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Cuba: medidas dos EUA são limitadas e mantêm embargo intacto

Segundo o governo da ilha, porém, decisões mostram a vontade dos norte-americanos de mudarem a política em relação ao país

Havana, capital cubana: EUA flexibilizaram viagens e remessas de dinheiro à ilha (Henryk Kotowski/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 09h49.

Havana - O governo de Cuba afirmou neste domingo que a flexibilização de viagens e remessas de dinheiro para a ilha anunciadas pela Casa Branca são positivas, mas de alcance limitado, pois mantém intacto o embargo a Havana, segundo um comunicado, a primeira reação oficial às medidas.

"Apesar de as medidas serem positivas, ficam muito abaixo das justas reclamações, têm um alcance muito limitado e não modificam a política contra Cuba", enfatizou a declaração da chanceleraia cubana, enviada à imprensa.

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Havana assinalou que as medidas "confirmam que não há vontade para mudar a política de bloqueio e desestabilização contra Cuba".

No sábado, o site estatal Cubadebate.cu. também afirmou que as novas medidas anunciadas pelos Estados Unidos mantêm intacto o embargo à ilha, mas mostram um maior consenso que apoia uma mudança de política por parte de Washington.

"Apesar de estas medidas deixarem intacto o bloqueio e não mudarem substancialmente a política de Washington, refletem o consenso de amplos setores do povo americano a favor de uma mudança de política em relação à ilha", afirmou o portal.

O presidente Barack Obama levantou na sexta-feira uma nova série de restrições sobre vistos, transferências de dinheiro e viagens a Cuba.


A partir de agora, os americanos que desejarem viajar à Ilha por motivos religiosos, acadêmicos, culturais ou desportivos poderão fazê-lo com mais facilidade.

Todos os aeroportos internacionais nos Estados Unidos serão autorizados a oferecer voos a Cuba, desde que tenham os serviços adequados de alfândega e migração. Atualmente, apenas Miami, Nova York e Los Angeles voam para Havana.

Qualquer americano poderá enviar dinheiro a Cuba, até o limite de 500 dólares por trimestre, para apoiar atividades econômicas privadas, exceto para beneficiar altos funcionários do governo ou do Partido Comunista.

Até o momento, apenas cubano-americanos podiam enviar dinheiro à Ilha.

A flexibilização faz parte de um novo esforço americano de apoio ao povo cubano.

As medidas devolvem aos Estados Unidos, praticamente, a situação vigente no final da presidência do democrata Bill Clinton (1993-2001).

"A iniciativa aumentará o contato entre os povos e servirá de apoio à sociedade civil em Cuba, além de melhorar o livre fluxo de informação para os cubanos, contribuindo para promover sua independência", explicou o comunicado oficial.

As viagens e remessas a Cuba foram restringidas substancialmente sob a presidência de George W. Bush (2001-2009). Pouco depois de assumir o poder, em 2009, Barack Obama já havia anunciado uma primeira flexibilização, em favor dos cubanos-americanos.

Além de ampliar as permissões de viagens e remessas, Obama chegou a permitir vendas, sob condições, de material de telecomunicação à Ilha.

A nova bateria de medidas não afeta, no essencial, as formas do embargo comercial em vigor desde 1962.

Os americanos, por exemplo, não poderão viajar por lazer a Havana - não existem relações diplomáticas entre os dois governos.

"O presidente (Barack Obama) considera que estas medidas, em combinação com o prosseguimento do embargo, são passos importantes para forçar a existência de um país, Cuba, respeitador dos direitos básicos de todos seus cidadãos", explicou a Casa Branca.

As medidas foram criticadas pela nova maioria republicana na Câmara de Representantes.

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