Cuidar da própria saúde mental é perigoso, diz Reino Unido
Procurar ajuda não é sinônimo de conseguir atendimento. E essa negligência está só piorando as coisas
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2016 às 22h00.
O que fazer quando sua saúde mental não está boa e está cada vez mais difícil ter uma boa convivência e ser funcional para a sociedade? O ideal é buscar algum tipo de tratamento, certo?
O grande problema é que procurar ajuda não é sinônimo de conseguir atendimento. E essa negligência está só piorando as coisas, como alerta a jornalista Deborah Coughlin, em um vídeo produzido exclusivamente para o jornal britânico The Guardian.
“Ficar sem tratamento deixa muito difícil ficar são e funcional para a sociedade. Então o que as pessoas fazem quando elas são obrigadas a descobrir, por conta própria, o que devem fazer? Muitas delas recorrem aos medicamentos, e muitas pessoas estão prescrevendo pílulas antidepressivas que alteram a mente com severidade depois de uma consulta de apenas cinco minutos, em que os pacientes preenchem um questionário sobre sua saúde mental.”
Coughlin reporta que 76% das pessoas com problemas de saúde mental no Reino Unido não conseguem nenhum tipo de ajuda. Dentre aquelas que conseguem pelo menos entrar na lista de espera, mais da metade precisa esperar mais de três meses pelo atendimento. Para alguns, a espera é de dois anos. A necessidade por atendimento é muito maior do que o orçamento disponível para o NHS (sistema de saúde pública do Reino Unido ).
A própria repórter passou pela dolorosa experiência, há 14 anos:
“Quando eu comecei a desenvolver sintomas de ansiedade, eu tentei de tudo para conseguir ajuda. Médicos, hospitais, todos lotados e com lista de espera. Levei anos para conseguir um diagnóstico de verdade. Sem ajuda, minha condição se transformou em uma agorafobia [transtorno de ansiedade em que a pessoa sente medo por estar em situações ou locais dos quais seria difícil ou embaraçoso escapar ou mesmo receber socorro se algo de errado acontecesse]. Eu não podia usar transporte público, ir para o supermercado e, por um período, sequer consegui sair do meu apartamento. No fim, tive que me afastar do trabalho. Essa é uma história familiar.”
“Automedicação, comida, drogas e álcool são uma muleta. Essas muletas podem aumentar muito os problemas existentes de saúde mental e deixá-los ainda mais difíceis de superar. Para algumas pessoas, nada disso funciona”, alerta.
Coughlin destaca que, das pessoas na lista de espera, uma em cada seis tentam suicídio.
Estima-se que, a cada ano, uma em cada quatro pessoas no Reino Unido terá algum tipo de problema de saúde mental. Uma pesquisa de 2009 revelou que 17 em cada 100 pessoas pensou em suicídio em algum momento de suas vidas.
Em 2013, foram registrados mais de 6.000 suicídios de jovens com 15 anos ou mais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com o aumento de 54% na prescrição de antidepressivos para jovens no Reino Unido. O levantamento foi feito entre 2005 e 2012.
“Se eu tivesse recebido tratamento quando procurei ajuda, minha saúde mental não teria saído tanto de controle. Cada atraso, e cada tentativa de se resolver a questão por conta própria, acrescentam camadas para os problemas já existentes.”
O que fazer quando sua saúde mental não está boa e está cada vez mais difícil ter uma boa convivência e ser funcional para a sociedade? O ideal é buscar algum tipo de tratamento, certo?
O grande problema é que procurar ajuda não é sinônimo de conseguir atendimento. E essa negligência está só piorando as coisas, como alerta a jornalista Deborah Coughlin, em um vídeo produzido exclusivamente para o jornal britânico The Guardian.
“Ficar sem tratamento deixa muito difícil ficar são e funcional para a sociedade. Então o que as pessoas fazem quando elas são obrigadas a descobrir, por conta própria, o que devem fazer? Muitas delas recorrem aos medicamentos, e muitas pessoas estão prescrevendo pílulas antidepressivas que alteram a mente com severidade depois de uma consulta de apenas cinco minutos, em que os pacientes preenchem um questionário sobre sua saúde mental.”
Coughlin reporta que 76% das pessoas com problemas de saúde mental no Reino Unido não conseguem nenhum tipo de ajuda. Dentre aquelas que conseguem pelo menos entrar na lista de espera, mais da metade precisa esperar mais de três meses pelo atendimento. Para alguns, a espera é de dois anos. A necessidade por atendimento é muito maior do que o orçamento disponível para o NHS (sistema de saúde pública do Reino Unido ).
A própria repórter passou pela dolorosa experiência, há 14 anos:
“Quando eu comecei a desenvolver sintomas de ansiedade, eu tentei de tudo para conseguir ajuda. Médicos, hospitais, todos lotados e com lista de espera. Levei anos para conseguir um diagnóstico de verdade. Sem ajuda, minha condição se transformou em uma agorafobia [transtorno de ansiedade em que a pessoa sente medo por estar em situações ou locais dos quais seria difícil ou embaraçoso escapar ou mesmo receber socorro se algo de errado acontecesse]. Eu não podia usar transporte público, ir para o supermercado e, por um período, sequer consegui sair do meu apartamento. No fim, tive que me afastar do trabalho. Essa é uma história familiar.”
“Automedicação, comida, drogas e álcool são uma muleta. Essas muletas podem aumentar muito os problemas existentes de saúde mental e deixá-los ainda mais difíceis de superar. Para algumas pessoas, nada disso funciona”, alerta.
Coughlin destaca que, das pessoas na lista de espera, uma em cada seis tentam suicídio.
Estima-se que, a cada ano, uma em cada quatro pessoas no Reino Unido terá algum tipo de problema de saúde mental. Uma pesquisa de 2009 revelou que 17 em cada 100 pessoas pensou em suicídio em algum momento de suas vidas.
Em 2013, foram registrados mais de 6.000 suicídios de jovens com 15 anos ou mais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com o aumento de 54% na prescrição de antidepressivos para jovens no Reino Unido. O levantamento foi feito entre 2005 e 2012.
“Se eu tivesse recebido tratamento quando procurei ajuda, minha saúde mental não teria saído tanto de controle. Cada atraso, e cada tentativa de se resolver a questão por conta própria, acrescentam camadas para os problemas já existentes.”