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Cuba e EUA concluem conversas com diferenças sobre direitos

"Como elemento central de nossa política, pressionamos o governo cubano para que melhore as condições dos direitos humanos", afirmou a delegação americana

Josefina Vidal, diretora de assuntos americanos no Ministério de Relações Exteriores de Cuba fala em uma conferência em Havana (REUTERS/Yenny Munoa/MINREX/Handout via Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 06h59.

Havana - Cuba e Estados Unidos concluíram nesta quinta-feira suas primeiras conversas oficiais com o desejo de seguir dialogando e avançar no restabelecimento de suas relações diplomáticas, apesar das diferenças em vários assuntos, entre eles os direitos humanos.

"Como elemento central de nossa política, pressionamos o governo cubano para que melhore as condições dos direitos humanos, entre elas a liberdade de expressão e de reunião", afirmou a delegação americana em uma declaração entregue à imprensa.

A chefe da delegação cubana, Josefina Vidal, relatou que o termo "pressionar" não foi utilizado nas reuniões e que a discussão sobre direitos humanos foi "uma troca na qual cada parte confirmou suas posições e concepções sobre o tema".

"Cuba ratificou sua proposta de sustentar um diálogo específico em uma data a ser determinada para tratar, em nível de especialistas, nossos visões sobre este assunto", afirmou Josefina em pronunciamento à imprensa ao término da última reunião do dia.

Acrescentou que Cuba reiterou a proposta que fez aos EUA há um ano, para sustentar um diálogo sobre direitos humanos e democracia "respeitoso e sobre bases de reciprocidade" porque, disse, a ilha tem "experiências interessantes" para compartilhar neste tema.

Após conversar sobre os procedimentos que serão seguidos para a retomada dos vínculos diplomáticos na reunião da manhã, durante a tarde as partes revisaram "as áreas de cooperação bilateral e identificaram novas esferas nas quais pode haver colaboração no futuro".

Repassaram o estado de seus acordos de cooperação em temas como segurança aérea e de aviação e na resposta para vazamentos de hidrocarbonetos, além de ampliar a parceria no enfrentamento ao tráfico de drogas, ao terrorismo e às epidemias.

Sobre essa última questão, a delegação cubana propôs um encontro para cooperar na luta "efetiva e eficaz" contra o vírus ebola.

Cuba colocou aos EUA a possibilidade de colaborar em áreas como a proteção do meio ambiente e o combate à mudança climática, além de discutir a delimitação da chamada "Dona Oriental" no Golfo do México, as reservas de hidrocarbonetos compreendidas em um polígono no leste do golfo, com os governos dos EUA e México.

Os cubanos também colocaram seu interesse em implementar um plano piloto para estabelecer o correio postal direto entre Cuba e EUA

Josefina explicou que, na reunião, os Estados Unidos lhes ofereceram uma "informação geral" sobre as medidas adotadas em 16 de janeiro, que aliviam consideravelmente o "bloqueio", ao flexibilizar as limitações para as viagens de americanos à ilha, para o envio de remessas e para a exportação de alguns bens, como equipamentos de telecomunicações.

A representante cubana disse que seu país está "estudando essas regulações" porque "é necessária a assessoria de advogados para compreender seu alcance".

No tema concreto das telecomunicações, confirmou que o governo cubano está disposto a receber as companhias americanas do setor para "explorar possibilidades de negócios benéficos para ambas as partes".

Josefina ressaltou que as reuniões serviram para confirmar que Cuba e EUA têm que continuar trabalhando em suas áreas de interesse comum, mesmo com "profundas diferenças, que serão mantidas, pois os dois países têm convicções muito firmes".

A delegação americana, liderada pela secretária adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, também reiterou sua disposição de continuar o diálogo, que se desenvolveu de modo "construtivo e encorajador", apesar das "diferenças significativas".

As delegações dos dois países definirão "em breve" as datas nas quais voltarão a se reunir para avançar no tema do restabelecimento de suas relações diplomáticas e na abertura de embaixadas.

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Havana - Cuba e Estados Unidos concluíram nesta quinta-feira suas primeiras conversas oficiais com o desejo de seguir dialogando e avançar no restabelecimento de suas relações diplomáticas, apesar das diferenças em vários assuntos, entre eles os direitos humanos.

"Como elemento central de nossa política, pressionamos o governo cubano para que melhore as condições dos direitos humanos, entre elas a liberdade de expressão e de reunião", afirmou a delegação americana em uma declaração entregue à imprensa.

A chefe da delegação cubana, Josefina Vidal, relatou que o termo "pressionar" não foi utilizado nas reuniões e que a discussão sobre direitos humanos foi "uma troca na qual cada parte confirmou suas posições e concepções sobre o tema".

"Cuba ratificou sua proposta de sustentar um diálogo específico em uma data a ser determinada para tratar, em nível de especialistas, nossos visões sobre este assunto", afirmou Josefina em pronunciamento à imprensa ao término da última reunião do dia.

Acrescentou que Cuba reiterou a proposta que fez aos EUA há um ano, para sustentar um diálogo sobre direitos humanos e democracia "respeitoso e sobre bases de reciprocidade" porque, disse, a ilha tem "experiências interessantes" para compartilhar neste tema.

Após conversar sobre os procedimentos que serão seguidos para a retomada dos vínculos diplomáticos na reunião da manhã, durante a tarde as partes revisaram "as áreas de cooperação bilateral e identificaram novas esferas nas quais pode haver colaboração no futuro".

Repassaram o estado de seus acordos de cooperação em temas como segurança aérea e de aviação e na resposta para vazamentos de hidrocarbonetos, além de ampliar a parceria no enfrentamento ao tráfico de drogas, ao terrorismo e às epidemias.

Sobre essa última questão, a delegação cubana propôs um encontro para cooperar na luta "efetiva e eficaz" contra o vírus ebola.

Cuba colocou aos EUA a possibilidade de colaborar em áreas como a proteção do meio ambiente e o combate à mudança climática, além de discutir a delimitação da chamada "Dona Oriental" no Golfo do México, as reservas de hidrocarbonetos compreendidas em um polígono no leste do golfo, com os governos dos EUA e México.

Os cubanos também colocaram seu interesse em implementar um plano piloto para estabelecer o correio postal direto entre Cuba e EUA

Josefina explicou que, na reunião, os Estados Unidos lhes ofereceram uma "informação geral" sobre as medidas adotadas em 16 de janeiro, que aliviam consideravelmente o "bloqueio", ao flexibilizar as limitações para as viagens de americanos à ilha, para o envio de remessas e para a exportação de alguns bens, como equipamentos de telecomunicações.

A representante cubana disse que seu país está "estudando essas regulações" porque "é necessária a assessoria de advogados para compreender seu alcance".

No tema concreto das telecomunicações, confirmou que o governo cubano está disposto a receber as companhias americanas do setor para "explorar possibilidades de negócios benéficos para ambas as partes".

Josefina ressaltou que as reuniões serviram para confirmar que Cuba e EUA têm que continuar trabalhando em suas áreas de interesse comum, mesmo com "profundas diferenças, que serão mantidas, pois os dois países têm convicções muito firmes".

A delegação americana, liderada pela secretária adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, também reiterou sua disposição de continuar o diálogo, que se desenvolveu de modo "construtivo e encorajador", apesar das "diferenças significativas".

As delegações dos dois países definirão "em breve" as datas nas quais voltarão a se reunir para avançar no tema do restabelecimento de suas relações diplomáticas e na abertura de embaixadas.

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