o que deverá privar o país de bilhões de dólares

Castelo de Elmau, na cidade de Krun, 100 km ao sul de Munique, na Alemanha, onde acontece a cúpula do G7 (AFP/AFP)

Castelo de Elmau, na cidade de Krun, 100 km ao sul de Munique, na Alemanha, onde acontece a cúpula do G7 (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 26 de junho de 2022 às 09h44.

Última atualização em 26 de junho de 2022 às 09h45.

Líderes dos países do G7 anunciaram novas sanções contra a Rússia neste domingo (26) e pediram a unidade do grupo, no primeiro dia de uma cúpula na Alemanha amplamente dedicada à guerra na Ucrânia. 

"Juntos, o G7 anunciará que proibiremos o ouro russo, uma importante fonte de exportação, privando a Rússia de bilhões de dólares", tuitou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

À espera de um anúncio coletivo no final da reunião na terça-feira, os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Japão foram em frente e anunciaram um embargo ao ouro recém-extraído na Rússia.

"Essas medidas atingirão diretamente os oligarcas russos e atingirão o coração da máquina de guerra de Putin", disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

A Rússia é um grande produtor de ouro cujas exportações representaram cerca de US$ 15,5 bilhões em 2021, segundo Downing Street.

Os líderes das grandes potências econômicas - Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido - se reúnem por três dias no castelo bávaro de Elmau. O presidente ucraniano Volodimir Zelensky participará da cúpula virtualmente na segunda-feira.

Risco de "cansaço"

Os países ocidentais puniram a Rússia com sanções econômicas excepcionalmente rígidas, sem aparentemente incomodar o presidente russo Vladimir Putin, que está constantemente aumentando a aposta em uma guerra sem fim à vista.

O governo ucraniano considera que as sanções não são suficientes e pede para punir ainda mais a Rússia, que novamente bombardeou a capital ucraniana neste domingo, ato que Biden descreveu como "bárbaro".

O líder dos EUA pediu a unidade do G7 e da OTAN diante da ofensiva de Moscou. Vladimir Putin esperava "que, de uma forma ou de outra, a Otan e o G7 se separassem", disse Biden. "Mas não o fizemos e não vamos", acrescentou.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no entanto, alertou para o risco de "cansaço" nos países ocidentais. Diante do avanço das tropas russas na região do Donbass, no leste da Ucrânia, Johnson concordou com o presidente francês Emmanuel Macron que "foi um momento crítico para a evolução do conflito e que era possível mudar o rumo da guerra", de acordo com um porta-voz do governo britânico.

Sem negociar uma solução "agora"

No entanto, Johnson alertou o líder francês que uma solução negociada "agora" na Ucrânia poderia prolongar a "instabilidade mundial".

O conflito e suas consequências serão amplamente discutidos na cúpula que vai até terça-feira, mas outros desafios também serão abordados, como a ameaça de recessão e as crises ambientais causadas pelas mudanças climáticas.

Além da atual situação de tensões com a Rússia, os países ocidentais olham com preocupação para a China, que emerge como um rival sistêmico. O G7 quer contrariar o gigante asiático e suas “Novas Rotas da Seda” investindo maciçamente na infraestrutura dos países da África, Ásia e América Latina. Os líderes farão um balanço deste projeto neste domingo.

De fato, para nutrir alianças fora de sua área, o G7 convidou os líderes da Argentina, Índia, Indonésia, Senegal e África do Sul para sua cúpula. Argentina e Indonésia apoiaram os votos contra a Rússia na ONU, mas os demais convidados se abstiveram.

Todos estão preocupados com a ameaça de uma crise de fome causada pelo bloqueio das exportações de grãos da Ucrânia. Diante desse risco, a Índia já restringiu suas próprias exportações de grãos.

Dificuldades internas

Os ativistas climáticos, por sua vez, esperam que o G7 faça avanços concretos, como ter uma agenda para eliminar completamente o uso de combustíveis fósseis.

As sessões de cúpula serão complementadas por reuniões bilaterais.

A primeira será entre Biden e o chanceler alemão Olaf Scholz, dois líderes que enfrentam dificuldades em seus próprios países. Scholz e seus parceiros se tornaram, desde a invasão da Ucrânia, bombeiros de todos os incêndios geopolíticos, econômicos e financeiros causados pela guerra.

Biden chega como presidente de um país afetado pela alta da inflação e dividido pela decisão da Suprema Corte que derrubou o direito ao aborto no âmbito federal.

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